Sonho amargurado!

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Quando sai da sala, meu professor fechou a porta e ficamos no corredor que aparentemente estava vazio. Ele olhou para mim, sem falar nada e logo em seguida começou.

-Sofia, eu vi o seu recado na prova e fiquei preocupado. –disse olhando para mim.

-Pouco importa agora. –respondi friamente.

-Eu conversei com o psicólogo da escola e ele me informou que você passou por lá uns dois meses atrás e que você não aparentava estar bem. –disse novamente.

-Sim, eu passei por lá, mas o que isso importa? –perguntei nervosamente.

-Antes de te responder, deixe-me terminar. Eu fui então até a Daniely e ela me disse que você anda muito deprimida, sozinha e tem passado por muitas turbulências na sua vida pessoal e escolar. –disse olhando em meus olhos.

-Sim, realmente. Mas não quero que você venha a se preocupar comigo, eu vou ficar bem, eu acho. –respondi aliviada.

-Por isso, como seu professor e também preocupado com você tanto no lado psicológico e no lado das notas, eu queria lhe dar uma nova chance de fazer a prova, você aceita? –perguntou.

-Você que sabe, acho que por mim tudo bem! –respondi com animo, já que outro alguém faria isso por mim.

-Tudo bem então, semana que vem você faz a prova, na sala da pedagogia. –respondeu com um aperto de mãos.

Quando voltamos para sala nos deparamos com uma enorme bagunça, mas foi só o professor pisar na sala que o silêncio reinou. Na aula foi tranquila, apenas Simon me perguntou o que havia ocorrido e expliquei tudo a ele.

Simon, como já citado em fatos atrás, é um menino muito legal, ele sempre me ajuda nas situações, sempre que pode é claro, mas Simon é totalmente diferente de qualquer pessoa, ele se preocupa, ele é atencioso e muito mais que isso, ele é muito gentil. Ele tem cabelo loiro, olhos verdes é um pouquinho mais alto que eu (só pra deixar claro tenho 1 metro e 60 centímetros de altura).

A aula acabou mais cedo novamente por causa de motivos que desconheço, mas isso foi bom, assim eu poderia me concentrar nos meus estudos em casa e desabafar com minha prima Jane.

Ao chegar à minha casa, tomei um banho, pois estava muito suada e me senti suja, coloquei um short azul claro e uma blusa regata vermelha com uns desenhos muito bonitos, coloquei novamente meu chinelo preferido e fui até o encontro de Jane.

Minha casa fica a cem metros da casa de Jane, felizmente não preciso andar muito para vê-la e assim posso conversar e me divertir com ela, quando eu quero. Jane tem pele morena claro, com olhos castanhos e cabelos cacheados pretos, ela usa aparelho assim como eu, tem catorze anos e precisa usar óculos, mas ainda não tem coragem de usar.

Quando cheguei à casa de Jane me deparei com Fábio, o irmão caçula de Jane, ele tem seis anos e é todo atrapalhado e engraçado, tem cabelos castanhos mais claros que de Jane, tem pele branca e olhos pretos radiantes. Ele sempre é legal comigo e me ama muito, mas sempre inventa brigas.

-Oi, prima favorita! –disse correndo em minha direção e me abraçando.

-Oi bagunceiro! –respondi apertando-o contra mim.

-Minha irmã está ai, vou chamar ela, Janeeeee, Sofia está aqui. –Gritou quase e me deixando surda.

-Oiii, to indo. –respondeu Jane, vindo ao meu encontro.

-Oi Jane, tudo bem? –perguntei batendo em sua mão.

-Tudo e você? –respondeu bagunçando meu cabelo.

-É justamente sobre isso que quero conversar com você! Será que podemos ir até a ilha? –perguntei com cara triste.

-Claro que sim, vamos, antes que Fabinho veja atrás. –respondeu pegando pelo meu braço e saindo correndo.

A ilha é um cantinho que fica no meio do rio com água escoando pelos dois lados, ela tem uma ponte pequena no meio que dá acesso até ela. Ela é cheia de árvores com uma mesinha e um banquinho no meio dela.

Ao chegar lá, começamos a conversar, ela me falou mais sobre a vida dela na escola e foi ai que a conversa começou sobre o meu estado.

-Jane, acho que você precisa saber o que está acontecendo. Eu preciso de ajuda. –respondi começando a chorar.

-Sofia, eu não entendo, o que está acontecendo? –perguntou encostando-se a minhas mãos.

Foi quando eu levantei minha blusa de frio e mostrei meus ferimentos que ainda estavam em meu braço.

-Sofia? O que é isso? –respondeu ficando pálida.

-Eu tenho depressão. –respondi em meio ao choro descontrolado.


Fim do quinto capítulo!

P.S.: "Os verdadeiros sorrisos são aqueles ao seu lado, mas não percebe."

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