Athena e a Última herdeira de Hades - VOL 1

O Confronto

  Esteno carregava Kayle em seus ombros arrastando os seus pés pela fria e congelante areia do deserto. Medusa encaixou o artefato onde aprisionava o titã, no centro de um cetro de metal antigo repleto de detalhes ao redor enquanto que Euriale sua irmã preparava o ritual.

—  Por que que EU tenho que carregar o estorvo? — Perguntou a Górgona enraivecida jogando a semideusa desacordada de qualquer jeito na areia.

— Pare de reclamar! Estamos a um passo de finalmente aniquilar essa raça imunda e é em desigualdade o que se passa nessa sua cabeça? — Disse Euríale. — Voltaremos a era dos Titã! Como sempre deveria ser e seremos as maiores sacerdotisas deste novo reino!

— Calem a boca as duas, e ajudem-me a colocar a mão da garota na caixa! — Gritou Medusa pressionando a caixa do cetro até que ela se expandiu um pouco ao soltar do objeto metálico.

  Esteno arrastou Kayle até a caixa presa ao cetro e Euríale colocou a palma da mão da semideusa em cima da caixa de metal enquanto sua irmã a segurava.

  A caixa metálica fez um barulho robótico e começou a se desmembrar, não abrindo a caixa completamente, mas o suficiente para uma rajada de luz amarela tomar conta do deserto.

  A luz apontou para o céus e Kayle ainda desacordada começou a flutuar para dentro da luz se posicionando logo acima da caixa de cabeça para baixo e permitindo o andamento do ritual para abri-la completamente.

— Que o comece o show! — Disse medusa sorrindo enquanto suas irmãs gargalhavam em terror ao seu lado.

***

  Athena seguia com seu plano enquanto era carregada por Azrael que voava pelos céus do enorme deserto do saara com suas belíssimas asas da morte.

— Juro pelos deuses! Nunca mais faço uma loucura dessas! — Gritou Athena detestando se submeter aquela situação de voar sendo carregada por Azrael.

—  Não se preocupe. — sorria a deusa da morte enquanto respondia Athena. — Mas voltando ao assunto que importa. Como vamos saber se chegamos?

— Quando você  ver algo que não seja normal no mundo humano...

— Como uma rajada de luz amarela cobrindo o céu? — Perguntou Azrael enxergando a linha reta de Luz.

— É. Pode ser isso. — Respondeu Athena sorrindo.

   Athena quis fazer uma entrada chamativa, combinava mais com ela, então ela se soltou das mãos da deusa da morte caindo a quilômetros de altura. Sua queda fora impactante.

  Literalmente impactante. Ela aterrissou com verdadeiro estilo. Com direito a um estrondo com o impacto e o esvoaçar da areia do deserto se espalhando cada vez mais.

  Sacou de suas costas a espada demônio e junto a sua queda fincou a espada no chão esvoaçando mais ainda a areia fazendo as górgonas escorregarem sem conseguir a manter de pé devido a força  do vento.

  Athena sorriu. Havia anos não se sentia preparada para uma batalha daquela forma.

— Olá meninas... Sentiram saudades? — Disse a deusa fazendo suas cordas vocais aumentarem e ecoarem pelo deserto enquanto que seus olhos brilhavam fortemente, dando o ar de que a grande deusa da guerra havia realmente chegado.

— Athena... — Grunhiu Medusa com sangue nos olhos, transformando suas belas pernas formosas em uma terrível cauda de serpente e seus cabelos em serpentes vivas enfurecidas em sua cabeça.

  Azrael pousou logo em seguida dando partida na batalha, jogando rajadas e poderes negros de suas mãos na direção das Górgonas que desviaram.

   Athena encarou Kayle pendurada, presa naquela estranha linha amarelada que abriria a passagem para Cronos o titã mais temido do planeta passar.

— Vou te tirar daí Kay... Eu prometo... — jurou a deusa já correndo na direção das Górgonas para ajudar Azrael em destruí-las.

  Elas retiraram seus óculos demonstrando que a luta seria mais difícil do que aparentava e Azrael atacou primeiro fechando seus olhos.

  Pegou suas duas espadas uma em cada mão, e atacou diversas vezes Esteno, girando o corpo pulando e atacando, mas a Górgona conseguia desviar ou conter os seus ataques até o momento em que resolvera remover os óculos.

   Porém o chute da deusa da morte a fez voar pelos ares após ser atingida por uma das espadas de Azrael antes mesmo que pudesse abrir os olhos.

  Euríale soltou um grito forte que fez a deusa da morte voar deserto a fora e ensurdecer todos ali presentes, tendo o olhar de Medusa como repreensão. Aparentemente ela não deveria fazer isso enquanto as górgonas estiverem lá. 

 Enquanto isso Athena estava em desvantagem já que lutava contra duas de uma vez, porém estava em desvantagem sim, mas perdendo jamais .

  A deusa da guerra conseguia facilmente conter os movimentos das Górgonas com sua terrível espada, fazendo com que cada ataque viesse um contra ataque. A luta constava entre socos, chutes, desvios, mais socos, cabeçadas e cortes de espadas. Isso sem precisar abrir os olhos.

  Mas Medusa conseguiu socar o rosto da deusa e arrastou sua garra em seu olho deixando um ferimento de linha quase reta na região ocular. Aquilo ficaria uma cicatriz. Afinal as garras de Medusa eram as únicas capazes de deixar marca em divindades.

  Agora ela estava enfurecida.

  Em um grito de guerra os olhos brilhantes de Athena se conectou com sua espada e ao fincar na areia do deserto o vento poderoso levou as górgonas para longe dali.

  Azrael conseguiu fincar sua espada em Esteno dando um ar de vitória e Athena aproveitou o momento para tirar Kayle daquele lugar antes que fosse tarde demais.

  Porém... Já disse antes e irei tornar a repetir, que como dizia um grande homem, o mundo não é um grande arco íris.

  Euríale e Esteno que logo depois de retirar a espada de seu abdômen, conseguiram juntas imobilizar a deusa da morte.

— ATHENA! — Gritou Azra em alerta, mas era tarde demais. Medusa. Estava atrás da deusa ao fincar a agulha com o veneno da mortalidade no pescoço dela que arregalou os olhos, mas não por causa da agulha em seu pescoço  e sim... pela espada do demônio que a Górgona havia atravessado pelas suas costas.

— Deve ser mesmo uma grande tristeza morrer pela própria espada... — sussurrou Medusa em seus ouvidos.

  A deusa da guerra caiu de joelhos encarando Kayle e observando seu fracasso. Fechou os olhos e se deitou no chão inerte. Completamente inerte.