23. No Três Vassouras

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𝒟urante a próxima semana, Hagrid não foi visto por ninguém — nem durante as refeições, nem pelo castelo — entretanto, isso não impedia Draco de continuar provocando Potter pelos corredores, principalmente quando via um professor por perto, assim garantindo proteção. Gale odiava todas as vezes em que ele fazia alguma piada quando ela estava junto, afinal muitas das vezes Fred estava com Potter e ela definitivamente não gostava de estar naquela situação como se fosse adversária ou rival dele (não porque o considerasse tão importante assim, mas por ele ter sido seu par no baile de inverno).

Já na metade de janeiro, estava programada uma visita a Hogsmeade e, contente em poder sair do castelo, os sonserinos fizeram questão de comparecer. Como de costume, era num sábado, e logo após o almoço, Gale acompanhou Daphne, Draco, Blásio, Pansy, Mila, Crabbe e Goyle pelos jardins cobertos de neve em direção ao vilarejo vizinho.

— Vamos começar por onde? — Blásio perguntou, à frente de todos, mas eles deram de ombros. — Dedos de Mel, então? Estou salivando por diabinhos negros de pimenta.

— De jeito nenhum, Blás! — Daphne, de braços dados com Gale, interviu. — Você não vai ficar soprando fogo em mim de novo!

Gale, Pansy e Milicent riram, lembrando do dia em que estavam todos jogando na sala comunal e Blásio fingira que iria beijar Daphne na frente de todos, mas ao invés disso soprou fogo no rosto da menina graças ao doce que estava comendo. Fora definitivamente muito engraçado ver Daphne congelar enquanto ele se aproximava daquela forma e supor o que ele faria, para logo corar de raiva ao perceber que se enganara, e azara-lo com a Azaração do Bafo de Pimenta antes de sair correndo para o dormitório.

Blásio ficara gritando e xingando que sua boca estava pegando fogo, enquanto Theodore tentava acalma-lo e explicar o que deveria fazer para livrar-se do efeito do feitiço, e todos os outros alunos que estavam na comunal riam da cena. Gale e Tracey infelizmente não acompanharam essa parte da confusão, pois saíram em disparada atrás da amiga prendendo o riso, imaginando que ela estaria atordoada (e não por terem cuspido fogo em seu rosto).

— Foi apenas uma vez, Daph. E, por Merlin, jamais teria feito se soubesse que você ficaria tão zangada.

Com as sobrancelhas levantadas e um sorriso travesso, Gale cutucou a amiga, que revirou os olhos e tentou desviar o assunto:

— Certo. Dedos de Mel então?

O grupo seguiu até a loja de doces que, como de costume, estava lotada. Havia prateleiras e mais prateleiras de doces de todos os tipos que fosse possível imaginar, cada um com aparência mais apetitosa que o outro, dando um colorido à loja que se destacava no tapete de branco que cobria Hogsmeade. Um casal de meia idade atendia aos clientes com surpreendente calma e agilidade, claramente acostumados com a alta demanda.

Cerca de trinta minutos depois que eles haviam chegado na loja, Gale (que não era muito fã de doces) já estava entediada, segurando o pacote de delícias gasosas que comprara encostada no balcão, esperando seus amigos, ou pelo menos as meninas, decidirem que já era hora de irem para outro lugar. Nunca desejou tanto que Theodore estivesse ali; certamente ele não levaria tanto tempo para comprar alguns doces.

— Ei Daph, o que você acha de irmos em outro lugar? Na Zonko's ou comer algo? — A morena chamou a amiga, que parecia muito interessada em algumas frágeis penas de algodão. — Eu estou há quinze minutos esperando vocês.

— Perdão Gal — ela sorriu, sentindo-se culpada. —, acho que vou demorar mais alguns minutos. Se quiser, pode ir indo que depois te encontramos. O que acha?

— Perfeito.

— Desculpe mesmo Gal, não vi que você já tinha terminado aqui.

— Não se preocupe. — sorriu, piscou para a amiga e saiu da loja, que bateu uma sinetinha ao abrir a porta.

A Última Gaunt [EM HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora