A Deusa da Morte - Parte 2

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  O érebo, também conhecido como submundo, silenciou-se com os gritos intermináveis de Athena. Era assim durante um longo tempo, os gritos só paravam quando ela morria novamente, e ao acordar, o monstro sedento para matar aquela maldita deusa da morte despertava junto para se livrar daquelas algemas.

  Suas feridas se cicatrizavam em pouquíssimo tempo, mas a raiva não. Azrael gargalhava enquanto assistia a deusa da guerra agonizando sob aquelas correntes.

— Eu vou matar você! — Gritou Athena jurando enquanto curava o ferimento em sua testa responsável pela sua última morte.

— Você pode tentar. — Disse ela encarando Athena e se sentando no meio das pedras para descansar um pouco. — Estou entendiada, por que não me conta um pouco sobre o que acontece lá em cima? — Pediu Azrael e a deusa da guerra rugiu de uma forma que até mesmo a maligna deusa da morte ficou séria. Ela havia descoberto algo que não sabia antes. — Bom... Se você não vai falar eu falo. Meu nome é Azrael. Sou a filha de Nix, a noite e irmã de Hipnos o sono. Cresci sozinha, e não sinto o menor sentimento por pessoas. Ou coisas. — Ela soltou um sorrisinho descontraído. — Sua vez. — Athena não falou nada. E Azrael suspirou indignada. — Você me enoja. — disse se levantando.

— Falou a idiota que passa seu tempo livre me torturando. — Respondeu fazendo a deusa da morte sorrir.

— Você tem um pai Athena! Tem irmãos que te apoiam! Tem um cargo altíssimo! É amada pelos humanos! E EU?! Eu sou odiada desde meu nascimento! As pessoas me ensinaram a ser repugnante... Eu não sei o que é ser você! — desabafou e Athena encarou Azrael com certa pena nos olhos.

— Se minha vida fosse tão perfeita assim, porque meu pai me engoliu viva ainda quando era um bebê? — perguntou despertando a curiosidade de Thanatos. — se sou tão perfeita assim, porque não consigo controlar essa vontade de matar todos na minha frente! — Gritou a deusa com lágrimas nos olhos. Ela as segurou o mais forte o possível. — Sinto muito que não tenha recebido carinho ou amor... mas a minha função é apenas lutar... Não de ser abraçada pelo meu pai como a filha preferida! Passei a maior parte da minha vida tentando...

— Controlar a escuridão... — Respondeu também reconhecendo essa parte.

— Ainda me odeia a ponto de me torturar? — perguntou tentando abrir os olhos já turvos de tanto morrer e voltar a vida. Azrael sorriu, mas foi um sorriso confuso.

— Sim. Ainda te odeio. Mas não vou te torturar. Cansei de fazer isso.

  A expressão de Athena foi de "menos mal" embora ela ainda tivesse uma missão a ser concluída.

— Por que você está aqui? — perguntou Azrael.

— Confidencial. — Respondeu.

— Zeus. Aposto que ele te mandou para me matar. Encontrei veneno da mortalidade nas suas coisas. — respondeu.

— Você é quem deveria assumir o posto de deusa da sabedoria. — Disse Athena e Azrael sorriu.

  Depois de algumas horas conversando uma com a outra sobre os espasmos da vida, Athena e Azrael até que se tornaram "amigas" em um entre aspas infinito.

— Então foi assim que você matou aquele gigante? E eu achando que eu era mais cruel que você. — Respondeu Azrael franzindo o cenho da testa seriamente.

— Estava a mando de meu pai. Não podia desapontá-lo.

— Meu pai, meu pai e meu pai. Deveria sair da asa de Zeus. Ele é uma divindade desprezível.

Athena e a Última herdeira de Hades - VOL 1 Onde histórias criam vida. Descubra agora