Walking in a Ghost Town (Harry)

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Música: Ghost Town - Kanye West / Walking in the Wind - One Direction

Para ouvi-las, vá no Spotify e procure o perfil CrazyBSLarry para então entrar na playlist Bound to Lose.

Essa é a segunda parte do capitulo Ghost Town, dessa vez contando pelo "ponto de vista" de Harry. Espero que gostem!

Ps.: Eu fiquei com pena e vim postar bem antes do previsto :') hahhahaaha espero que gostem, e parem de chorar. Ou chorem mais. Não sei.

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Eu ouvi essa história suficientes vezes para poder contá-la. Tantos anos depois e eu sei que nem Lottie ou Harry conseguiram superar aquele dia, diferente de mim. Não fora assustador, pelo menos não para a minha pessoa. Se tudo tivesse acabado naquele momento, eu não estaria mais aqui para me sentir mal sobre isso. Mas eu estou feliz que não acabou. Estou feliz que vivi para contar essa história. Minha história poderia até participar de uma quarta geração de Skins, para ser sincero. Isso seria legal. Eu acho.

Demorou quase um ano para Harry me contar como foi aquele dia para ele. O quão assustador foi, pensar que eu poderia estar em qualquer lugar da Inglaterra e ele não tinha a menor ideia de onde começar a procurar. Ele chorou muito no dia que me contou.

Quando Harry chegou naquele hospital, encontrou meu quarto vazio. Junto com ele estavam o meu médico e uma enfermeira que, segundo ele, quase entrou em pânico, achando que iria perder o emprego. O que é totalmente compreensível. Eu provavelmente teria a mesma reação. Harry começou a pirar lá, gritando:

- Que tipo de hospital é esse!? Como que vocês perdem a porra de um paciente!?

É um pouco engraçado, já que eu realmente consigo o imaginar fazendo isso. O médico contou para ele que não tinha nada de errado comigo fisiologicamente falando, e que, pelo tempo que eu havia passado ali, ele poderia afirmar que eu precisava de um psiquiatra. Aparentemente o que me entregou foi quando eu perguntei sobre Perrie, a garota que havia ligado para o hospital e vindo comigo na ambulância. Quem ligou, na verdade, fora o motorista do ônibus.

Depois de falar com o médico, ele não sabia o que fazer. Não sabia com quem falar ou para onde ir, com medo de ir na direção completamente errada e me perder para sempre. Então, como qualquer pessoa em sã consciência, ele sentou na escadaria do hospital, começou a chorar de desespero e a tentar me ligar. Eu nunca atendi. 

Após um tempo a beira de ter um colapso nervoso, ele foi correndo até minha irmã, cuja qual teve a brilhante ideia de ligar para todas as pessoas que eu conhecia e preocupar ainda mais todo mundo. Isso explicou as milhares de ligações que encontrei no meu celular. 

Mas não havia ajudado em nada, pois eu estava sozinho. Ninguém sabia de mim, então eles desistiram, aceitando o destino e esperando que algum milagre acontecesse, mesmo sabendo que era impossível. Eles já haviam aceitado a ideia de que haviam me perdido. Segundo Harry, Lottie fora a última a desistir de todos os que estavam presentes na casa. Ela ligou para a policia, para todo mundo em Holmes Chapel, Doncaster, Bristol e Londres. Stan, inclusive, dirigiu para todos os lugares na cidade cujo quais eu frequentava. 

Todo mundo estava quieto, segundo ele. Sofrendo em silêncio, completamente agoniados.

E então um telefone tocou. Mais especificamente o de Lottie. Emily havia sim me visto, afinal de contas. Ela mandou mensagens, dizendo que eu havia simplesmente entrado no restaurante ao lado de sua escola e ido almoçar. 

Então Harry e Charlotte pegaram seus casacos e saíram correndo para a ferroviária, pegando o primeiro trem que encontraram para Doncaster. Eles não tinham certeza sobre o que fazer uma vez que chegassem lá, mas precisavam tentar. Os dois chegaram na cidade por volta de três e meia, sem ter a minima ideia para onde ir. Lottie achou que seria melhor irem para o último lugar onde eu fora visto, portanto chamaram um táxi. Demorou um pouco para chegar, e Harry estava prestes a desistir daquilo e sair correndo pela cidade, mas minha irmã conseguiu o convencer de que aquela ideia era estúpida. Segundo Harry, ela literalmente lhe deu um tapa no rosto e gritou:

- Se controla, homem! 

Eu também a consigo imaginar fazendo isso. 

De qualquer forma, uma vez que o táxi finalmente chegou, eles deram o endereço do restaurante. 

E então eu mandei a mensagem para Harry. Ele quase teve outro ataque dentro do carro, e Lottie quase bateu nele novamente, já que ela fica meio agressiva quando está estressada. Harry contou que ela arrancou o telefone da mão dele e começou a ler nossas mensagens, tentando encontrar qualquer dica que ele havia deixado passar. E então quem pirou foi ela. 

Lottie abriu sua boca num perfeito circulo, virou a tela do telefone para Harry e quase o linchou ali mesmo no banco traseiro. Alguns dias atrás eu havia deixado minha localização disponível pelo Google para Harry, pois estava indo de ônibus para um lugar meio afastado e estava com medo de ser assaltado. Havia pedido para ele instalar um rastreador de celular e, nas mensagens, estava a senha e meu usuário. 

Então eles pediram para o taxista esperar, que já estava sensível por conta daquela história (mas não sensível o suficiente para os dar um desconto), reinstalaram o aplicativo e procuraram pelo meu celular.

E lá estava eu, um pontinho vermelho em um mapa. 

- Ele foi visitar a mamãe. - Lottie exclamou no momento que viu onde eu estava. 

Isso é um pouco engraçado, quando paro para pensar. Quantas coincidências. Coisas aleatórias salvaram a minha vida, e nesses momentos eu entendo porque as pessoas acreditam em Deus ou em destino, mas eu ainda sou cético demais para conseguir acreditar nisso. Entretanto, admito que tudo isso fora um pouco bizarro.

Harry passou o novo endereço para o taxista e eles finalmente foram deixados no cemitério. O taxista falou que esperaria por eles, e então os dois entraram correndo no cemitério, finalmente me encontrando. Eu estava falando sozinho e muito baixo para distinguir, e minha irmã e Harry não tiveram nem tempo de comemorar por terem me encontrado. Eu desmaiei logo em seguida. Harry me pegou no colo e correu para o táxi. Uma vez, Lottie brincou sobre o quão inacreditável foi ver Harry correr com tanto peso nos braços e não tropeçar nenhuma vez sequer.

Do táxi fomos, mais uma vez, para um hospital. Para alguém que não queria mais saber de hospitais, eu parecia não estar me esforçando muito.

Ainda bem. 

Antes de achar que eu finalmente estava morrendo, ainda lá no cemitério, eu ponderei sobre essa ideia. Sobre o que eu sentiria se eu voltasse a acordar. De fato, eu estava chapado demais para conseguir pensar nisso. Então, quando eu abri meus olhos e dei de encontro com duas esmeraldas verdes, eu sorri. 

E comecei a chorar. - M-Me desculpe. - Murmurei, vendo Harry basicamente subir na cama para me abraçar.

- Shh... - Ouvia-o falar várias vezes entre os pequenos beijos que ele deixava em meu pescoço. - Tá tudo bem agora. 

- Eu achava que era errado. - Falei entre soluços, seus olhos voltando a me olhar e passando suas mãos em meus cabelos. - Sempre que eu me sentia quebrado, eu ia até você. Eu queria conseguir lidar com isso sozinho, e claramente não consigo. - Disse, minha voz quebrando novamente. - Você é minha âncora, ainda que isso soe brega, Harry.

Harry sorriu abertamente, quase rindo de nervoso. Ele juntou nossos lábios num beijo apressado e segurou meu rosto com força. - Eu vou sempre estar aqui, Louis. Sempre que você precisar de mim. 

E ele realmente cumpriu com sua promessa. 

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