Capítulo 6 - Confusão Sentimental

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De manhã, logo percebi que havia adormecido, e todas as outras coisas do dia anterior voltaram para meu pensamento, mais e mais eu me lembrava de como havia reagido, e que talvez, só talvez, a minha reação tenha sido um pouquinho exagerada. Ótimo. Agora eu tenho uma nova paranoia. Me perguntava o por que de eu ter ficado tão chateada com aquilo tudo, e me veio à cabeça a probabilidade de eu estar gostando de Jiyong. Eu mereço! Já não bastava aceitar a estadia de um estranho na minha casa, e logo o estranho que me atropelou, ainda por cima eu me apaixonar por ele? Não! De jeito nenhum!
Após pensar sobre isso e brigar comigo mesma umas cem vezes, eu decido sair do meu quarto, preciso me recompor, isso não pode me atingir. Vou até meu armário e pego um short jeans e uma blusa de manga comprida branca, me direciono até a porta e saio do quarto. Ao sair do quarto, me deparo com Jiyong deitado no chão, bem ao lado da porta. Ele estava dormindo todo encolhido, já que o dia estava bem frio. Me pergunto por que diabos ele teria dormido ali.
- Jiyong? Acorda! Você tá bem? – o chamei
- Hum? – atordoado, ele balbucia
- O que você tá fazendo no chão? Por que você tá dormindo aí? – observo-o e falo
- E-eu não sei, na verdade, eu acho que acabei dormindo aqui. – senta-se e me responde ainda com sono
- Como assim? Como você dorme no chão em frente a porta do meu quarto por acaso? – pergunto confusa
- Acabei dormindo aqui pois estava esperando você abrir, mas acho que você dormiu. – respondeu me encarando com a mão no pescoço, provavelmente estava com torcicolo.
- Você tava esperando eu abrir pra que? Você podia ir dormir no colchão na sala.
- Eu queria conversar com você.
Olhei-o confusa, tentando decifrar qual seria o assunto.
- Sobre o que exatamente?
- Sobre ontem, eu queria me desculpar. Eu vi que você ficou chateada, e sei que aquilo foi bem chato, não foi minha intenção acabar com nosso encon- com nosso passeio. – ele me pareceu gaguejar com suas próprias palavras, confesso que achei engraçado e um pouco fofo.
- Eu já entendi, tá bom? Relaxa. – respondi, suspirando
- Não! Você precisa me ouvir! Eu não posso deixar esses caras atrapalharem minha vida pra sempre! Além do mais eu queria te conhecer melhor, era algo simples, e como sempre, eles chegaram e estragaram tudo!
- Vai com calma! O que eles fizeram de tão mal contigo? E porque me conhecer é tão importante pra você?
- Pra começar, eu conheço esses caras desde o colegial, e bom, diríamos que a gente andava junto, nós éramos os populares da escola. Mas aí que vem o problema, eu só me adequei, nunca foi uma vontade minha fazer parte daquilo, as pessoas sempre me trataram daquela forma por eu ter um estilo peculiar, que chamava atenção dos mais famosinhos da escola. Eu só aceitei pois eu não tinha mais nada pra fazer, além do fato de que eu via nisso uma forma de me defender de qualquer coisa que pudesse atingir minhas inseguranças, que pra deixar bem claro, eram e ainda são muitas. – respirou fundo antes de continuar – Bem, uma das coisas que eles fizeram comigo, foi me privarem de ter um tempo pra mim mesmo e de ir atrás de quem eu gostava, já que essa menina não se encaixava nos padrões que eles exigiam pra alguém que andava com o grupo.
- Uau... eu não sei o que dizer. Eles realmente parecem ser esse tipo de gente. Pude comprovar com meus próprios ouvidos. Mas você não respondeu tudo, por que é tão importante pra você saber mais sobre mim? – insisti
- Primeiro você me diz, o que você ouviu eles dizerem?
- Ouvi que eles falaram de mim, e não foi muito agradável. Parece que eles esperavam um nível mais elevado de alguém que anda com você. Agora me responde.
- Ah merda, me desculpa por envolver você com esses caras! Olha, eu não sei se estava nos meus planos te falar isso agora, mas a menina que eu gostava era você. – falou em tom cuidadoso e relutante
Naquele momento, eu congelei, e provavelmente, minhas bochechas estavam parecendo dois morangos gigantes. Eu não sabia o que dizer ou fazer, talvez eu soltasse algo sem sentido pela minha boca, ou saísse correndo, mas eu fiquei parada olhando pro chão.
- Ei.
Despertei de meus pensamentos rapidamente, após me assustar com seu chamado. Minha ficha começou a cair.
- Como assim? – foi tudo o que saiu da minha boca.
- Por que você tá tão chocada? Não acha interessante o fato de nós termos nos encontrado depois de tanto tempo e em tais circunstâncias? – disse sorrindo levemente, provavelmente estava rindo da minha cara.
- Pera aí, você me atropelou de propósito? – o empurrei, fazendo ele mexer um pouco sem sair do lugar
- Opa, calma! Não foi nada disso, eu não faria isso! Eu podia ter te matado! – afirmou com um leve tom de desespero – foi algo simples, chamado destino.
Eu o encarei, estudando cada pedaço do seu rosto, sua expressão, sua linguagem corporal, e principalmente, seu olhar mais do que marcante.
Você acha que vai me ganhar com esse papinho de destino? Eu sei que é bem estranho a gente ter se encontrado assim, mas talvez não seja pra tanto. Quem me garante que isso é verdade? – o questionei, mais para desafiá-lo do que por eu realmente acreditar no que eu estava falando.
Ele me olhou estreitando os olhos, talvez tentando processar o que eu havia falado. Logo após, virou de costas para mim. Eu não acredito! É assim que ele trata a pessoa que ele gosta?
- Jiyong! Por que você me deu as costas?! Vai me tratar assim agora? – o segui enquanto o mesmo se dirigia ao banheiro.
Parei na porta do banheiro, ainda esperando uma resposta, enquanto ele pegava a escova e o creme dental. Fixei o olhar em seu rosto, e antes dele começar a escovar seus dentes, me encarou subitamente, fazendo meu pelos do pescoço se arrepiarem. Parece que eu fiquei bem mais sensível depois de ele confessar o que sentia por mim na adolescência. Droga.
- O que? O que foi, Linie? – para minha surpresa, ele falou comigo de uma maneira fofa, nunca havia me chamado assim.
- O q-que... por que me chamou assim? – perguntei confusa
Ele apenas sorriu e bagunçou meus cabelos ao passar pela porta do banheiro. Cada vez eu ficava mais confusa na sua presença.

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