Sempre foi tudo muito sem graça na minha vida após os estudos, nunca foi tumultuada e eu sempre fui muito sozinha, o que podia ter me deixado mais triste, mas na verdade, eu gostava de ter uma vida assim, gostava de ter essa calmaria, já que, mesmo monótona, minha adolescência foi preenchida por momentos confusos e muito estresse, eu precisava descansar um pouco quando fosse independente. O que não me impediu de sempre levar a lembrança de Jiyong comigo, já que ele foi a pessoa que mais marcou minha vida. Acho que no fundo, eu levava minha vida esperando respostas sobre como ele estava, ou o que ele pensava de mim, talvez até esperava que o visse de novo.
E era isso que eu estava fazendo naquele momento, quase 2 anos depois de que nos reencontramos, o encarava enquanto ele arrumava as malas dentro do carro.
Nossa primeira viagem juntos. Estávamos indo para a serra, um lugar que eu sempre gostei, por causa do clima frio. Eu segurava seu casaco no braço esquerdo, ainda parada, o olhando fixamente, esperando que ele percebesse. E dessa vez ele percebeu, não era mais como no colegial, agora nós pertencíamos um ao outro.
Olhei pra ele, agora sorrindo, e estendi o braço para que ele viesse pegar o casaco. Ele chegou perto e parou, olhou para a peça de roupa e depois pra mim, e então pegou o casaco e se afastou um pouco em direção a algumas flores e pegou duas delas, colocando uma em meu cabelo e outra no casaco, que ele agora vestia.
Eu corri para abraçá-lo. Pude sentir o seu cheiro, ele usava o mesmo perfume de sempre, e era tão bom. Agora ele estava com mais tatuagens do que antes e com seu cabelo preto de novo. Ele parecia mais lindo do que nunca.
Ele me segurou forte e soltou um leve riso, levantei minha cabeça para poder ver seu rosto, e ele estava com aquele sorriso de criança que eu achava super fofo, algumas vezes ele parecia ter 5 anos de idade.
- Você sabe que tem que fechar o porta-malas, não é? – perguntei, ainda abraçada com ele
- Cara, você acha mesmo que eu ligo pra isso enquanto eu te abraço? – ele deve ter feito uma cara de deboche, certeza.
Até parei pra pensar em como eu conseguia quebrar o clima em vários momentos, por conta do meu estresse, eu ainda estava aprendendo a aproveitar as coisas e ele foi o que mais me ajudou.
Desfizemos o abraço e entramos no carro após arrumarmos tudo. No caminho, começou a tocar Final Song, nossa música. Na verdade, minha música preferida, não tenho culpa se tive que compartilhar tudo com ele. Tudo era sobre ele depois que ele reapareceu em minha vida, e talvez fosse esse o motivo de ela ter ficado tão interessante e colorida, na verdade, talvez sempre tenha sido sobre ele.
Era muito cedo, quase 6 da manhã, quando saímos em direção ao nosso destino. Isso é um dos maiores sinais do que ele mudou em minha vida, nunca acordaria cedo assim se eu não fosse obrigada, mas agora valia a pena. Foi isso que minha vida virou, ele fazia o que queria e eu podia fazer o que eu sempre quis, junto dele, tudo nosso se misturava, os problemas, as conquistas, as loucuras.
Estávamos hospedados numa casa em lugar alto e frio, ficamos conversando na grama, já de noite.
- Lin, não tem nenhuma estrela hoje, ou eu não tô vendo? – perguntou-me confuso
- Eu também não vejo nenhuma, Ji – sim, eu peguei o hábito de chamá-lo assim, coisa de casalzinho apaixonado. Eu teria nojo antes, mas quando você vive aquilo, é muito legal.
Ele então olhou pra mim e segurou minha mão, me levando pra dentro da casa alugada. Fomos até a cozinha, ele puxou a cadeira pra mim e fez tudo isso em silêncio, o que meio que me irritava, mesmo que eu fizesse o mesmo o tempo todo, então resolvi não reclamar. Trouxe um bolo pequeno, o suficiente para nós dois.
- Surpresa! Feliz aniversário de dois anos do acidente que mudou sua vida! – ele gritou enquanto colocava um daqueles chapeuzinhos de aniversário infantil na minha cabeça.
Suspirei e ri do seu jeito. Ele sempre me surpreendia.
- Que tipo de comemoração é essa Jiyong? Meu Deus. – falei rindo, mas no fundo eu sabia, aquele acidente realmente mudou minha vida.
Terminamos de comer um pouco depois. A viagem foi cansativa então queríamos dormir logo. Depois de tomarmos banho e vestirmos nossas roupas de frio, deitamos na cama e ficamos olhando para o teto que nem dois idiotas que não tinham nada melhor pra fazer, até porque já estávamos fazendo o melhor, estávamos nos divertindo na companhia um do outro.
- Tá ali! – gritei de repente, o assustando.
- Que? – ele parecia estar com sono.
- Ali! – eu disse enquanto apontava para a janela.
Jiyong olhou na direção em que eu apontava e agora havíamos achado a estrela, uma única, sozinha no céu azul escuro, seu brilho atravessando a janela por onde tínhamos sua visão. Eu sorri levemente. Observamos o corpo celeste por um bom tempo até adormecermos.
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Fate (G-Dragon)
FanfictionApós um acidente de carro, Gin Jeonsa se vê numa situação estranha com um alguém que ela nunca havia visto antes... ou havia? -Postado também no Spirit @viptopzera