Arthur

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Eu tento me manter firme a cada passo, não esta sendo facil. Arthur andava obstinadamente afrente do grupo, parecia saber exatamente pra onde ia. Já fazia mais de cinco horas que caminhavamos, a estrada, o milharão ficaram para trás. A floresta crescia ao nosso redor enquanto tentavamos desviar de galhos, pedras e troncos no caminho.

era uma floresta grande, estavamos a mais de tres horas caminhando por entre aquelas arvores e nem todos estavam animados com a idéia. Havia aqueles que segiam Arthur segamente, assim como aqueles duvidavam se ele realmente sabia o caminho. Alguns estavam cansados, outros nem tanto, eu, estava com dor.

Sarah andava ao meu lado me ajudando sempre que eu escorregava, ou quando sentia fisgadas em minha perna esqueda. Era o que mais me incomodava, eu não conseguia acompanhar o ritmo dos outros, apesar de estar tentando sem reclamar, mas sinto como se fosse desabar a qualquer momento.

Há vinte e sete pessoas entre nós, meninos e meninas, homens e mulheres que pensam, agem, falam e são completamente ddiferentes. Todos unidos pela esperança de que haja realmente este lugar que diz Arthur saber.

Eu não duvido dele, contudo também não diria que acredito, mas qual outra opção eu tenho se não segui-lo. Sou apenas um garoto pequeno de dezessete anos que acreditou demais no amor alheio e que quebrou a cara. Não tenho mais nada se não a força de vontade para continuar.

O grupo finalmente para por um instante. E continuo o caminho pois ainda estou muito atrasado em relação a eles. Eu não consegui conversar com Sarah, apesar de ela estar comigo todo esse tempo, a dor na minha perna e não me deixava focar muito bem em suas tentativas de conversar comigo, por sorte Lucas, Marcela e Pietro estão aqui também. Todos preocupados comigo e Sarah pode conversar com eles.

Alcanço o grupo em poucos minutos. Sento-me na primeira oportunidade que tenho e vejo os olhares sobre mim. Alguns murmuram nos ouvidos dos outros, devem me considerar um peso, que está atrasando o grupo. Idiotas, sem mim estariam trancafiados e forçados a sabe-se lá oque.

respiro fundo para não ser mal educado com ninguém, pois eu nem sabia se era isso mesmo que falavam entre si. Ouço o barulho de agua corrente e percebo o corrego a nossa frente, aonde alguns deles tomam agua e aproveitam para se aliviar do calor e do suor.

- Vou buscar um pouco de agua pra você, ta legal? - Sarah me fala se levantando e já saindo.

- Você acha que aguenta até lá? - Marcela me pergunta com um olhar inexpressivel.

- Eu preciso. - Digo apenas.

Devem ser tres ou quatro horas da tarde. Hoje é uma quarta feira e percebo o quanto minha realidade mudou nas ultimas horas. Ontem eu estava na escola com Charles e meus amigos. Charles me beijou no banheiro em um momento que ficamos a sós, devia ser neste mesmo horario. Depois disso tudo desandou tão rápido que eu nem consigui digerir ainda. E aqui estou eu, ferido e fugindo por uma floresta desconhecida, seguindo um cara que eu nunca vi antes.

Somos um grupo de mais de vinte e cinco com seis armas de choque, leis facas, um kit de primeiro socorros e algumas outras coisas que o pessoal encontrou no onibus e no carro que capotei. Quais seriam as chances de chegarmos mesmo até este lugar para onde seguimos?

Sarah volta com uma garrafa pete pequena com agua para mim. Arthur vem com ela. Eles chegam e ela me entrega a garrafa, a qual eu tomo todo o conteúdo com insistencia dela dizendo que eu devo me hidratar. Thomas se abaixa a minha frente e me olha com certa preocupação.

- Se estivermos indo rápido demais, nós podemos...

- Não vamos diminuir o ritmo por minha causa. - Digo seriamente.

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