Capítulo 4 - Finalmente

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Finalmente.
- Jiyong... é esse seu nome?
- Isso mesmo.
Deu a resposta após se desfazer do abraço.
- Mas eu não lembro de nenhum Jiyong
Falei ainda confusa por ele me ajudar
- Já te falei, não te conheço mas tô te devendo, aliás... qual é o SEU nome?
Achei justo.
- Ah sim, meu nome é Jeonsa, mas pode me chamar de Lin se quiser, não pergunte o porque do apelido. Nem eu sei.
Encarou-me prestando atenção
- Lin... tudo bem.
Já estava tarde e no outro dia era sábado mas mesmo assim eu estava cansada e precisava dormir cedo, então avisei a ele que iria dormir e que ele poderia dormir no outro colchão que tinha no meu quarto, ele me seguiu e se ajeitou no colchão reserva.
- Boa noite, dorme bem.
Ele falou suavemente
- Você também.
No meio da noite, comecei a sentir muito frio e,sem pensar muito, estendi meu braço ao alcance do colchão onde Jiyong dormia, empurrando levemente seu braço,o acordando.
- Ei, o que houve?
Ainda com sono, perguntou atordoado
- Eu tô com fr-
Ia terminar a frase quando ele levantou e sentou na minha cama
- O que você tá fazendo? – perguntei sem me mover muito para olhá-lo.
- Ué, você disse que tava com frio, você quer que eu te aqueça? – respondeu como se fosse a coisa mais normal do mundo
- Como assim? Eu nem te conheço! Sai da minha cama!
Ele estica seu braço até seu colchão e de lá puxa um dos lençóis que lhe dei para dormir, ele me enrola cuidadosamente e desce da cama.
- Boa noite. Está melhor assim?
- Boa noite pra você também. E bom... obrigada, está bem melhor. – respondi meio confusa com sua atitude que, apesar de tudo foi bem fofa e gentil.
Acordei cedo, e logo que abri os olhos, vi Jiyong sentado me encarando, logo abrindo um sorriso sem abrir a boca.
- Dormiu bem, moça? Bom dia.
Levantei-me bruscamente, me virando de costas e indo em direção a porta, deixando escapar um 'bom dia' seco sem olhar para trás, onde Jiyong se encontrava com uma expressão provavelmente confusa. Me dirigi ao banheiro ainda um pouco tonta de sono e nervosa com aquela situação, afinal eu havia dormido no mesmo quarto com um homem que eu acabei de conhecer. Saindo do banheiro, ouvi uma melodia familiar vindo da sala, era ele, estava ouvindo uma das minhas músicas preferidas, uma música que eu nunca senti exatamente os sentimentos que ela transmitia mas sempre quis ter a oportunidade de viver a letra. Final Song, de MØ, era uma daquelas músicas que mais me fazia viajar na minha própria imaginação e aquele estranho conhecido estava exatamente no meu apartamento escutando-a enquanto eu o encarava parecendo uma pedra.
- O-oque você tá fazendo com meu celular?
Ele sorriu de forma tímida,porém com cara de criança que apronta
- Eu tava vendo as músicas que você mais gosta,achei essa em primeiro,já que eu não tenho a senha foi a mais fácil de escutar,a primeira que aparecia no player da tela de bloqueio.
Eu o encarei ainda sem jeito e fui me aproximando para tomar meu celular de volta,quando cheguei perto e ele afastou sua mão do meu alcance,fazendo eu tropeçar e ficar cara a cara com ele,o observando com uma expressão serena porém diferente,talvez...ele fosse bem bonito de perto. Logo me pus de pé novamente e ficamos nos encarando até que ele decidiu me devolver o aparelho.
- Não precisa ficar assim,me desculpa se estou te incomodando.
Ouvi ele falar num tom meloso enquanto eu me virava em direção a cozinha,me fazendo parar e me sentir obrigada a falar algo.
- Não se preocupa, você não tá incomodando.
Continuei meu caminho até a geladeira e o chamei para merendar
Sentei-me a mesa após fazer os dois sanduíches e pegar a jarra de suco,ficando de frente a ele na mesa de apenas duas cadeiras. Ia começar a fazer minha refeição quando percebi seus olhos fixados em mim e fiquei novamente incomodada com aquele seu jeito, principalmente seu olhar,tal olhar que era tão cheio de mistério e que atraía qualquer um. Antes de levar o alimento até minha boca,eu quebrei o silêncio:
- Vem cá,por que você me encara tanto? E por que fica tão calado e sério me observando? Às vezes eu acho que você pode ser um psicopata...
Terminei de falar e ri um pouco ao final da frase,Jiyong corou e sorriu de lado
- Ah me desculpa...de certa forma,eu sei que isso te incomoda e eu acho engraçado quando você fica desconfortável,fica fofa...sem falar que...sei lá,eu gosto de olhar pra você.
Agora foi a vez das minhas bochechas tomarem um tom rosado,que se destacava muito mais pela cor pálida da minha pele. Ele abriu um sorriso e deu uma leve gargalhada,tampando a boca com sua mão.
- Olha só! Tá vendo?! É disso que eu tô falando! Você fica muito fofa quando tá tímida.
Naquele momento,eu me controlava para não dar um tapa nele,mas logo pensei,eu precisava de outra vingança,apenas uma brincadeira,ia ser divertido tirar ele do sério também.
- Até parece que você não é igual! Me fala, quem foi sua primeira paixão de colégio? Se não falar...
- Se não falar o que? Vai me obrigar? Olha eu vou falar...aish. Não tô afim mas ok, não sei do que você é capaz. Bom,eu não sei o nome dela, só sei que era muito quieta e parecia ser muito sozinha, não sei se ela imaginava que eu gostava dela. Agora você,fale você.
Ah,eu sabia.
- Aish,tudo bem! Ele parecia ser meio babaca e tinha um nariz empinado,mas eu sinto que ele era muita mais do que isso,eu não sou de me interessar por alguém sabendo que não vou gostar de sua personalidade, então eu acho que ele tinha mais a oferecer...ah,o jeito dele lembrava muito o seu.
- Ei! Pera aí! Cê tá me chamando de babaca?!
Dei uma gargalhada ao ouvir ele falando aquilo,suas reações eram sempre ótimas.
- Exatamente. Babaca. BA-BA-CA.
Desafiei-o e o vi levantar vindo em minha direção com um sorriso malicioso,eu me levantei,ainda rindo,me afastando devagar,comecei a andar mais rápido pelo apartamento,quando menos esperava,ele estava correndo atrás de mim pelo local. Eu conseguia certa distância mas logo ele chegava mais perto,ele realmente não ia desistir. Já exausta,acabei sendo pega por Jiyong,fui segurada por trás e logo abraçada por ele, nós dois já bem cansados sentamos ali mesmo,no chão gelado. Ofegantes e risonhos, nos olhamos e ele falou:
- Você corre muito...mas eu corro mais.
Falou piscando pra mim,o que eu posso admitir que me desetabilizou por alguns segundos.
- Pra quê fazer isso? Eu tô morta agora!
Disse ofegante,quase sem conseguir pronunciar. Ele me abraçou carinhosamente e se desculpou sorrindo:
- Foi mal, não faço mais isso,desculpa
Eu assenti e encostei minha cabeça em seu ombro. Passamos certo tempo na mesma posição,sem falar nada,até eu quebrar o silêncio.
- Eu desculpo
- Como? – ele perguntou atordoado
- Eu desculpo pelo que você fez agora...Pera,você tá bem? Tá parecendo confuso...
- Ah não...eu tô bem sim,é que eu tava pensando em outras coisas.
- Posso saber o quê?
- Nada importante – concluiu,parecendo nervoso e me deixando confusa
Após aquele momento,eu me encontrava um pouco pensativa durante o resto da tarde e só fui retirada de meus pensamentos pelo mesmo que os preenchia. Sentada no sofá por um bom tempo,fui interrompida de minhas dúvidas ao sentir duas mãos em meus ombros e uma respiração próxima do meu ouvido,o que fez minha pele se arrepiar um pouco pela sensação e,principalmente,por quem estava me causando aquilo.
- Acorda! Agora eu que te pergunto...Você tá bem? Passou a tarde assim...
- Eu tô normal,na medida do possível,eu acho.
- É que eu tava pensando se você não tá com vontade de sair,sabe?! Passear.
- Pra onde por exemplo?
- Você gosta de ir à praia de noite?
- Vou me arrumar. – confirmei na hora
Me direcionei ao quarto,abri meu guarda-roupa,procurando uma roupa leve e clara. Decidi usar um vestido branco com certa transparência,com mangas compridas e na altura do joelho. Para calçar,escolhi um tênis branco e simples. Passei um batom vinho escuro e uma maquiagem básica,porém mais voltada para o preto nos olhos. Saí do quarto, percebi que Jiyong estava no banheiro se arrumando e tudo que eu conseguia sentir era um perfume muito bom. Me sentei no sofá,esperando o rapaz sair. Ao vê-lo,eu fiquei impressionada no modo em que ele ficava mais bonito cada vez que passava. Ele vestia um calção preto com a barra desfiada e uma blusa branca com uma jaqueta jeans por cima,além de um tênis preto. Mas seu cabelo laranja molhado e bagunçado era o que mais me chamava atenção. Eu naquele momento provavelmente já estava com a baba escorrendo,então voltei para a realidade e tentei disfarçar,talvez não tenha adiantado pois ele soltou um sorriso de canto e abaixou a cabeça e levantou-a de novo.
- Vamo? – ele chamou
- Vamo sim.
Chamamos o táxi e esperamos na calçada ele chegar,por vezes nos encarávamos e desviavamos os olhares,até ele acabar aquele clima.
- Você tá bonita e nem tá arrumada de forma exagerada. Gostei. É difícil ver alguém assim.
- Ah brigada,você também tá muito bem. Tá bonito.
- É. Eu tenho certeza que você acha isso. Pelo jeito que você me encarou quando saí do banheiro...
Ele conseguiu me deixar quente de vergonha logo naquele momento,então o táxi chegou. Finalmente.

Fate (G-Dragon)Onde histórias criam vida. Descubra agora