Marcela segura um objeto pequeno e retangular, com uma pequena luzinha azul piscanto. Tem pouco mais de dois minutos que ela entrou no carro preto para verificar se o rastreador realmente estava lá.- Aqui está. - Ela entrega o objeto a Cat. - Estamos com problemas.
Cat olha para aquela coisa de uns cinco centimetros e não sei explicar se sua expreção é de raiva, medo ou preocupação. Talvez tudo isso junto.
- Organizem as coisas. - Ela grita. - Vamos sair agora, estaram aqui a qualquer momento.
O acampamento começou a desaparecer, todos se movendo rapidamente de um lado para outro, rapidamente estariamos prontos, mas a agilidade não nos ajudaria a resolver todos os problemas.
Cat chamou o pessoal do conselho. Ela nos orientava sobre como as coisas seriam a partir de agora e o quanto seria dificil, depois o mapa do Édem foi aberto sobre o capo do carro, Liam apontava o melhor caminho a seguir enquanto os veiculos eram abastecidos com os suprimentos da tenda grande, que já não existia mais.
O caminho proposto não parecia muito dificil e dava direto nos portões do muro. Apesar de todos aqui estarem confiantes eu tenho minhas duvidas.
- Quanto tempo vai demorar para chegarmos ao portão? - Arthur pergunta coo se pudesse ler minha mente, talvez ele esteja com a mesma preocupação que eu.
Liam responde que chegariamos em no maximo uma hora.
- Vamos ficar encurralados. - Finalmente falo. Arthur me olha como se concordasse com o que eu havia acabado de dizer.
- Não entendi. - Lara me olha com duvidas.
- Vocês disseram ainda a pouco que teriam guardas nos portões. - Explico. - Não sabemos o numero exato e eles podem nos atrasar. Não podemos confrontar os guardas dos portões enquanto tem um exerto atrás de nós.
- Ele tem razão. - Arthur concorda com seriedade. - Precisamos dar um jeito de atrasar os que estão vindo.
Eles trocam olhares entre si e eu percebo que não gosto muito deles. É como se a idéia de serem lideres tornassem as coisas ainda mais complicadas do que já são, sem contar o fato de que parecem não gostarem de mim também. Não me importo com isso, no fim tudo o que eu quero é encontrar uma solução. Não podemos ludar com os guardas no portão e os que estão vindo ao mesmo tempo. Seremos pegos.
- E o que sugere? - Cat pergunta para Arthur.
Arthur demora para responder. Ele parece pensativo, não existe solução que ele possa pensar agora.
- O ratreador. - Falo e as atenções estão em mim novamente. - Podemos usar o rastreador para levalos para longe.
- Alguém teria de ficar. - Liam fala com os olhos arregalados e o rosto duvidoso.
- Eu fico. - arthur fala sem demora. é típico dele oferecer para essas missões suicida.
- Não! - Interrompo. - Você não pode ficar.
Novamente as atenções se voltam para mim e Arthur parece não entender minhas palavras.
- Eu ico. - Digo determinado.
Não! Isso não é um sacrificio, quem melhor do que eu para ficar para tras para atrasar um exercito? Tenho loucura o suficiente para fazer qualquer coisa e isso é mais do que uma certeza.
Arthur me segura pelo braço e me arrasta para longe daquela pequena reunião. Fico sem entender e vejo que os demais também estão confusos.
- O que você está fazendo? - Ele parece bravo, mas sei que não é isso. - Não quero que fique. Eu vou ficar e ponto, não vou deixar que se sacrifique por...
- Você ficou para trás duas vezes por estas pessoas, não deixarei que fique uma terceira.
Ele afunda suas mão nos cabelos e se afasta alguns passos com impaciencia, resmungando alguma coisa.
- Você não pode escolher. - Ele fala. - Não por mim.
- Eu já tomei a minha decisão. - Estou seguro. - Eu vou ganhar tempo pra vocês, a idéia foi minha e eu vou fazer.
- Não, não, não... - Arthur se aproxima e segura meus ombros. - Eu não posso deixar você.
Sua preocupação comigo é tocante. Sinto um misto de felicidade e angustia enquanto minha vontade de protege-lo apenas almenta.
- Eles precisarão de você quando chegarem aos portões. - Seguro suas mão. - Seus amigos do conselho são boas pessoas, mas fora Cat nenhum deles é um lider bom o suficiente, não como você é. Eu não posso ser sua preocupação, você trouxe essas pessoas até aqui e elas precisam que as guie lá fora.
- Não...
- Não tem nada que possa fazer. - Estou sentindo as lagrimas virem. Droga! E não queria sofrer por mais um. Viro as costas para ele, não quero que veja meu choro. - Eu estou decidido e se tentar qualquer coisa eu apago.
Quando dou um paço para sair, encerrando assim aquele assunto, Arthur me segura novamente e me faz virar em sua direção. Seus braços me puxam para ele e seus labios encontram os meus. Ele está chorando e eu também perdi o controle. Não nos importamos com ninguém, apenas com a distancia que está prestes a surgir entre nós.
- Me promete que vai voltar. - Ele me pede ainda muito proximo do meus labios.
Não digo nada.
Ele me beija novamente. Seu corpo está quente e eu sinto o agridoce desta despedida. Nossos labios movendo-se em uma sincronia inimaginavel.
- Promete. - Ele pediu novamente. - Por favor.
- Eu não posso prometer. - Falo com dificuldade.
Seus braços me apertam ainda mais e seu rosto afunda na curva do meu pescoço. Estou nas pontas dos pés para alcança-lo e ele curvado para frente.
Nosso abraço dura por mais algum tempo até que eu me separo dele.
Deixo Arthur aonde está e me afasto sem dizer mais nada. Não tem muito a ser dito. Vou até Cat limpando as lagrimas do rosto.
- Preciso de um veículo. - Falo seriamente tentando apaziguar as emoções que explodem dentro de mim.
- Um veículo? - Lara me olha com indignação. - Não podemos deixar um veículo pra trás.
- Você não espera que eu saia correndo com aquele ratreados por ai, certo? Quão longe eu poderia leva-los assim?
- O carro preto. - Cat fala. - Use o carro dos agentes.
Estendo a mão para que ela me entregue o ratreador e é o que ela faz.
- Não deixem ele voltar. - Falo me referindo a Arthur e eles entendem. - Mesmo que tenham de apaga-lo.
Cat assente.
- Não deixarei. - Cat garante.
- Thomas! - Liam chama. Volto-me em sua direção e ele me joga a chave do carro. - Boa sorte.
Assinto.
Vou na direção do carro. Estou realmente disposto a fazer isso?
Não tem o que pensar. Eu preciso fazer. Vou dirigir este carro até a gasolina acabar se for preciso, mas vou leva-los pra longe enquanto ainda é tempo. Preciso fazer isso por mim, por eles e por Arthur. Eu não sei exatamente como tudo vai acabar, mas vou bolar um plano quando chegar a hora.
Não sei se vou voltar, não sei se vou morrer, não sei se vou ser preso,não... Não... Não...
São muitos nãos.
Arthur me alcança novamente. Sinto aquele abraço novamente e aquele cheiro tão... Dele. Droga! Eu estou mesmo me apaixonando por este cara? O beijo é inevitavel. Um beijo cheio de tantas emoções, é como se o mundo fosse um lugar terrivel e somente este beijo bastasse para apaziguar qualquer coisa. Sim, eu estou me apaixonando por este cara.
- Não me espere quando passar para o outro lado. - Eu digo apenas para ele.
- Vou te esperar em qualquer lugar. - Ele me beija rapidamente. - E se você não voltar, eu vou atrás de você.
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SUJOS
General FictionA humanidade tenta reconstruir o mundo após uma guerra, enquanto um movimento religioso radical cresce e decreta ser crime a homosexualidade. um grupo de foragidos tenta escapar dos radicais arriscando suas vidas em uma jornada eletrizante em busca...