*Jiyong POV
Cada vez mais eu percebia o quanto ela ficava desconcertada com minhas ações, isso quer dizer, estava dando certo. Chegava a ser engraçado o jeito com que tentava disfarçar seu nervosismo, devia realmente achar que eu não percebia quando ela fazia suas caretas de confusão. Eu nunca deixei de amá-la. Acabei de confirmar para mim mesmo o que já era fato. Só espero que eu possa conquistar seu amor dessa vez.
Fui em direção a sala de estar e liguei a TV. Estava passando algum jornal que eu realmente não me importava em prestar atenção na matéria que estavam noticiando, mas devia ser algo ruim, como sempre. Não conseguia parar de pensar nela e em como eu poderia conquistá-la.
Pensei em algo especial, minha ideia era algo simples e complicado ao mesmo tempo. Eu iria levá-la para um lugar onde ninguém pudesse nos atrapalhar, uma parte afastada da cidade, o parque em que nós íamos nos passeios mensais da escola.
Enquanto eu estava imerso em meus pensamentos, não percebi o par de olhos fixados em mim, que já estavam ali por um tempo me observando. Rapidamente sacudi minha cabeça e suspirei, eu devo ter parecido um completo tonto reagindo daquele jeito, talvez ela me achasse ridículo. Nos encaramos por alguns segundos e ela virou o rosto bruscamente visivelmente tímida, mas dessa vez, eu não poderia soltar um sorriso cínico pois eu estava na mesma situação.
- Sabe... – eu comecei a falar sem saber exatamente o que dizer – Se isso não for te perturbar, eu queria que você fosse fazer umas compras comigo, você pode? Por favor.
- Hm... É, okay. Vou sim. – respondeu de forma curta.
Era uma noite fria, onde a maioria das pessoas estavam em suas casas, então vestimos roupas de frio e saímos em direção ao ponto de ônibus. Chegando lá, esperamos o ônibus em total silêncio, quando começaram a cair alguns pingos d’água, porém meu guarda-chuva já estava aberto nos protegendo. O transporte chegou finalmente. Entramos e esperamos o ônibus parar, pude observar o quão vazio o veículo estava, continha apenas 2 pessoas além de nós, o motorista e o cobrador. Igualmente às ruas da cidade, não havia ninguém fora de casa.
- Pra onde estamos indo? – ela perguntou após perceber que não estávamos indo para o caminho do supermercado.
- Espere e verá. – respondi concentrado na paisagem chuvosa e escura.
O silêncio se instalou no ônibus até chegarmos ao parque. Chegando lá, descemos e ela deu uma boa olhada ao redor enquanto eu observava sua expressão perdida, o que quase me fez rir.
- Que lugar é esse, cara? Eu sinto que já vim aqui. Mas por que me trouxe aqui? – me perguntou mais confusa do que nunca, enquanto eu segurava o riso.
- Faz um esforço e tenta lembrar daqui, eu não vou te sequestrar, então relaxa. – respondi antes que ela pudesse pensar algo errado sobre mim.
Ela andou um pouco por entre as árvores, e nesse tempo, eu pude observá-la como não havia antes, ela me passava uma certa paz com seu olhar curioso. Só espero que não esteja escorrendo baba no canto da minha boca neste momento, porque eu já estava hipnotizado. Eu realmente estou apaixonado, uau.
- Ei! Eu lembro daqui! Era aqui que nós fazíamos os passeios da escola. Então era verdade mesmo que a gente estudou junto?! Desculpa por duvidar. – ela quase gritou, me assustando.
- Ah, sim sim! Isso mesmo. Você acertou. – falei com um leve sorriso no canto da boca.
Nos aproximamos de uma pedra grande que havia ali e nos sentamos nela. Eu sabia que tinha alguma coisa que a traria mais lembranças, só não sabia onde estava.
Olhei um pouco ao redor e vi uma cerca com várias margaridas dentro, finalmente achei. Fui diretamente ao local e comecei a cavar um buraco pequeno ao lado das flores, peguei a caixinha que havia deixado lá em meus tempos de adolescência. Dentro da caixa, existia um papel, que eu nunca esqueci do que estava escrito lá.
*FLASHBACK ON*
“Não se preocupe, por mais que você não saiba quem sou, estarei aqui por você.”
Eu não fazia ideia o que estava passando na minha cabeça pra escrever aquilo, e ainda mais, esperar que ela visse e soubesse que era pra ela, mas não custava tentar. Guardei o papel com a frase dentro de uma caixa e a enterrei ao lado das minhas flores preferidas, as margaridas. Sim, eu gosto muito de flores.
Como cheguei mais cedo apenas para fazer isso, tive que esperar sozinho meus amigos chegarem e o sinal de entrada do colégio bater, foi bem entediante e eu pensei muito em se daria certo ou não, estava quase desistindo quando ela chegou, e como não queria que ela me visse mexendo na terra, eu simplesmente esperei ela se aproximar e a empurrei pra perto da caixa no chão. Óbvio que eu não a joguei, eu fingi ter esbarrado nela sem querer, mas não pude evitar sua reclamação.
- Garoto, você tá louco? Olha por onde anda, agora tô suja de terra!
- Olha você por onde anda! – falei e saí rápido dali
Me escondi atrás de uma árvore e a olhei, vendo que ela havia lido o papel, eu acabei fazendo uma leve comemoração, então o sinal tocou.
*FLASHBACK OFF*
Enquanto eu encarava o papel, após me lembrar daquele dia, senti que estava sendo observado por Lin. A olhei e entreguei a caixa com o texto dentro.
Tudo estava se repetindo, mas agora eu estava sendo muito mais claro.
Ela leu o que estava escrito e me encarou. Eu assenti. Lin olhou mais uma vez para o papel e abriu a boca, certamente procurando palavras para falar.
- Eu... lembro disso. Mas não sei de quem foi, nem pra quem foi.
- Lin, foi eu que escrevi pra você.
Me encarou mais uma vez, agora com uma expressão de surpresa.
- Me diz, você lembra em quem esbarrou naquele dia? – perguntei a analisando
- Lembro sim, ele era um babaca, não lembro o nome dele, acho que era algo como Gi ou Ji alguma coisa – ela respondeu com certo tom de desprezo
- Jiyong, Lin. Era eu.
- Am... pera, como assim? Você era aquele babaca? Mas foi você também que escreveu isso pra mim? – ela parecia colocar aos fatos em ordem em sua cabeça.
- Para de me chamar de babaca. E sim, eu sempre gostei de você, mas pelo jeito você não ia muito com a minha cara.
- Ah, desculpa. Naquela época você era bem chato. Mas... eu também gostava de você, sabe, gostava mesmo.
Ficamos parados e calados sem conseguirmos nos olhar por algum tempo.
- Tá tarde, é bom irmos pra casa, pode ser perigoso. – falei depois de alguns minutos.
Fomos de volta ao ponto de ônibus e ele chegou rapidamente. Entramos e sentamos lado a lado no ônibus vazio, novamente em silêncio. Quando, levemente, sinto ela se aproximar de mim e entrelaçar seus dedos nos meus, a abracei e me aconcheguei com ela naquela cadeira desconfortável do ônibus, posso dizer que por hoje estava tudo bem.
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Fate (G-Dragon)
FanfictionApós um acidente de carro, Gin Jeonsa se vê numa situação estranha com um alguém que ela nunca havia visto antes... ou havia? -Postado também no Spirit @viptopzera