4. A Marca Negra

1.6K 111 25
                                    

𝓐rturo, Rolf e Gale estavam na sala da barraca jogando Snap Explosivo, enquanto ouviam as músicas e demais comemorações por parte dos irlandeses que vinham do lado de fora. A Irlanda vencera o jogo, apesar de Vítor Krum ter pegado o pomo - exatamente como Arturo sugerira -, e eles saíram de lá em êxtase, pois a partida fora épica; Gale jamais vira tantas táticas surpreendentes, e Arturo levou um bom tempo para parar de comenta-las e falar sobre um tal de Cedrico, ao qual sugeriria que as usassem na equipe de quadribol. "Depois de hoje a noite, tenho certeza que levaremos a Taça das Casas esse ano. Você verá, Rolf! Seu irmão ficará na história de Hogwarts como o artilheiro de 1994/1995!".

    Frank ficara conversando com alguns colegas do Ministério em uma de suas cabanas, e ainda não voltara. Várias caixas de sapos de chocolates estavam espalhadas pelo chão, bem como algumas varinhas de alcaçuz que eles ainda não haviam comido. Os três estavam se divertindo juntos de uma maneira que não se divertiam desde que eram pequenos (ainda antes de Gale se mudar), e ela se sentiu muito grata por ter ido à Copa com eles. Ela estava no meio de uma gargalhada quando uma gritaria começou e os cantos cessaram.

    - Forma estranha de comemorar, não acham? - Rolf se levantou e se dirigiu à entrada da barraca para ver o que estava acontecendo. Gale e Arturo ficaram esperando, sérios e apreensivos.

    - ROLF! Saia daí, é perigoso! - Frank apareceu, empurrando o filho para dentro e fazendo Gale e Rolf darem um salto. Ele parecia extremamente aflito e empunhava a varinha. - Precisam sair daqui! Vou ajudar o pessoal do Ministério, e vocês vão para a floresta. AGORA!

    - Tio, o que está acontecendo?

    - Pai, se você vai ajudar, eu também vou!

    - Arturo, não é hora para discutirmos seu heroísmo! Pegue sua prima e seu irmão, e vão para a floresta.

    - O que está acontecendo lá fora? - Gale repetiu.

    - Em breve serei maior de idade, e sou muito mais útil lutando que escondido. Você querendo ou não, eu irei. - Arturo levantou as mangas e empunhou a varinha.

    - Tudo bem, mas vocês dois precisam... - Frank começou, com as mangas arremangadas também.

    - TIO! O QUE ESTÁ ACONTECENDO?! - Gale gritou, fazendo com que todos se virassem para ela, que agora estava vermelha, e segurava a varinha contra o corpo. Um vento agitou seus cabelos e derrubou algo na cozinha, e ela deduziu que não viera de fora, e sim ela que provocara. Há muito tempo sua magia estabilizara, mas algumas vezes, quando sentia raiva ou ficava nervosa, não conseguia controla-la.

    - Não temos tempo para explicações agora... para a floresta, já!

    Gale não teve tempo para mais nada; Rolf a agarrou pela mão e a arrastou para fora da barraca, com a varinha também em punho. À luz das poucas fogueiras que ainda ardiam, viu gente correndo para a floresta, fugindo de alguma coisa que avançava pelo acampamento em sua direção, alguma coisa que emitia estranhos lampejos e ruídos que lembravam tiros. Caçoadas em voz alta, risadas e berros de bêbados se aproximavam; depois uma forte explosão de luz verde, que iluminou a cena.

    Um grupo compacto de bruxos, que se moviam ao mesmo tempo e apontavam as varinhas para o alto, vinha marchando pelo acampamento. Gale apertou os olhos para enxerga-los... não pareciam ter rostos... então ela percebeu que tinham as cabeças encapuzadas e os rostos mascarados. No alto, pairando sobre eles no ar, quatro figuras se debatiam, forçadas a assumir formas grotescas. Era como se os bruxos mascarados no chão fossem titereiros e as pessoas no alto, marionetes movidas por cordões invisíveis que subiam das varinhas erguidas. Duas das figuras eram muito pequenas.

A Última Gaunt [EM HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora