Na ponta dos pés

Capítulo 1 - My chaos

Oii seres humanos, tudo bem aí na Terra?
Tô aqui com mais uma fic Swanqueen, essa foi uma das minhas primeiras idéias e só agora estou começando a escreve-la, por isso perdoem os erros que vocês pode encontrar
Então aproveitem a leitura e vejo vocês nas notas finais...

Capítulo 1 - My chaos

De olhos fechados respiro fundo pela primeira vez no dia na sala em que entro, a sala onde é meu refúgio. Aqui dentro o mundo nunca me encontrou, é o local onde eu mesma me encontro. O local é pequeno comparado aos outros ambientes da companhia, fica ao final de um corredor e foi esquecido por todos, o que fez com que fosse amado por mim. Possui exatamente o que preciso: um espelho cobrindo uma das paredes, uma barra presa ao espelho e meu silêncio. Certo que o local possui algumas infiltrações e goteiras em dias de chuva, mas nada que não possa me preocupar apenas nesses dias, por enquanto sigo aproveitando os meus momentos como esse, onde ao finalizar mais um dia de aulas me encaminho para cá e posso a ficar na ponta de meus pés com a música do pequeno rádio me preenchendo.

Sendo essa minha vontade, abro os olhos e fecho a porta que ainda estava segurando enquanto meus pensamentos corriam pela sala. Deixo todo meu material ao lado para começar a tirar a roupa que estava vestindo, acabado ficando com um top, um shortinho e minhas meias tudo na cor preta, o que causa um grande contraste em meu corpo ao me olhar no grande espelho. Sempre fui uma garota alta, mas nenhuma das características corporais minhas são de chamar atenção, tenho seios pequenos e corpo definido graças à todos esses anos praticando o ballet, minha pele é branquinha cheia de pequenas marquinhas de pintas e meus cabelos loiros não são tão compridos já que não sou cuidadosas como deveria com eles, por esse motivo eles não ultrapassam a altura do meu peito. Um dos meus traços que mais me agradam são meus olhos em um tom de verde totalmente expressivos, para alguns é possível enxergar partes da minha alma por eles. Sorrio para minha imagem refletida e ponho-me a caminhar até a pequena caixa onde coloco meu celular e escolho a música para qual me entregarei hoje, após ter feito a escolha ando a passos calmos ao som da melodia de Beneath your beautiful, música do Labrinth com a Emeli sandé, até o centro onde repito o processo que fiz ao chegar a minha sala e a música começa a guiar minha sequência de movimentos, tento conectar meus pensamentos e meu corpo mantendo ambos em ritmos calmos ao coordenar meus passos para que possa iniciar meus giros e atingir com todo o meu corpo o chão em seguida. Faço movimentos que já sei de cor e outros que possuo dificuldade, tentando alcançar a perfeição e delicadeza que uma bailarina deve ter, mas minha mente me impulsiona para o caos que ela possui ao pegar partes da letra da musica e em segundos meus movimentos se tornam agressivos, possuindo mais intensidade do que deveriam quando vai atingindo o ápice da melodia tocada. Em alguns momentos, quando a música realmente me atinge eu tenho tendência ao descontrole provocado por memórias que a letra me traz, memórias do meu passado, de toda a destruição que causei na vida daqueles que eu sempre amei.Eu me via na letra dessas canção, sabia que ao redor de mim havia criado muros tão altos que passaram a me proteger, qualquer pessoa desistia de mim depois de tentar me alcançar porque eu não me permitia abrir minha alma,me libertar do meu passado.

Eu fui uma criança de rua, adotada apenas quando tinha 16 anos por um casal que sentiu pena da pobre menina que deu entrada no hospital por ter sido baleada. Eu vivia até aquele dia do jeito que eu podia, fazia serviços para quem me desse pelo menos uma moeda e fugia sempre que me encontravam, eu jamais seria colocada novamente em orfanato como o qual passei minha infância, onde era obrigada a limpar cada piso do local e ainda recebia punição ao fim do dia apenas por ser a mais nova. A partir do dia que consegui passar pelos portões e correr por quilômetros apenas para garantir que ninguém me pegaria, eu prometi a mim mesma que não colocaria os pés em um orfanato mesmo que eu estivesse nas piores condições e foi assim que passei a viver. Tinha apenas 12 anos e estava sozinha nas ruas, chegando assim ao ponto de trabalhar para traficantes no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, eles me davam o que eu precisava e eu só precisava levar uma mochila para alguns compradores, já que ninguém desconfiaria de uma doce menina andando por ai. Tudo funcionava bem até que desviei minimamente do caminho e me livrei de todas as drogas que eu estava carregando, porque em um rompante eu percebi que estava acontecendo o que eu prometi que jamais permitiria de novo: eu era usada para as coisas sujas e logo seria punida, foi então ao voltar para o morro em busca das minhas coisas que me encontraram e tentaram me eliminar aplicando a sentença de morte para quem desobedecia as ordens.