Capítulo 4

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Narrador: Daisuke

Depois que o desastrado do Haejime derrubou um negócio em mim, eu comecei a tirar meu jaleco, sem nem perceber que estava ficando cheio de machucados.

Eu estava tão preocupado em brigar com ele que nem vi quando me puxou pro banheiro "o que esse nerd tá fazendo?"

  Quando chegamos ele mandou que eu tirasse minha camiseta. E eu como não queria fui praticamente obrigado a isso.

Eu não sei o que pretende com isso... mas provavelmente vai se arrepender. Ajudar alguém que não gosta é algo totalmente inútil, afinal, não irá ganhar um obrigado. Eu não gosto de você e você não gosta de mim, é simples... eu acho.

  Enquanto ele me transformava em uma múmia, fico com um pouco de falta de ar pelas ataduras estarem um pouco apertadas, e viro o rosto para que não veja que estou ficando vermelho.

[Quebra de tempo]

- Vamos voltar antes que o professor pense que fugimos da confusão - ele joga a minha blusa no meu rosto, a coloco logo o seguindo para fora do banheiro. Algumas garotas maliciosas olhavam-nos de forma irritante - vocês, vão pra aula! - elas saem correndo e rindo.

- urgh... - falo baixo e vou a marcha rítmica pra a sala de volta. Cheguei a tempo de ver que Haejime tinha tudo sobre controle e convenceu o professor de que fora um acidente o que acarretou a nossa saída.

  Tive que ir ao banheiro e afrouxar as faixas em volta do meu tórax, sem que ninguém percebesse. Ao tocar do sinal rumei para a entrada esperar para o garoto e segui-lo até saber onde era sua casa. Finalmente apareceu. O mesmo pareceu indiferente por minha presença, indo direto para casa por um caminho cansativo.

"Será que vai demorar muito? Desse jeito eu vou me perder vindo pra cá sozinho, talvez eu devesse pedir um mapa até--" Senti que algo bater no meu pescoço de repente, me assustando "Mas que por...?"

  Haejime tinha dado meia volta e me encontrou. Ele pareceu sem jeito, mesmo discutindo comigo. Olhei pra uma casa e rezei pra ser a sua, logo andando de volta pro meu caminho. Quando cheguei em casa estava meio tarde, mas não dei bola.

- Mochi mochi? - chamei por alguém na casa, logo ouvindo uma confusão na cozinha - tá tudo bem por ai?! - tirei os tênis e larguei a mochila indo pra lá.

  Vi minha mãe em cima de uma cadeira, uma frigideira na mão e algumas panelas no chão. Perto das mesmas um ratinho. Ela estava quase gritando quando peguei o bichinho e o levei para fora. Soltei-o perto do jardim.

- Pronto, não volte mais nanodayo. - voltei pra dentro encontrando minha mãe ainda em choque na cadeira - vem - extendi os braços e ela desceu com minha ajuda - vou ajudar com essa bagunça, okay?

  Peguei as panelas do chão as colocando em seus devidos lugares enquanto dizia, para tranquilizar minha mãe, que tinha jogado o rato pro terreno atrás de nossa casa. Ela parecia acreditar, amolando sua faca para cortar alguns legumes. Ingredientes de um prato que ela gosta de fazer.

- Finalmente em casa hein. - Touka surge no vão da porta que leva da cozinha para o corredor - esteve perturbando pessoas depois da aula por acaso? - minha mãe me olha com cara de incredulidade.

- De novo meu filho? - fala apontando a faca para mim. Tento fazer um gesto para aue ele se acalme, o que a leva a deixar seu instrumento a tábua onde os legumes repousavam cortados perfeitamente em tiras - Eu já não lhe disse que esse mal hábito vai te prejudicar?

  Eu estava muito envergonhado. Ser repreendido pela mãe é algo muito ruim, já que ela é a pessoa que mais devemos orgulhar. Eu tentei fazer algumas reverências com pedidos de perdão incesantes, mas ela apenas suspirou e por final disse:

- Está de castigo - empurrou as coisas da tábua para a panela - o final de semana inteiro.

- Mas mãe... - comecei a falar, sem nem perceber seu olhar severo - Sábado tenho que ir a casa de... - olhei imediatamente para minha irmã, que estava ansiosa pra saber quem seria. A seu ver, torturado por minha presença - De um colega da escola.

- Trabalho é? - ela liga o fogo e pousa a panela suavemente sobre a grade que faz barulho - Porque não diz a ele vir para cá?

- Ele é tímido. - foi o que consegui pensar e dizer sem parecer meio óbvio que Haejime não goatava de mim.

  Por fim, concordou em trocar este final de semana pelo próximo, me permitindo ir a casa do meu "colega da escola".

- Itadakimasu - agradecemos pela comida e jantamos em paz.

   Depois de jantar fui tomar um banho, para lavar as feridas. Infelizmente o banho teve que ser gelado, e as faixas deixaram marcas em meu peito e costelas. Minha mãe quase descobriu que estava machucado, ao entrar no banheiro quando estava me secando. Eu fiquei aliviado de ela só querer a roupa suja para lavar, me deixado terminar de me vestir.
Minha cama parecia muito mais confortável do que o normal, já que o cansaço tinha dominado meu corpo por completo.

- Ah... - quando coloquei minha mãos atrás da cabeça e relaxei, ao mesmo instante fechei meus olhos - espero que essas coisas melhorem até sábado... - acabei pegando no sono.

Por que você me irrita tanto? [PARADA PARA REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora