Ladon, era conhecido como o dragão guardião do velocino de ouro, mas bem, essa era sua função a muito tempo atrás. No tempo quando os heróis e deuses ditavam o rumo de tudo e não deixavam sua criação tão solta como nos tempos atuais, a verdade é que naquele tempo os deuses eram mais atuantes e nada que se sucedia em meio aos mortais se passava despercebido diante de seus olhos. Eram tempos os quais eles desfrutavam mais do que nunca de algo que lhes havia sido dado pelos deuses, O livre arbítrio. Eles construíam, destruíam e reinavam sobre si mesmos a um bom tempo. E na verdade aquilo era algo benéfico aos deuses, agora eles apenas concentravam-se em satisfazer seus próprios prazeres e caprichos, a guerra contra os titãs a muito havia terminado e a própria briga entre os Olimpianos havia cessado a eras. E assim o dragão Ladon permaneceu em esquecimento trancafiado em meio ao jardim aonde executava sua função de guardião, mas tão somente até o dia em que fora derrotado por Jasão. Após uma breve passagem pelo Hades, o mesmo foi julgado pelos três juízes do inferno e não foi visto nenhum mal em seu coração, afinal de contas Ladon de sua criação até o dia de sua morte havia obedecido as ordens de Zeus e assim fora feito. O resultado de seu julgamento foi o regresso a vida, para assim desfrutar da mesma e poder cometer algo que merecesse ser julgado pelos juízes, ele regressava ao seu corpo e agora estava livre do cumprimento de seus deveres, deste dia em diante Ladon poderia caminhar por entre os mortais e fazer tudo o que nunca pode, viver.
Como presente por seus serviços, Zeus havia entregue ao dragão o velocino o qual havia protegido durante toda sua primeira vida, era o objeto de cura máxima e que sem sombra de dúvidas o seria muito útil durante sua nova jornada de descobrimento e desbravamento sobre as terras as quais nunca ouviu falar. Era mais do que um presente para ele na verdade, era um símbolo de seu recomeço e de sua liberdade dos serviços prestados aos olimpianos, agora ele estava livre para andar e fazer o que bem quisesse sobre o solo da terra. Ele não se importava mais com limites, com conter a fera interior que habitava dentro de si, agora ele era ele mesmo Ladon o dragão, não mais o dragão guardião dos deuses e sim o dragão guardião de si próprio, em seus pulmões estava o ar da liberdade, liberdade conquistada ao preço de seu próprio sangue. Dragões sempre tiveram em si o prazer de dominar tudo aquilo o qual seus olhos pudessem ver, era algo mais forte que sua vontade vinha de dentro, vinha de seu espirito e sim, depois de séculos de escravidão, Ladon iria colocar tudo o que havia guardado para fora de si.
Alguns séculos se passaram, Ladon como todos os outros de sua espécie possuía uma habilidade inata para magia, podendo transmutar-se desde um pequeno falcão, até mesmo aos humanoides. E assim ele havia feito, durante muito tempo sua grande estatura e seu ar impetuoso de dragão dominaram grande parte do que hoje é conhecido como o Reino Unido, seu tesouro transpassava o limite de qualquer outro dragão e ele havia construído seu covil dentro de um complexo de cavernas na Escócia, lá era o lugar central de seu domínio. Mas tanto tempo deixando seus instintos a mostra fizeram com que ele despertasse a intuição draconiana, algo que só os da sua espécie sabiam, os rumores de caçadores que haviam derrotado outros de seus similares era algo que o assombrava de fato. Ele não gostaria da ideia de deuses daquele mundo vindo o enfrentar, afinal ele tinha muito o que perder, muito mais do que os próprios deuses, de fato se ele morresse iria conhecer a morte real, já se os deuses caíssem uma hora ou outra eles iriam retornar aos corpos pois seus espíritos eram imortais e assim faziam em seu ciclo infinito de vida.
Mas algo estava para mudar, os caçadores haviam capturado um de seus dragões companheiros. Por mais que dragões não gostassem de dividir território, Ladon havia aprendido algo com seu exilio, não se deixa ninguém sozinho e que quando os dragões estão juntos eles conseguem superar qualquer inimigo. Mas existia algo que havia sido plantado dentro de seu coração, não abandonar jamais os seus companheiros. E mediante aquela situação não poderia se imaginar algo diferente, Ladon revestia-se com uma roupa velha para que assim passa-se despercebido em meio aos guardas e assassinos do local que prendiam um dos seus, Astarbonyar era o nome do jovem dragão feito refém.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Somente Algumas Histórias
RandomNão, não é um livro onde eu conto a historia de um personagem principal. Também não é uma historia onde existe um gênero só. Aqui vai ser onde eu irei postar varias...One-Shots, ou seja, Historias de somente um capitulo. Poderá haver sim uma e out...