Capítulo 6: Park Jimin

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O sinal de celular está péssimo no aeroporto. Eu não consigo falar com a minha irmã. Ela parou de responder às mensagens e preciso avisá-la que chegarei atrasado.

Depois de tentar conseguir sinal, eu desisto e volto a me sentar ao lado da garota estranha e da senhora dos conselhos. Tenho quase certeza de que a mulher também estava contando histórias para a tal moça, pois quando eu retorno, a menina parece pensativa e a outra rapidamente pega a revista de palavras cruzadas.

Antes que eu consiga reparar em mais alguma coisa, meu celular começa a tocar. É a minha irmã. Atendo o mais rápido que posso, ansioso.

Park Jimin, por que você ainda não chegou?

— O aeroporto fechou por causa de uma tempestade — começo a me justificar, sendo o mais doce possível. — Disseram que já vai voltar ao normal, mas não tenho certeza. Mil desculpas, dongsaeng! Você sabe que eu queria muito estar aí!

Consigo escutar a minha irmã suspirando, irritada, do outro lado da linha.

Ela está aqui!

— Quem?

A louca! Ela veio pra cá encher o saco, achando que você estaria aqui. Pelo menos consegui fazer com que as enfermeiras a deixem lá embaixo enquanto não é horário de visitas.

Não consigo acreditar que a Somin ainda insiste. Suspiro.

Você poderia compensar encontrando a Seulgi, né? Ela está nesse aeroporto, Jimin! As meninas do fã-clube me mandaram um áudio! Como eu queria ser uma delas — diz, sonhadora.

Eu rio. Jisoo pode ter apenas catorze anos, mas era mestre em chantagens e negociações.

— Eu nem sei quem ela é!

Como não sabe? — pergunta como se fosse inadmissível. — Tem certeza de que você é meu irmão e vive neste planeta? Quem não conhece a Seulgi? Ela está em várias revistas! Tem milhões de seguidores! Em que mundo você vive? Preciso dar uma aula de cultura da internet pra você. Urgente!

— Eu só... não tenho tempo pra isso, Jisoo — respondo. E realmente não tenho mais tempo para quase nada. É o preço que pago por ter grandes responsabilidades. Dentre as coisas que perdi, estar com minha irmã no hospital foi uma.

Percebo o silêncio que minhas palavras deixaram. Mais uma vez eu dei aquela resposta. Para quase todas as perguntas dos últimos meses, eu respondia com um "não tenho tempo". Para não deixar o clima mais pesado, tento solucionar o problema e fazer a vontade dela.

— Olha, me manda uma foto por mensagem e eu tento ao máximo encontrá-la. Pode ser?

Isso! Mal posso esperar para me gabar sobre isso no grupo do fã-clube — comemora ela. — Vou mandar agora mesmo! Annyeong!

Ela nem espera que eu me despeça, e desliga para poder enviar o arquivo. Dou um sorriso triste. É o mínimo que poderia fazer. Agora torço para que a internet volte a funcionar.

Preciso encontrar a tal Seulgi.

Enquanto encaro o celular esperando por algum sinal de internet ou mensagem, os alto-falantes do aeroporto voltam a funcionar e anunciam:

Senhoras e senhores, o aeroporto foi reaberto. Fiquem atentos ao painel de pousos e decolagens para informações sobre o seu voo...

Antes que eu possa ouvir a mensagem até o final, o salão de embarque volta ao caos. As pessoas começam a falar, mandar mensagens e até mesmo as famosas filas já estão se formando. Eu não entendo por que as pessoas gostam tanto de filas.

Próximo destino: amor | SEULMINOnde histórias criam vida. Descubra agora