Capítulo 15 - Nós Dois Somos os Culpados

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E lá estava aquele sentimento covarde e eminente em meu coração. Queria ser perdoado, almejava que esquecêssemos o que não podia ser esquecido, um novo começo, talvez uma nova chance. Quem sabe até uma nova vida. Um recomeço.

You know I'm here

(Você sabe que estou aqui)

Quão era incrível em como um sorriso podia fazer meu coração pulsar com vitalidade, fazendo-me perceber que ainda podia ter um pouco de felicidade. Ter aquela sensação agradável e quente percorrendo pelas veias de meu corpo fazia-me consciente que ainda existiam tais sentimentos em mim.

You know I'm still your biggest friend

(Você sabe que eu ainda sou seu maior amigo)

Porém, era uma pena que a pessoa que me causava tamanhas emoções, fosse-me proibida.

And I still run away

(E eu ainda fujo)

From myself everyday

(De mim mesmo todos os dias)

And I bleed for unreal wounds

(E eu sangro por feridas irreais)

O que era um amor proibido, se comparado com o meu caso que chegava a ser impossível? ­­­­­

You lived by my side

(Você viveu ao meu lado)

Long enough to be loving you

(Tempo suficiente para te amar)

❆❆❆

— Já disse que não, Donghae! — repeti, batendo a faca com exagero nos legumes. Ele olhou-me com as narinas infladas.

— Por quê? — insistiu, percebi que tentava manter a voz calma.

Desviei a atenção do que fazia e o encarei, não era muitas vezes que juntava forças para olhá-lo, contudo quando estava irritado, percebia que conseguia fitá-lo sem passar mal.

Por quê? Você ainda me pergunta o porquê?! Isso é insano, loucura, só um demente concordaria fazer uma coisa dessas! Nós não fazemos ideia de que tipo de detetive ele é! Exigir para que nos encontremos em público?! Onde já se viu um absurdo desses! — respondi, voltando a prestar atenção no que fazia. Donghae observava-me preparar o nosso almoço, sentado no banquinho do balcão marmóreo.

— Achei o pedido bastante razoável. Nós somos assassinos, ele querer nos dar uma chance, isso já é muito! Não percebe a sorte que temos?

— Sorte? Você chama isso de sorte?

Estava incrédulo com o que acabara de ouvir.

— Está bem. Se você não vai eu vou.

— Como é? De jeito nenhum! Você não vai se encontrar com um estranho sozinho!

— Está me dizendo que não vai me deixar ir? — Sua voz aumentara alguns tons, seus olhos se estreitaram, felinamente.

— Exatamente!

Perfeição do ImperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora