Fatos

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        Caminhando entre a plantação de café, Thomas procurava o capataz da fazenda que ali estava sempre cuidando da plantação. O capataz era um velho de 65 anos, se chamava Chico e não tinha família, este sempre trabalhou na fazenda como capataz e sempre cuidou do grupo de cinco amigos e os conhecia muito bem. Thomas lhe procurava com a intenção de velho Chico saber de algo. –Thomas meu filho, houve tempos que você sempre vinha nessa plantação me procurar, eu lembro de todos vocês correndo por esse cafezal. –Disse o velho se aproximando de Thomas. –Seu Chico, depois da morte de Nathan... enfim, você sabe o que aconteceu. Mas agora o que me traz aqui são outras lembranças, preciso que me diga o que lembra daquela noite a sete anos atrás. –Ambos sentavam-se em um banquinho debaixo de um dos pés de café.

-Thomas, eu sou apenas um velho, minha memória é fraca, talvez eu não lhe ajude em nada. –Proferiu velho Chico a Thomas.

-Não tem problema seu Chico, quero apenas que me fale o que lembra, por menor e mais insignificante que seja. –gentilmente falava Thomas com o velho.

-Lembro-me que tinha uma tremenda tempestade, naquela noite eu fui ao estábulo, pois os cavalos estavam assustados, um dos cavalos até fugiu, inclusive o que fugiu era o seu cavalo, eu corri atrás, mas acabei lhe perdendo, logo em seguida Lucio chegou ao estábulo todo molhado em cima do cavalo que tinha fugido. Ao chegar ele nem me viu, só foi direto pra casa grande. –Ao falar, o velho ficou pensativo forçando sua mente cansada a lembrar de mais alguma coisa. Thomas ouvia tudo atentamente tentando juntar os fatos. –E sobre o comportamento dele nos últimos dias?

-Sobre o comportamento dele, eu sei o que todo mundo sabe, antes de sua morte ele quase não falava comigo, mas eu sei que ele tinha um relacionamento com a filha do Lucio, sei que aproximadamente um ano antes de sua morte, Cassandra mudou totalmente seu jeito com ele, ela tentava disfarçar, mas eu via seu olhar de raiva, de desdém, de angustia... tinha alguma coisa ali. Já John sempre tratou Nathan muito bem, ele tratava Nathan diferente de qualquer um de vocês, ele sempre fez tudo por Nathan. Você sempre foi imparcial do início ao fim, se fosse você eu saberia. –Falou velho Chico que se levantava com Thomas. –Venha comigo, você precisa conversar e desabafar.

             Ambos saíram andando entre a plantação de café. Thomas queria e precisava encontrar um assassino, Nathan era seu amigo, ele lhe devia isso, mas tudo parecia difícil, ele precisava encontrar provas, precisava pensar e juntar as peças. –Seu Chico, alguma coisa foi tirada ou colocada na casa grande dentro desses sete anos que não estivemos aqui ? –Proferiu Thomas andando com o velho. –Não Thomas, nada foi substituído ou adicionado na casa, ela está exatamente como estava há sete anos. Essa resposta para Thomas tinha sido como um tônico para sua aflição, talvez procurando pela casa ele pudesse encontrar alguma coisa. –Lembra desse lago? –Disse velho Chico ao chegar com Thomas no lago de águas claras. –Claro que lembro, eu brincava aqui com os outros, mas o que tem haver? –Falava o garoto lembrando de alguns momentos ali. –Me lembro que você vinha pra cá para pensar quando estava com problemas, agora Thomas pense, eu confio em você meu garoto.

              Ao terminar de falar, velho Chico saiu e deixou Thomas sozinho para pensar e colocar a cabeça no lugar. Thomas tinha ficado ali pensando no que fazer. Antes de vir, Thomas não imaginava que encontrar o assassino fosse tão difícil.

                Já era noite, as águas refletiam a luz da lua e a brisa gélida percorria todo o local nas proximidades do lago. Não existia nenhuma outra fonte de luz por ali a não ser a da lua. Thomas estava sentado na beira do lago com pedras nas mãos jogando dentro da água, aquele com exceção do barulho dos animais era o único barulho que ecoava pelo local. Alguma coisa se movia nas margens fechadas pela mata na beira do lago, talvez fosse um animal. O barulho não se repetiu, logo Thomas permaneceu ali calado ouvindo a noite. Ao sentir uma forte pancada na cabeça, Thomas caiu para seu lado direito quase inconsciente, não conseguia ver nada, logo alguém lhe puxava pelos cabelos para mais perto do lago, Thomas ainda tonto estava desnorteado sem ao menos saber o que estava acontecendo, mas aos poucos ia recobrando a consciência. Antes que pudesse contra-atacar, sua cabeça foi mergulhada no lago, Thomas ainda recobrando sua consciência tentava se erguer, segurava sua respiração o máximo possível, mas estava sem força, à batida em sua cabeça tinha sido muito forte, ele só se mexia por extinto para tentar se soltar enquanto alguém lhe segurava lhe afogando.

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Mais um capítulo aí pra vocês, espero que gostem, beijos. 

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