capítulo 5

937 69 2
                                    

Em fim chega a noite depois de um dia surpreendente e pesado. As palavras de Dylan insistem e me preocupar, enquanto eu começo a encarar ele como um verdadeiro problema. O loiro acaba por se tornar uma peça do jogo, da qual não consigo  antecipar os movimentos. Ele é como uma granada, ao mesmo tempo que está na minha mão, se eu não souber como manusear da forma correta, posso acabar me machucando.

Luna me ligou mais cedo confirmando o Jantar. Estamos nós dois em um elegante restaurante neste exato momento. Tento decifrar alguma tristeza ou raiva em bela enquanto conversamos sobre qualquer coisa, mas Luna parece normal.

Será que o plano não deu certo?

Ela é uma mulher muito elegante e charmosa, trajando um vestido preto e longo, que desenha perfeitamente o seu corpo alto, chama a atenção de alguns homens que estão nas mesas vizinhas, alguns até mesmo acompanhados. Seus cabelos castanhos, lisos e cumpridos estão soltos, enquanto os olhos castanhos não esboçam nenhum tipo aparente de decepção ou tristeza, oque eu realmente esperava ver hoje.

Decido tomar uma atitude, já passamos algum tempo conversando e apesar de eu saber esconder nem minha ansiedade, não tenho a noite toda.

- E seu casamento, como está?

Pergunto diretamente, ela não pode esconder tão bem suas emoções, só preciso de um sinal, mínimo que seja.

E ali está.

Por um segundo ela parece não saber reagir a pergunta. Como um raio um pensamento passa por sua mente e parece deixa-la sem resposta. Seus olhos ficam inexpressiveis e é como se estivesse congelada, procurando as palavras certas para esconder a verdade que eu já sabia.
Tudo isso acontece sem demora, se eu não estivesse atento a ela perderia os sinais, que desaparecem tão rápido quanto vieram. Ela abre um sorriso forçado, porém muito bem encenado, diga-se de passagem.

- O casamento vai bem. - Ela fala normalmente. - Aqueles problemas de casais normais, nada que não possa ser resolvido.

Um sorriso malicioso surge no canto de sua boca. Como se por tras daquela última frase existisse algo maior.

- Problemas é? - Insisto.

Ela me olha pensativa e parece ponderar, mas logo se ajeita na cadeira enquanto eu tomo um gole de vinho sem tirar os olhos dela.

- Acho que posso confiar em você.

Bingo! Tudo oque eu precisava para o meu dia ficar melhor.

- Descobri que meu marido anda me traindo com uma patinha ruiva. - Ela fala em um tom mais baixo, como se escondece um segredo.

Ela me contou como tudo aconteceu enquanto eu fingia indignação e pena.

- E o que vai fazer sobre?

Ela olha para a taça é depois volta pra mim.

- Eu ainda não sei.

- Minha avó sempre dizia que um casamento é um casamento, não deve ser quebrado e problemas assim devem ser cortados pela raiz. - Bebo mais um gole do vinho. - Ela era uma senhora radical, mas seu casamento durou longos anos.

- Não entendi aonde você quer chegar.

- Você precisa se livrar dessa garota. - Falo tranquilamente, ela me olha assustada. - Não. - Falo percebendo sua reação. - Não digo literalmente. Quero dizer que... Você ama o seu marido e tem que lutar pelo seu casamento, ou vai deixar que ela acabe com isso?

- Não, eu... Só não sei oque fazer.

Ela está fragilizada, não é difícil notar depois de um tempo. Claramente ela sabe esconder bem, mas eu também sei ler algumas entrelinhas.

Sobre Amores e VingançasOnde histórias criam vida. Descubra agora