9. A aliada dos Volturi

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— Ela está fedendo.

O tom de Alec transbordava zombaria quando o mesmo deu partida no carro. Gwendolyn apertou ambas as mãos em seu colo, tentando lidar com o furacão de emoções dentro de si. A provocação do Volturi era a última coisa a precisar de sua energia, a mesma que não era muito naquele momento.

— O jatinho está pronto? — Demetri interviu, quebrando o silêncio desconfortável dentro do automóvel. 

— Tudo está nos conformes, general. Só estávamos esperando vocês.

O silêncio recaiu novamente enquanto a humana se segurava toda vez que seu corpo ameaçava se protejar para frente. Alec Volturi não era um dos motoristas mais cuidadosos. Durante aquele tempo, os olhos de Demetri a encaravam do espelho retrovisor do carro, encontrando o olhar distante da garota.

Após a explosão, Gwendolyn sentara na estrada, os cotovelos apoiados nas pernas dobradas. Suas mãos tremiam enquanto lutava para afogar a raiva dentro de si, se controlando para não deixar as malditas lágrimas caírem.
Demetri ficou a encarando, os olhos vermelhos atentos a figura largada da jovem, observando atentamente sua expressão oscilar de furiosa a amedrontada. Por já ser um vampiro experiente, o caçador sabia muito bem definir as emoções humanas. E ali estava uma bomba das mesmas, lutando com todas suas forças para não explodir.

A humana o surpreendera novamente, assim como Demetri a ela. O homem permanecera calado, afastado até. Porém, Gwendolyn soube detectar o respeito emanando do vampiro. No final das contas, o Volturi sabia reconhecer momentos em que o silêncio era necessário.

— Afinal, o que diabos aconteceu? — a voz de Alec a trouxe de volta dos pensamentos, piscando rapidamente.

Os olhos do rastreador não se desviaram dos delas quando o mesmo respondeu:

— Não era uma armadilha. Aposto em uma tática de intimidação, jogos de caça. — ela entendia o que ele estava declarando.  James estava a caçando, brincando com sua cabeça. — Ele quase conseguiu. — seu tom conteve uma leve sugestão de reprovação.

A humana negou com a cabeça, segurando a onda de indignação latente. Ele quase conseguiu porque ela estava apavorada. Ele quase conseguiu porque James estava com Riley. Ele quase conseguiu porque os dois pesadelos da humana a encurralaram.

— Não teria acontecido se você tivesse dado meia volta.

A tensão do carro aumentou quando as palavras saíram da boca da Davis.

— Está me dizendo que eu deveria ter fugido? — o tom calmo do rastreador era enervante. Seus olhos ainda continuavam a fita-la, porém, com mais intensidade. — Era exatamente o que James queria.

— Ele me quer morta! — sua voz aumentou, ecoando pelo automóvel.  Alec se mantinha calado, mas atento a discussão. — Vocês me querem morta! Qual a diferença? — um riso sem humor se seguiu. — Na verdade, vocês estarião fazendo um favor à eles.

Gwendolyn fechou os olhos com força, se segurando na maré de emoções que duelavam dentro de si. Ela sabia que se arrependeria pelo momento de franqueza, mas o que ela poderia fazer? O choque da situação anterior ainda estava a drenando e no final de tudo, ela ainda era humana.

— O que? — Foi Alec que questionou, aumentando a velocidade.

Gwen suspirou, deixando a cabeça pender no vidro frio da janela. O carro era aconchegante demais para uma pessoa exausta como ela.

— Me matando. Vocês farião um favor à eles fazendo isso! Porque se não for vocês, serão eles.

Logo em seguida a voz determinada de Demetri garantia:

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