Epílogo

455 59 47
                                    


— Olá-á-á!

Uma garota aparece na tela e faz um movimento com as mãos, cumprimentando quem lhe assiste.

— Sabem que dia é hoje? doze de junho. Dia dos namorados. O dia que os namorados enchem a timeline com declarações e os solteiros ficam chateadinhos falando como a vida deles é tão melhor. E não... — Ela faz uma pausa dramática. — Eu não vim aqui falar sobre esse dia tão amado e odiado. Eu vim contar para vocês o que eu aprendi recentemente.

"Nesse momento estou na casa dos meus pais em Ilsan e, na viagem para cá, observei muitas coisas. Primeiro que o aeroporto fechou por causa da tempestade, então realmente eu fui obrigada a observar, afinal era a única coisa que eu tinha para fazer."

A garota sorri de forma cúmplice para a câmera e retoma a sua história:

— Enfim, eu tive muito tempo para observar, pensar na vida e conhecer algumas pessoas. — Ela sorri, nostálgica. — Conheci uma senhora muito simpática que resolvia palavras cruzadas enquanto esperava o voo e ela me contou uma história que me deixou pensativa: que o amor da sua vida era uma das pessoas que ela mais detestava. — A garota fez um sinal de aspas com as mãos para ilustrar. — Seus pais sempre diziam que um dia eles se casariam e adivinhem? Foi isso o que aconteceu. Um belo dia esse garoto apareceu na casa dela e a pediu em casamento. Assim. Do nada. O mais estranho de tudo? Ela aceitou! Os dois não se davam bem porque, para a época, ela era uma garota bem diferente. Não abaixava a cabeça para nenhum homem e sempre tinha uma resposta na ponta da língua. O garoto com quem ela tanto brigava se apaixonou por ela por ela ser assim: diferente das outras garotas. Ela era inteligente e o desafiava. Ele disse que ela o inspirava todos os dias a ser alguém melhor. — A garota sorri para a câmera e conclui: — E o casamento durou muitos e muitos anos.

A garota suspira e depois de mais uma pausa continua:

— Essa é só uma história de amor, mas sabem o que ela também me disse? Que a gente não pode se fechar por medo de sofrer. Que ao nos trancarmos, além de deixarmos a tristeza de fora, também deixamos qualquer possibilidade da felicidade entrar.

A câmera dá um zoom e a garota aparece em um plano mais fechado.

— Eu sempre fui uma pessoa que não fala muito sobre sentimentos, sabem? Tentando manter afastado tudo aquilo que pudesse me fazer mal. E foi aí que essa senhora me surpreendeu! Eu esqueci que ao me fechar também deixei para lá sentimentos bons.

A imagem retorna ao plano original.

— O mais engraçado é que, nessa mesma viagem, pude ver exatamente isso. Ao continuar afastando as pessoas que se aproximavam de mim, quase deixei escapar algo maravilhoso. Estava prestes a não confiar nas pessoas mais uma vez. Ainda bem que o caminho do aeroporto até a minha casa era longo, pois tive tempo de mudar de ideia! — Ela brinca, sabendo que aquela piada apenas uma pessoa entenderá. — Eu contei essa história louca por um motivo: não desmereçam o que as outras pessoas sentem. Deixem que sejam felizes e se permitam isso também! Vocês muitas vezes não sabem a história de alguém e já se amam, no desespero de não ser atacados. De sofrer. Ou de se decepcionar. Deixem de lado o orgulho e afastem o preconceito. O candidato a amor da sua vida pode ser quem você menos espera, até aquela pessoa desconhecida ao seu lado no avião. — E então dá uma piscadela cúmplice para a câmera. — A vida é muito curta para colecionar decepções e fazer delas seu calvário. Hoje eu sei que posso me permitir amar sem deixar os meus sonhos de lado. — Um sorriso sincero surge em seus lábios. — Feliz Dia Dos Namorados!

The End.

Próximo destino: amor | SEULMINOnde histórias criam vida. Descubra agora