Quando minha mãe apareceu na porta, meu coração gelou e comecei a suar frio.
-O que é isso no seu braço? –perguntou se aproximando.
-Ah, eu cai no banco onde ficam os substitutos do jogo lá no campo. –respondi gaguejando.
-Tá louca menina, quem machuca assim num banco. –perguntou muito curiosa.
-Acontece com os melhores. –respondi rapidamente e continuei a fazer o curativo.
-Vou trabalhar, seu pai e eu vamos roçar o café, qualquer coisa é só ir lá. –respondeu indo para a cozinha.
- OK, mãe. –respondi gritando.
-E depois vou ir à escola para conversar sobre isso, ninguém pode machucar assim não. –respondeu vindo para meu quarto novamente.
-não é necessário mãe, o professor já foi notificado. –respondi rapidamente.
-Ah, então está bom, melhor assim. –respondeu saindo do quarto.
-Tchau mãe. –despedi-me.
-Tchau. –respondeu indo para o cafezal.
Fiquei muito aliviada de a minha mãe ter acreditado na minha desculpa esfarrapada, nunca quis mentir para ela, mas é para o meu e para o bem dela, nunca quis que ninguém se preocupasse comigo, sou um fardo para a sociedade.
Logo depois fui lanchar e começar a estudar para as provas de matemática, contabilidade e química, nas quais estava precisando de nota.
O dia logo acabou e novamente tomei meu banho e dormi cedo, por estar me sentindo dolorida e cansada.
A semana foi passando, meu braço foi sarando bem devagar, mas sarou.
Quando chegou à quarta-feira tive um desentendimento com Catharina, ela alegou que sou uma pessoa chorona demais e que eu não presto. Meu mundo voltou a ficar negro e tudo que pensei ser melhor, virou de cabeça para baixou novamente, mas dessa vez não me tranquei, segurei o choro até a aula de química na qual seria a prova.
-Bom dia turma. –disse Douglas, professor de química.
-Bom dia- respondi em voz baixa.
-Hoje vamos fazer a nossa segunda avaliação do segundo trimestre. –disse pegando muitos papéis em sua mesa.
-A prova tem quantas questões? –perguntou um aluno qualquer.
-Seis questões, quatro objetivas e duas discursivas. –disse entregando as provas.
Quando o professor me entregou a prova, eu não fiz nenhum esforço, minha cabeça doía muito e meu choro insistia em sair, eu não aguentava mais aquela sala e escrevi o seguinte na prova:
Nome: Sofia
Turma: 1°A
"Por questões psicológicas, não realizarei esta prova. Desde já agradeço a compreensão."
Entreguei a prova e professor não falou nada, como a aula era de 50 minutos, eu tinha 40 minutos livres, fui até o banheiro, lavei meu rosto e fui até o terceiro andar e fiquei admirando a paisagem para me acalmar, mas tudo que eu queria a era pular dali.
Peguei meu celular e sem nada para fazer, resolvi puxar assunto com alguém, mas alguém que eu não conhecia direito. Foi quando vi que Victor estava online. Victor é um garoto muito bonito, tem cabelos pretos, pele morena clarinha e olhos castanhos claros. Eu conheci Victor perto da minha casa, ele veio passar o carnaval com uma caravana de oração, foi em um culto que eu o conheci. Ele é um cara muito bacana, sempre extrovertido e alegre.
Eu não tinha a menor ideia de como começar a conversa e então resolvi começar com simples palavras que poderiam fazer diferença um dia.
-Oii. –mandei a mensagem.
-Eiii. –respondeu.
-Tudo bem? –perguntei.
-Tudo tranquilo, e com você? –respondeu.
-Que bom que está bem, eu estou quase bem. –respondi.
-Na verdade, to mal. - falei em seguida.
-Mas como assim Sofia? Por que está mal? –perguntou.
-Já te explico! –respondi com medo.
-Ah sim, vou esperar então. –respondeu.
-Então, primeiramente estou machucada, meu braço está muito dolorido, pois cai na Educação física. –respondi a pergunta feita anteriormente.
-Segundo, por que estou com um grande problema. –falei em seguida, complementando a resposta.
-E este problema é o que me deixa mal. - falei para terminar o assunto.
-Nossa, mas o que aconteceu com seu braço? –perguntou.
-Jogando futebol no campo, eu cai no banco dos reservas. -respondi.
-Qual é problema que você falou? –perguntou.
-O problema é complexo, mas acho melhor deixar quieto. –respondi.
-Olha, eu sou brincalhão daquela forma, mas quando se trata de assuntos sérios eu não sou de brincar. –respondeu em seguida.
-Eu percebi isso. –falei.
-Bom, se quiser me contar, pode confiar em mim, mas isso é uma decisão sua. –respondeu.
-Ok, vamos esquecer este assunto. –falei com vontade de acabar com o papo.
-Tem certeza que não quer mesmo conversar sobre isso? Qualquer coisa estou aqui pra te ajudar. –respondeu.
-Tenho, eu não quero chorar, mas qualquer coisa, eu falo com você. –falei.
-Tudo bem. –respondeu.
-Agora preciso ir, minha aula já vai começar novamente, tchau. -Falei, percebendo que faltavam 5 minutos para o começo da aula.
-Tchau. –respondeu.
Desliguei meu celular e fui diretamente para a sala. As aulas ao longo do dia passaram rapidamente e o bom é que não fiquei panguando na escola, mas sabia que no dia seguinte, teria que voltar para lá.
No dia seguinte, minha primeira aula era de química e meu professor ainda não tinham corrigido as provas, o que não fazia diferença para mim.
Mas de repente fui surpreendida pelo meu professor.
-Sofia, preciso conversar com você do lado de fora da sala. –disse abrindo a porta.
Fim do quarto capítulo!
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Ao acaso
RomanceSofia é uma garota de cabelos longos e pretos e tem apenas 16 anos, mas que passa por grandes turbulências e confrontos com a vida. Desconfortável com tudo que acontece ao seu redor, ela só pensa em tirar a sua própria vida, e então...tudo muda quan...