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Michael já se encontrava acordado para ir ao colégio, estava deitado com preguiça de se levantar e começar a se arrumar, encarava seu pulso, como todas as manhãs desejando o dia em que receberia sua tão e esperada marca, onde nela iria aparecer a primeira letra e o sobrenome da sua pessoa destinada.

Toda manhã ele fazia isso, e toda manhã era a mesma coisa, seu pulso liso, sem nada, já chegará a chorar acreditando que nunca iria receber sua marca, que infelizmente ele seria sozinho para sempre, mas então aparecia sua mãe e o acalmava.

— Querido, já está acordado? – Karen pergunta colocando a cabeça para dentro do quarto.

— Sim, mamãe.

— Então levante ou vai se atrasar. – Sai sem deixar o mesmo responder.

Sem nenhum tipo de escolha o mesmo se levanta e se arrasta até o banheiro, tirando suas roupas e as jogando no chão, ao entrar no box deixa relaxar os músculos assim que a água morna cai sob seus ombros o fazendo soltar um longo suspiro.

Já trocado desce as escadas rapidamente, arrumando seu cabelo e andando em direção à cozinha, onde encontrou sua mãe já pronta para ir ao trabalho, se sentou à mesa e se serviu, sua mãe avisará que chegaria tarde, já que estaria de plantão no hospital, mas que poderia leva-lo até o colégio essa manhã, sendo assim logo saiu de casa.

Assim que avistou o colégio o mesmo já se preparara para o longo dia que teria, suspirou e se despediu de Karen com um beijo em sua bochecha e saiu do carro, logo que entrou na escola e no grande corredor, avistou Calum conversando com um garoto alto, com seus cabelos castanhos com alguns cachos, ele pensou em cumprimenta-lo, mas não sabia se devia, sendo assim seguindo seu caminho até seu armário, mas foi impedido quando um garoto esbarrou no mesmo.

— Olha por onde anda idiota.

O menino era um tanto quanto alto, era magro, mas tinha um pouco de músculo, seu cabelo era tamanho médio e o mesmo tinha um piercing em seus lábios, naquele momento Michael soube que aquele garoto não era uma boa pessoa.

— Desculpe, mas foi você que se esbarrou em mim, portanto olhe você por onde anda.

— O que disse? – O maior se virou olhando para o menor, seu olhar mostrava o quanto bravo tinha ficado, algumas pessoas no corredor já se preparavam para uma possível briga, cochichos já aconteciam e mais a frente, Calum junto com Ashton viram de quem se tratava, soltando um pequeno "merda" Hood arrumou sua bolsa em seus ombros e caminhou até seu novo amigo.

— E aí Luke. – O mesmo tocou no ombro do loiro. – Vi que comprou uma jaqueta nova, esta maneira.

— O que você quer viado? Quer apanhar junto com o coloridinho?

— Sabe como é né, novatos – Calum riu nervoso, coçando sua nuca – Juro que ele não vai repetir seja lá o que ele fez, é isto, então tchau.

Puxou o de cabelo vermelho se distanciando de Luke, que olhava para os dois sua mente trabalhava em alguns planos, ele não permitia que ninguém falasse com ele daquele jeito e saísse empune, ainda mais quando se era amigo do gayzinho da escola.

Já na sala, Calum se sentou ao lado de Michael, abaixando sua cabeça e começou a murmurar inúmeras coisas que o mesmo não entendia.

— Estamos tão fodidos. – Hood diz por fim.

— Por quê? Quem era aquele cara?

— Aquele cara era o Luke Hemmings, o filho da puta mais homofôbico dessa escola, aquele idiota já me bateu algumas vezes e acho que a próxima está por vim, porra eu não estou pronto para receber mais uma marca roxa.

— Ho-homofôbico? – Então Clifford soube que também estava tão fodido quanto seu amigo. – Que merda eu fiz?

— Relaxa, você não sabia, vou deixar essa passar, mas, por favor, nunca mais fale com o Luke, para o nosso bem.

O restante das aulas, Michael e Calum fugiram de Hemmings, o que não era necessário já que o mesmo nem estava ao menos ligando para eles, naquele momento, pois ele já sabia o que faria, o que seria o de sempre, o mesmo pensava que já fazia um tempo que não mostrara a lição ao Calum e agora tem o seu amigo, que para o mesmo deixava tudo ainda mais divertido.

Na hora da saída Hood disse que iria encontrar com a sua mãe na secretaria, deixando que Clifford saísse da escola sozinho, o que não foi uma boa ideia, assim que pisou fora do colégio ao longe pode ver Hemmings ao lado de mais três garotos, assim que seus olhos se entraram Michael soube que ali era seu fim.

O menor nunca tinha apanhado como aconteceu dessa vez, ele andava pela rua mancando, seu olho esquerdo inchado, sua sobrancelha direita com um corte, sua boca também havia um, suas costelas doíam horrores. Quando chegou a sua casa ele subiu os degraus indo direto para seu quarto e se jogando em sua cama, não aguentando de dor, não soubera se caiu no sono ou havia desmaiado, mas naquele momento foi um alivio por não sentir mais nada.

Clifford foi despertando com sua mãe o chamando desesperadamente, a mesma chorava de soluçar não sabendo o que havia acontecido com seu filho que estava todo machucado, Karen passava a mão pelo rosto do filho chorando pelo o que temia.

— O que aconteceu meu amor? Quem fez isso com você? – Sussurrava esperando respostas, mas elas não vieram.

Michael não conseguia responder, ao menos conseguia se mexer, seu corpo todo doía, sua mãe com cuidado ajudou seu pequeno menino a se levantar, o deixando sentando na cama, correu até o banheiro preparado à banheira, assim que ficou pronta voltou até onde estava seu filho e o carregando com muito esforço ao banheiro o ajudando entrar na banheira.

Karen cuidava do seu filho aos choros, Michael não estava diferente, ele nunca havia sido espancado, o máximo que acontecia na sua outra escola era alguns insultos, ameaças, mas nunca havia chegado aquele ponto, ele estava destruído, tanto por dentro, tanto por fora.

Sua mãe passava a bucha no corpo do menor vendo as marcas roxas em suas costelas, não aguentando se levantou ficando de costas ao de cabelo vermelho soltando alguns soluços, ela não entendia como alguém poderia fazer mal ao seu filho, alguém tão precioso como ele, que não fazia mal nem com uma pequena formiga.

— Quem fez isso com você? – Perguntou mais uma vez.

— Mamãe...

— Me responda! – Gritou querendo a resposta.

— Uns caras na rua. – Mentiu. – Me viram comprando umas revistas de meninas, então presumiram quem eu era e... Você já sabe. – O menor tinha medo de dizer a verdade e temer que acontecesse pior, mas o que ele não sabia era que sua mãe sabia quando ele mentia.

— Por que você não está falando a verdade? – Se ajoelhou perto do menino. – Por que está o protegendo?

— Só não quero que isso aconteça de novo – sussurrou. 

🆘️

OI oi oi, tudo bem com vocês? O que estão achando da historia? queria agradecer pelos comentários e votos anteriores, obrigadaaaa

🌟Revisado🌟

Homophobic - MUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora