3. O fogo que queima

1.3K 155 52
                                    

Vampiros existem.

As duas palavras flutuavam na mente de Gwendolyn enquanto a mesma ficava encolhida contra a porta do carro.
Levou dez minutos após toda a confusão que havia causado na delegacia. Dez minutos desde que R — Riley havia aparecido e fugisse com ela. Dez minutos que se encontrava atônita dentro do veículo. Dez minutos para o homem ao seu lado começar a zombar dela. Dez malditos minutos que descobrira o que tanto temia.

— Você sabe, se quiser chorar fique a vontade. Assim terei certeza que seu cérebro não entrou em estado vegetativo. — Riley revirou os olhos vermelhos que se fixavam na estrada — Apenas não molhe o banco. Ele é caro demais para suas lágrimas mudanas.

Gwen respirou fundo, se ajeitando no banco para começar a gritar histericamente.

— Não pode jogar uma bomba dessas e depois agir como se não fosse nada. Isso não é normal!

— Mas é claro, docinho. — sua atenção se desviou para ela e a mesma se controlou para não gritar para que ele voltasse a prestar atenção na estrada. Não tinha certeza que voltaria outra vez depois de ser morta em um acidente de carro. — Peço mil desculpas por lhe dizer a verdade. Verdade essa que você já sabia desde que me conhecera mas que se recusou a admitir. Humanos são tão céticos, não? Olhe para você, Gwendolyn e me diga se há alguma coisa normal em sua volta do túmulo. A existência de vampiros é o seu último problema.

Ela estremeceu no banco enquanto Riley voltava os olhos para a estrada. Ela poderia negar o que ele era mas qual outra forma alguém poderia dirigir um carro sem olhar para o principal? Não era normal.
Engolindo a resposta petulante que lhe brotava dos lábios, a garota preferiu dobrar os braços em frente ao corpo e ficar em silêncio. Se ela se concentrasse, poderia ouvir os grilos.

Perguntas giravam em sua cabeça junto com o ressentimento de Riley e a dor de fugir de seu pai. Mas ela tinha outras coisas para se preocupar, coisas como...

— Você disse que meu último problema são os vampiros. Qual o meu primeiro? — antes que se parasse já havia perguntado.

Um sorriso sinistro apareceu na face de Riley. O mesmo aumentou a velocidade do carro enquanto respondia despreocupadamente:

— Você vai descobrir, docinho. Claro que você vai descobrir.







O carro parou em frente à um armazém que parecia estar abandonado. Para chegar a construção, Gwendolyn notou que Rylei teve que contornar a floresta, até chegar a entrada de uma clareira. Quando o mesmo fez sinal para que ela descesse, uma onda de vento a atingiu em cheio. Ignorando o frio que se estendia por todo seu corpo, Gwen caminhou até ficar em frente à entrada.
Pelo canto do olho ela viu Riley parar ao seu lado, observando com os olhos atentos sua frente.

— O que diabos estamos fazendo aqui?

— O que diabos você veio fazer aqui, querida. — ele lhe piscou um olho, apontando para frente — Você andou fazendo algumas pesquisas, boa garota por sinal. — ele sorriu ao olha-la por alguns segundos — Não faça essa cara, docinho. Eu sei de tudo o que acontece com você, ainda não entendeu?

Gwendolyn tentou colocar toda sua fúria em seu olhar mas com certeza não conseguiu. Não pela expressão divertida que o vampiro carregava em seu rosto.

— Então você tem informantes. Não está trabalhando sozinho, não é mesmo? — ela sorriu ao ver o sorriso desaparecer daquela face pálida.

— É melhor calar a boca antes que eu vá embora e lhe deixe aqui. Ou posso fazer coisas muito piores. — ambos os olhos vermelhos queimaram com verdadeira fúria. Ela se encolheu — Agora voltando, como eu disse antes, você fez suas pesquisas e eu as minhas. Hora de encontrar o ouro.

Dawn of the Living Dead ━ TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora