Capítulo 8 - Cometi Um Erro

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*Jiyong POV
Quando o ônibus nos deixou no bairro em que nós morávamos – Sim, eu disse ‘nós’. Sabe, pode ser meio (talvez muito) cedo pra isso, mas eu quero mesmo morar com ela. – Lin já havia adormecido, já eu não consegui pregar os olhos o caminho inteiro, por mais que estivesse cansado, meus mil pensamentos não me deixavam dormir.
Tentei acordá-la mas logo mudei de ideia, ela não iria despertar e eu não queria perturbá-la, então arranjei um jeito de enroscar seus braços e pernas em meu corpo, a levando nas minhas costas. Sua leveza e calor em mim a faziam parecer um verdadeira pena de tão fácil que era carregar ela, eu me sentia bem quando tinha ela próxima de mim.
A carreguei pelas ruas ainda um pouco molhadas da leve chuva que caiu, me obrigando a andar devagar para não escorregar e derrubar nós dois. Continuava tudo muito silencioso e vazio na cidade, todos ainda estavam em suas casas. Ia andando e observando as casas que estavam pelo caminho, algumas com luzes acesas e outras já apagadas, imaginava as famílias que estavam ali e se algum dia eu teria uma feliz que nem aquelas deveriam ser.
Cheguei até o apartamento dela, subi logo pelo elevador. Caminhei até a porta da residência calmamente, e ela não havia dado um sinal de acordar esse tempo todo. Entrei no local, que estava bem escuro, tentando não bater em nada, achei o interruptor e liguei a luz. Me direcionei ao quarto dela e a coloquei na cama, mas antes de deitá-la, a vesti com meu casaco e enrolei os lençóis em seu corpo, afinal, a noite estava bem fria. Ela parecia uma criança dormindo toda embrulhada daquele jeito. Saí do quarto e fechei a porta.
Eu estava extremamente cansado, precisava dormir, mas antes, peguei um copo d’água e fui em direção a janela. Olhei para a rua vazia lá embaixo e para a névoa que pairava sobre as casas, eu achava uma bela paisagem.
Continuei observando pela janela, até que senti duas mãos se envolvendo no meu corpo, Lin me abraçou por trás.
- Então você acordou? – perguntei
- Você acha que sou sonâmbula? Óbvio que acordei – ela respondeu sarcástica
- Nossa, mas você já acorda assim?! Desculpa. Aliás, por que você tá me abraçando? – rebati, dando um gole na minha água
- Eu tava com frio... e faz tempo que não abraço alguém, como já te abracei hoje mais cedo, acho que posso abraçar de novo, não é? – respondeu quase em um sussurro
Me desvencilhei de seu abraço e me virei em sua direção, começando a encarar ela. Mal podia ver seu rosto, já que estava num lugar onde a luz não chegava muito. A observei por alguns instantes e sei que ela fazia o mesmo comigo. Pensei mil vezes em beijá-la, era o momento perfeito, mas talvez eu estivesse indo rápido demais, não sei qual seria sua reação, talvez ela me desse um soco.
- Você pode me abraçar quando você quiser.
Após responder sua pergunta, eu a puxei e abracei forte, beijei sua cabeça e nós ficamos uns 5 minutos abraçados, aproveitando para nos livrar do frio.
Depois desse tempo nos abraçando, ela segurou minha mão e me puxou para o sofá.
- Tô sem sono. – Lin falou repentinamente
- Eu também – menti, na verdade eu ainda estava cansado, mas queria fazer companhia a ela.
- Vamos assistir alguma coisa? – falou enquanto pegava o controle e já começava a procurar algum canal
- Claro. Tipo o quê? – perguntei, já que eu não tinha opção.
- Programa de Culinária! – ela quase gritou, mas eu a olhei com o dedo indicador na boca, fazendo sinal de silêncio, pois já estava tarde.
Ela me encarou, com a mão tapando a boca e começou a rir, eu não aguentei e ri baixo com ela.
Nós relaxamos e começamos a assistir. Até que eu decidi apoiar meu braço no encosto do sofá, pro lado onde ela estava. Ela se aproximou e novamente se encostou em mim, como havia feito no ônibus, só que dessa vez, eu peguei um cobertor que estava no braço do sofá e nos enrolei.
Podia sentir sua respiração contra meu peito e fui abraçado por ela enquanto a encarava. Eu precisava dizer pra ela o que eu estava sentindo.
Alguns minutos depois, senti que ela estava quieta demais, e eu já não aguentava mais ver aquele programa, criei coragem para falar pra ela, até porque, eu não tinha mais nada de interessante pra fazer e podia mudar de ideia se deixasse pra depois.
- Lin...
Ela não responde, percebi que estava dormindo.
- Jeonsa, acorda. – eu não chamava ela pelo nome, mas dessa vez eu precisava.
- Hmm... quê? Oi? O que foi? – ela respondeu meio desnorteada e sonolenta
- Jeonsa. – eu estava muito nervoso, só queria me livrar daquele peso na consciência.
- Fala... pera, por que você tá me chamando assim? – falou esfregando os olhos, ainda um pouco lenta.
- Eu tenho uma coisa pra te falar. – disse seco
- Você um assassino procurado pela polícia a mais de 5 anos? – ela estava claramente zonza de ter acabado de acordar.
- Não. É sério. – ao ouvir isso, ela se ajeitou no assento.
- O que poderia ser tão sério pra você me acordar de um cochilo após assistir um progra- – a interrompi com um beijo, só assim ela ia calar a boca.
- Era isso, me desculpa. – me levantei, a encarei por alguns segundos e me virei de costas, talvez eu tivesse cometido um erro.

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