Fazia anos que eu não dançava ao som de Crazy in Love, da Beyoncé em sua versão original, e naquele momento eu não conseguia conter meu sorriso enquanto começava a mexer minha bunda e meus braços em movimentos rápidos, para logo em seguida repedir virada para o outro lado."Não é pra ficar igual trouxa sorrindo! Seja sexy, Emma Swan!". Minha consciência me repreende no momento em que começo a fazer minha caminhada estilo modelo de passarela. Mantenho meus olhos no largo espelho que a parede a minha frente possui, e graças ao reflexo do mesmo posso perceber os olhos de Regina descendo por todo meu corpo e, em seguida, indo de encontro ao meu rosto refletido no espelho.
Sustento seu olhar enquanto paro meu caminhar, colo minhas mãos na cintura e jogo meu cabelo em uma sequência de movimentos coordenados com meus ombros. Eu amava a liberdade que a canção me trazia, eu amava a liberdade que dançar trazia para meu corpo, não havia uma única barreira enquanto eu voltava a caminhar e no momento subsequente estava estendendo minha perna direita e abaixando.
Era incrível a sensação de todos os olhos estarem voltados à mim, Ariel e nossas mãos, sincronizadas, subindo por nossos corpos, mas estava sendo mais ainda delicioso ainda o olhar da Mills queimando em minha pele.
Cada movimento que eu executava aquelas orbes negras percorriam meu corpos, enquanto eu seguia Ariel para o lado direito da sala não pude desprender meus olhos da sua figura que exalava poder, e mesmo querendo negar no fundo da minha alma eu sabia que estava a desejando. Seu jeito prepotente era o que me tirava dos eixos e me provocava ira, mas ao mesmo tempo eu sabia que ela estava me atraindo de formas que não achei possível um ser humano fazer.
"Não custa nada brincar com fogo um pouco, né?". Grita meu diabinho interior e sendo realista eu sabia que acabaria saindo muito caro começar qualquer jogo com Regina, meu consciente começava alertar-me que envolver com a morena seria como ter que reviver tudo o que mantenho guardado a sete chaves e para não ter que abrir meu coração e ele mais uma vez ser destruído.
Mas sendo mais realista ainda, eu queria provocar e eu faria exatamente isso! Depois eu poderia culpar a dança por essa vulnerabilidade e algumas ideias ridículas.
Logo, quando chega o momento da coreografia onde terei que ficar de costas para o espelho e caminhar para o fundo da sala, faço cada movimento da formal mais sensual que eu consigo, chego a passar a mão em meus cabelos do mesmo jeito que já vi diversas mulheres fazerem enquanto dançavam em algumas baladas, incluindo minha melhor amiga que já tentou fazer com que eu a imitasse.
Eu podia sentir que enquanto eu leva meu quadril, e consequentemente minha bunda, de um lado para o outro eu possuía seu olhar dominado pelo meu corpo. Acredito que a maioria dos presentes no ambiente nunca viram eu dançar da forma que estava fazendo naquele momento, então não havia apenas o olhar da Mills mais nova hipnotizado tanto em mim quanto na ruiva ao meu lado.
A coreografia que Ariel e eu dançávamos era algo totalmente nosso, que surgiu após uma noite com bebida ruim e muitas lamúrias da ruiva que havia descoberto uma traição. Portanto era a primeira vez que o que dançávamos encontrava uma plateia. O fato que me surpreendeu foi ao passear meu olhar rapidamente pela sala quando fiquei de frente, eu encontrei o olhar de Fiona com uma expressão desejosa que eu nunca havia visto antes. Será que eu estava vendo realmente certo? Ou era tudo fruto da minha imaginação?
A música encontrava-se no refrão quando voltamos para próximo do espelho e nesse instante tudo o que escolhemos fazer eram movimentos rápidos e precisos que caso eu não prestasse atenção eu me perderia, o que me fez afastar os olhos da figura que eu havia reencontrado no meu caminho de volta e esquecer o que havia visto segundos atrás, mas meu momento favorito de tudo seria agora quando eu passava meu dedo descendo pelo meu tronco até a metade do mesmo e seguia o movimento com a palma da minha outra mão até chegar próximo ao cós da calça.
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Na ponta dos pés
Fiksi PenggemarEmma Swan encontrou no ballet seu local de fuga, o único lugar em que ela se permitia lembra-se e as vezes enfrentar seu passado. Ela fechou-se para o mundo, tendo algumas pessoas que ela verdadeiramente confiava. Mas o destino mexe em algumas coisa...