Thomas continuava pensativo em relação a conduta de Nathan, pensava se valia a pena encontrar quem era o assassino de alguém que tinha feito tanto mal, mas este não podia se desviar do motivo pelo qual estivera ali que era pegar o assassino de Nathan independente de outras coisas, Thomas só não imaginava que seria tão difícil assim, tanto por ser seus amigos como por ser apenas três, as chances de encontrar em um pequeno grupo eram boas, mas estava sendo tudo pior do que ele esperava.
O café da manhã estava à mesa no jardim, o grupo se acordava aos poucos e iam se dirigindo para lá. Ao sentarem todos, ninguém se manifestou com palavras, todos se olhavam, mas ninguém ousava quebrar o silêncio. Lucio por sua vez se preparava para falar, ele estava animado, talvez quisesse fazer um pedido e como esperado foi o que ele fez.
-Senhores e senhoras. –Olhou Cassandra. –Vivemos muita coisa aqui nesta fazenda, foi muito bom enquanto durou, mas após a morte de Nathan tudo mudou, se passou sete longos anos e todos se mantemos afastados da fazenda e de tudo ligado a ela, vocês já devem saber da minha situação financeira, mas ainda sim tenho dinheiro guardado em um outro banco na conta de minha mulher. Quero dizer que quero comprar a parte de vocês da fazenda. –Todos se surpreenderam e antes que ele pudesse terminar de falar, as indagações começaram.
-Ora, mas por quê? –Indagou Cassandra.
-Por mim tudo bem, só quero ficar bem longe desse lugar e de tudo isso?
-Mas por que quer uma fazenda tão improdutiva quanto esta Sr Lucio? Todos sabemos que essa fazenda quase não gera lucro, as terras são inférteis, não tem gado, é praticamente uma terra morta. O estranho é o que um cara empreendedor como você faria com uma fazenda como esta. –Disse Thomas com sua visão crítica.
-Respondendo a todos, eu quero essa fazenda, pois apesar do que aconteceu aqui, essa fazenda significa muito pra mim, tivemos ótimos momentos aqui, minha mulher está grávida e quero passar isso para o meu filho quando ele nascer. Eu voltei aqui somente por isso, amanhã trago os papéis para que assinem. –Aquela fazenda significava muito para cada um, mas todos pensavam que era melhor assim, não ter mais nenhum laço com essa fazenda ou a qualquer coisa ligada a ela. –Todos estão de acordo? Ninguém compraria essa fazenda improdutiva por mais do que eu estou pagando.
-Eu estou. –Dizia Cassandra como uma forma de se desconectar daquele lugar cheio de lembranças ruins.
-Eu aceito também. –Falou John.
Thomas relutava um pouco achando tudo aquilo muito estranho, mas ele ainda estava ali para encontrar o assassino de Nathan, mas seria bom se desapegar de tudo isso após encontrar. –Eu aceito sim Sr Lucio.
-Perfeito. –Disse Lucio bebendo um gole de café. Todos pareciam conformados com a proposta, inclusive Thomas que se mostrou relutante, mas ele sabia que isso era o melhor.
Ao levantar pensando, Thomas saiu andando do Jardim sozinho rumo a plantação de café. Nada parecia fazer sentido, todos eram culpados e ao mesmo tempo tinham seus motivos pensava Thomas. Como sempre, quando estava confuso ele ia ao lago para pensar. Ao chegar ao lago, Thomas se senta na beira e então começa a olhar alguns peixes lutando contra a corrente enquanto pensava, neste momento ele desejava ser criança novamente onde tudo era mais fácil, onde seu Chico lhe contava histórias envolvendo a fazenda, umas dos índios que moravam naquele local há muito tempo antes e outras de que aquelas terras eram cheias de diamante. Thomas passou o dia pensando. No final do dia Thomas voltou pra casa grande e passou o resto do dia em seu quarto.
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Faces De Vidro
Mistero / Thriller"Thomas, Lucio, John, Cassandra e Nathan são grandes amigos desde crianças, quase como irmãos. Cada um seguiu sua vida, mas nunca se afastaram, sempre se encontravam em uma fazenda uma vez por semana, especificamente aos domingos, porém tudo isso mu...