Capítulo 2 - O Acompanhante

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Acordei em um lugar claro, talvez um hospital, havia uma enfermeira jovem ao meu lado, mas não conseguia ver muito ao meu redor já que meu corpo estava dormente.

- Olha só quem acordou! Como se sente?

A moça me perguntou.

- Não sei... um pouco dormente, mas afinal, por que estou aqui?

Respondi com outra pergunta

- Quando tiver alta amanhã nós explicamos, mas resumidamente você sofreu acidente, mas não se preocupe, tá tudo bem com seu corpo.

Ah não. Acidente não. Eu mereço!

Logo após, ela saiu do quarto depois de me dar um tipo de sonífero, só ouvi um múrmurio ao meu lado, mas já estava sem forças para checar o que quer que fosse pois estava caindo de sono e logo adormeci. Acordei de madrugada querendo ir ao banheiro, mas estava muito escuro, me sentei na cama e olhei para o sofá ao lado da cama e não pude deixar de notar uma sombra, era um acompanhante, estava dormindo meio desajeitado, não conseguia ver detalhadamente mas era magro e não tão alto. Me perguntava quem poderia ser, já que nunca tive pessoas tão próximas assim, era um completo mistério pra mim. Levantei silenciosamente e olhei num mapa na parede do corredor onde se localizava o banheiro, segui um pouco a frente e virei a direita, entrei no banheiro e me encarei no espelho, me encontrava um pouco assanhada, menos do que eu imaginava, ainda sim arrumei meu cabelo, fiz o que tinha que fazer e fui para meu quarto, abrindo a porta devagar para não acordar o acompanhante misterioso. Deitei na cama e fiquei parada olhando para o teto por alguns instantes então ouvi a pessoa se movimentando ao meu lado e fiquei praticamente estática. Senti seus passos se aproximando e automaticamente fechei meus olhos, por mais que soubesse saber qauem era eu estava com medo acima de tudo. Senti sua respiração se aproximar e sua mão tocar a minha, até sentir seus lábios em contato com minha testa.

- Me desculpa por isso tudo, foi culpa minha.

Aquela voz ecoou no meu cérebro enquanto eu estava totalmente paralisada, sem saber o que pensar acabei ficando acordada até as 5 da manhã mas adormeci pois a exaustão já havia tomado conta de mim. Por volta das 8 da manhã, percebi a janela sendo aberta e o Sol invadindo o quarto, me deixando levemente cega. O tal que abria a janela era um rapaz com o físico do acompanhante, era ele, só havia nós dois no local. Ele possuia um corpo magro, não era tão alto e era bem tatuado, além de ter o cabelo laranja, o que dava uma diferença para sua aparência. Antes que pudesse falar alguma coisa fui retirada de meus pensamentos quando ele se virou.

- Bom dia. Dormiu bem?

Eu só conseguia encará-lo sem falar nada, depois de um tempo olhei para o chão e respondi.

- B-om dia... não dormi quase nada. Mas quem é você?

Ele chegou mais perto, pude ver pela sua sombra no chão que eu tanto encarava.

- O que você tem que não olha pra mim? Você... tá com medo?

Eu respirei fundo, não queria dizer isso, ele nem parecia ser ruim.

- Na verdade, tô meio assustada, mas também confusa

Ele colocou a mão sobre meu ombro e se sentou a minha frente, fazendo eu o encarar, podia ver claramente seu rosto, que por algum motivo me parecia bem familiar. Nos encaramos por alguns momentos, ele me lançou um olhar calmo, que eu sentia que já havia visto em algum lugar.

- Não fique, vai ficar tudo bem, posso te levar pra casa quando tiver alta hoje...

Ele quebrou o silêncio, fazendo um sorriso aparecer no canto de sua boca. Eu sorri fraco.

- Muito obrigada, não sei seu nome mas obrigada por me ajudar.

Soltei a frase esperando uma resposta esclarecedora.

- Tudo bem, não precisa agradecer, tô te devendo.

Não acredito, mais uma vez não descobri seu nome, parecia que ele fazia de propósito. Passamos um tempo assistindo TV até eu ser liberada pouco depois do almoço. Recebi instruções de como cuidar dos ferimentos e fizeram meus curativos, o rapaz ao meu lado parecia prestar muita atenção. Nós saímos do hospital e ele chamou um táxi, já que nossos carros estavam acabados. Não demorou muito e o carro chegou, eu dei meu endereço para o motorista e ele nos deixou em minha casa. O rapaz pagou o táxi e me acompanhou até a porta do condomínio. Ele parou e ficou olhando pro chão, aparentemente sem graça, eu não entendi muito bem, decidi falar algo.

- Ei, você... pode ficar aqui em casa hoje?

Falei sem pensar direito, desconsiderando o fato de deixar um desconhecido ficar na minha casa.

- É... mas é claro, posso ficar o tempo que precisar.

Respondeu e eu senti como se ele estivesse falando de um período de vários dia talvez, fiquei um pouco incomodada com a ideia, mas não podia fazer nada, foi ideia minha.

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