Pare de me perseguir!

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-Sofia, desculpa, mas tem algo muito errado com você. Pode falar poxa, estou aqui pra isso. –fala olhando em meus olhos.

-Nathany, é muito complicado falar de algo que está dentro de você, ainda mais quando você já se acostumou a isso. –falo olhando de volta.

-Sofia, não vou perguntar mais nada, mas saiba que você pode descobrir a chave da solução em seu coração. –fala me abraçando.

-Obrigada Nathany. Agora vou tentar cochilar um pouquinho. –falei deitando minha cabeça no vidro do ônibus.

O tempo passou e eu não percebi nada, quando estava perto do meu ponto Nathany me acordou, eu realmente deveria estar com muito sono para dormir tanto, nunca pensei que conseguiria.

Cheguei na minha casa um tempo depois, tomei meu banho e fui para o quarto, fechei a porta como de costume e fui fazer meus deveres. Uma caixa que eu havia escondido no armário me chamou a atenção, então fui até ela e abri.

Eram cartas que eu nunca li, eram de pessoas da minha antiga escola, peguei todas e comecei a ler uma por uma.

A primeira dizia:

"Amiga, te adoro você é uma pessoa maravilhosa, fico triste por você deixar a gente ano que vem, mas tomara que de tudo certo para você e que Deus sempre possa estar com você, e que todos os seus sonhos se realizem. Amiga eu te adoro e irei sentir saudades, saiba que sempre irei lembrar-me de você."

A segunda:

"Sofia, você sabe que longe ou perto você vai estar sempre no meu coração, não sei o que vai acontecer ano que vem, mas sei que esses anos de amizade vão estar no meu coração e que nunca vou esquecer você e que você nunca se esqueça de min, foi com você que eu aprendi o que é amizade."

Eu não aguentei, minhas lágrimas saltaram de modo imprevisível, terminei de ler todas e no fim, descobri um amor que eu não sabia que existia. Claro que nem todo mundo foi verdadeiro nas palavras, mas creio naqueles que confio.

Uma bola de sentimentos surgiu dentro de min, e senti que eu deveria conversar com urgência com o psicólogo da escola.

O sono logo chegou, foi fácil me concentrar em meus pensamentos. Felizmente não tive não um sonho, isso me deixou aliviada.

Quando amanheceu, acordei, fui ao banheiro, tomei meu café e me arrumei, coloquei meu uniforme, tênis e amarrei meu cabelo. Após tudo isso fui para o ponto de ônibus e brilhantemente Catharina já estava lá.

-Bom dia. –falei com uma voz fraca.

Pelo visto ela não fala mais comigo, nem liguei, fingi que sua presença era fruto da minha imaginação. Nem sei como ela consegue ser tão fria e rude com as pessoas, usar e abusar e depois jogar fora como um lixo.

O ônibus não demorou muito para chegar, ao entrar no ônibus sentei-me sozinha e fiquei vendo as mensagens no celular, conversei bastante com o Lucas.

Ao chegar à escola, nem esperei pelo intervalo, fui diretamente a sala do psicólogo e pelo meu ver ele havia chegado cedo.

-Bom dia. –falei batendo a porta.

-Olá, bom dia, entre! –disse olhando para mim.

-Posso me sentar. –perguntei.

-Claro, fique a vontade. Tudo bem com você? –perguntou voltando-se para um livro preto e anotando meu nome.

-O que é isso? –perguntei curiosa.

-São minhas anotações, o concelho me impõe isso, todos que falam comigo são citados aqui. –fala novamente sorrindo.

-Eu não me sinto bem. –falo com uma expressão vulgar.

-Mas, por quê? –pergunta voltando-se para mim.

-Eu não aguento minha vida, os tormentos e tentações, tudo parece estar contra mim. Meu passado foi de grandes ruínas e não aguento mais nada, simplesmente só quero uma coisa. –falo rapidamente mudando de expressão

-Que coisa? –pergunta ele olhando fixamente para o livro.

-Quero morrer, e ninguém vai me impedir. –falo com lágrimas saindo sem nenhum esforço.

-Eu vou ter comunicar isso aos seus pais. –fala olhando para mim.

-Não vai adiantar, mudamos de telefone. –falei rapidamente confusa.

-Eu consigo de qualquer jeito.- falou novamente.

-Eu furo os peneis desses carros da escola, mas você não vai falar com meus pais. –respondi vigorosamente.

-Você sabe que se fizer isso, a polícia federal que vai cuidar do caso. –disse me olhando.

-Não faça isso. –falei chorando.

-Vou ligar assim que possível para seus pais. –disse anotando algo em sua agenda.

-Quando? –perguntei rapidamente.

-Eu te dou até a próxima quinta feira para contar a eles, se não contar eu mesmo contarei. –disse seriamente.

-Eu te odeio. –falei saindo da sala.

Ao sair da sala do psicólogo fui diretamente para sala do Andrei, ele sabe me aconselhar muito bem, ao contrário do psicólogo.

-Andrei, ele vai contar para os meus pais sobre a minha doença. –falei chorando.

-Mas, Sofia, é necessário! –disse com uma cara de espanto.

-Você é um ignorante igual a ele, sabe o que você deve fazer? Sumir da minha vida. –respondi grossamente.

Fim do décimo capítulo!

Ao acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora