Corremos por alguns quilometros. É dificil correr apoiado em outra pessoa, mas seria pior sem ele. Alex se esforça para não me deixar cair, sinto seu braço ao dedor da minha cintura apertar forte. Estamos todos ofegantes e suados. Alguém cai, não consigo identificar quem, aguns param para ajudar e o grupo inteiro para de correr. Estamos cansados.
- Não dá pra continuar assim. - Alguém fala.
- Não podemos ficar parados, estão atrás de nós. - Outra pessoa responde.
- Estamos exaustos. - Outra pessoa. - Estamos correndo a uma hora quase.
A discussão continua, aguns preferem continuar correndo, outros acham já ser seguro. Seja como for não estamos seguros de forma alguma.
- Esperem! - Arthur diz. Todos param para prestar atenção. - Se pararmos aqui, eles vão chegar até nós e também não tem como continuar correndo.
Ele respira funfo. Estamos em um beco sem saida, se ficarmos eles nos encontram e se contniarmos, cairemos mais a frente e eles nos encontram. Os agentes sabem a direção que tomamos. Estão nos seguindo.
- Temos que parar eles. - Digo apenas para mim.
Arthur como se lesse minha mente aponta para alguns dos garotos, todos estão segurando uma arma roubada.
- Quero que voltem comigo. - Ele fala e nenhum dos garotos parecem assustados com a idéia. - Vamos parar eles. - Ele conclui como se lesse minha mente.
Sem reclamar os garotos se aproximam dele enquanto o seguem em direção ao caminho de onde viemos.
- como você acha que vai parar aqueles soldados. - Alex se levanta bloqueando o caminho de Arthur.
- Eu não sei como. - Arthur diz com determinação. - Vamos improvisar.
- Vocês são apenas cinco e com um numero limitado de balas...
- Vamos improvisar. - Um dos garotos responde obstinado, os outros se alegram a a fala do amigo e sorriem juntos. São jovens nenhum deles deve ter mais do que dezessete anos, talvez um. Apesar da pouca idade são os melhores lutadores que temos. Eles tem a coragem que falta na maioria aqui, contuno são tão maduros quando uma criança de dez anos.
- Eu vou com vocês então. - Alex se prontifica.
Ouço a conversa sentado sobre o capim, encostado em uma arvore perquena de caule fino. Não me ofereço para a missão. É uma loucura, devo confessar, meu unico interesse é ficar longe daqueles agentes e não correr até eles.
- Não. - Arthur responde. - Essas pessoas precisam de alguém para guia-las.
Ouvindo o que dizem acabo prestando atenção no grupo. São muitos rostos distintos, poucos deles são fortes o suficiente para continuar sozinhos se fosse preciso. Não são lutadores, não são corajosos, são, na maioria, apenas crianças que não sabem para onde ir. Poucos neste grupo, que agora está menor do que quando saimos do onibus, sabe bem o que faz, ou tem alguma habilidade util para a situação. como quem ascendeu a fogueira na noite passada, me disseram que era um garoto que acampava com o pai quando criança e que apreneu algumas coisas. Nem sei mais se está entre nós. Sarah, era estudante de infermagem, ela sabe como cuidar de um ferimento e seu conhecimento é de grande ajuda para nós. Quanto a Alex, eu não sei muito sobre ele, sei apenas que ele é corajoso o sufiente e sabe lutar, além de que fisicamente, ele é o terceiro maior do grupo, digo em musculatura, o que já é uma vantagem em questão de força.
- Eu não posso liderar eles... - Alex diz.
- Eles precisam acreditar em alguém. - Dessa vez a voz de Arthur sai um pouco mais baixa para que não o ouçam dizer.
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SUJOS
General FictionA humanidade tenta reconstruir o mundo após uma guerra, enquanto um movimento religioso radical cresce e decreta ser crime a homosexualidade. um grupo de foragidos tenta escapar dos radicais arriscando suas vidas em uma jornada eletrizante em busca...