7. A moeda de troca

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A chuva havia começado quando Riley acabara com a décima bolsa de sangue. Jogado em um dos sofás na velha mansão,— uma quase idêntica a que ele estava em Phoenix. — ouvia o som dos rosnados e gritos no ar. Ele revirou os olhos, arremessando o que tinha sobrado do seu alimento em qualquer canto.

Riley caminhou até a pequena sacada que havia no andar em que estava, se inclinando até poder ver os trinta corpos se chocando, em uma patética luta. A maior parte do grupo era composta por mortos vivos que haviam aumentado o número desde a última vez que contara, já na outra parte, os vampiros — também trazidos de volta a vida. — eram os responsáveis pelos comandos em uma luta impiedosa para os fortalecerem.

Já Riley se continha em se alimentar com várias bolsas de sangue, observando os gritos agoniados acompanhados pelo cheiro de sangue ruim. Definitivamente, um morto vivo não cheirava bem. Porém, havia uma exceção. Gwendolyn.

Balançando a cabeça enquanto fincava os olhos na cena de um dos vampiros se desviando de um soco lento, Riley sentiu a presença de alguém ao seu lado.

— Você parece entendiado. — James sorria friamente, com os braços cruzados.

Ele o encarou por alguns segundos, vendo a atenção do loiro desviada para a luta. E por um segundo, o vampiro quis soca-lo. Não fazia muito tempo desde que James havia sido trazido de volta, e durante todo o tempo, Riley quis mata-lo. Por que, o que alguém faria se o amor da vida da mulher que você amara estivesse o tempo todo o lembrando deste detalhe infeliz? Com certeza Riley agradecia por Victoria não ter voltado. Ele seria capaz de manda-la de volta ao inferno. Junto com James dessa vez, claro.

— Não que seja da sua conta.

— Uma pena você dizer isso. Eu realmente estava pensando em te chamar para se divertir um pouco. — James riu, movendo a mão para o pulso, acariciando a marca que havia ali. — Não que você precise.

Riley rosnou, segurando o loiro pelos ombros brutalmente. Em resposta, James apenas zombou, observando com o olhar cínico, o rapaz aborrecido.

— Eu não confio em você, James. Muito menos em sua definição de diversão. — ele o soltou, o empurrando contra a sacada. — Agora volte lá pra baixo e faça esses zumbis lutarem até a morte.

O vampiro apenas revirou os olhos, não obedecendo a ordem. Ele cruzou os braços como anteriormente, se encostando com uma pose casual. Riley realmente queria mata-lo.
Percebendo o olhar assassino no rosto do rapaz, o vampiro se pôs a dizer:

— Estamos do mesmo lado, você sabe. Matar quem nos matou, tirar vidas inúteis, fazer pessoas sofrerem e claro, abrir espaço para uma nova era. — um sorriso maníaco surgiu em seu rosto. — Mas quem disse que não podemos acrescentar umas coisinhas? Eu por exemplo, vou. Você conheceu Gwendolyn Davis, não?

Riley congelou no lugar. Perante o olhar surpreso no rosto do mesmo, James riu. Ele lançou uma olhada para o andar debaixo quando o som de ossos quebrados se fez ouvir. James assobiou.

— Ela é carta fora do baralho.

— Hum... ela era. Eu a conheci e posso dizer que o cheiro dela... não consigo entender o motivo, mas que aquele cheiro me deixou deslumbrado... — O vampiro lambeu os lábios como se lembrasse do gosto. Riley segurou um rosnado. — Eu conversei com a chefia e mudei alguns detalhes.

Biers o observou atentamente. Tudo em sua postura gritava malícia. Riley não conseguia imaginar o que James faria se pusesse as mãos em Gwendolyn. Na verdade, ele poderia sim. Mas não queria. Não quando a lembrança da expressão traída da menina o atingia à dias.

Dawn of the Living Dead ━ TwilightOnde histórias criam vida. Descubra agora