15. O Quadro Vazio

948 76 34
                                    

𝓐nsiosa, Gale parou dois passos atrás da professora McGonagall, que estava em frente a uma gárgula de pedra muito feia.

- Calda de chocolate! - ela disse em um tom alto, e Gale a olhou confusa, até que percebeu que aquilo era uma senha. A gárgula ganhou vida e afastou-se para o lado, ao mesmo tempo em que a parede atrás dela se abria em dois. Atrás da parede havia uma escada em caracol que subia suavemente, e McGonagall indicou que deveriam subir. A parede se fechou atrás dela e, temendo o que estava por vir, Gale percebeu-se subir em círculos cada vez mais altos, e finalmente parou em frente a uma porta de carvalho reluzente com uma aldrava em forma de grifo.

A professora levantou o punho e bateu na porta, que se abriu em seguida muito devagar. Uma voz calma pôde ser ouvida de dentro da sala:

- Entre, srta. Gaunt.

Ainda nervosa, Gale continuou paralisada, e deu uma olhada rápida para a professora ao seu lado. McGonagall crispou os lábios, pôs a mão no ombro da garota fazendo um rápido afago, e indicou que ela entrasse.

No outro lado da porta, Gale olhou em volta. Era uma sala bonita e circular, cheia de ruídos engraçados. Havia vários instrumentos de prata curiosos sobre mesas de pernas finas, que giravam e soltavam pequenas baforadas de fumaça. As paredes estavam cobertas de retratos de antigos diretores e diretoras; todos eles cochilavam tranquilamente em suas molduras. Havia também uma enorme escrivaninha de pés de garra, e, pousado sobre uma prateleira atrás dela, um chapéu de bruxo surrado e roto - o Chapéu Seletor.

Gale lembrou-se de sua seleção e do que o chapéu lhe dissera sobre Slytherin matar por ela, e ela voltar às suas origens. Há um bom tempo já não pensava nisso, mas agora que o vira, recordou instantaneamente das palavras.

Um pigarreio levou-a de volta à consciência, o que a deixou nervosa novamente. Gale esticou o pescoço na direção do som e, ao pé de uma escada, alguns metros ao lado da escrivaninha, estava Dumbledore, a olhando sobre os óculos de meia-lua.

- Confusa sobre sua casa, srta. Gaunt? - ele indicou, com a mão, uma poltrona de couro na qual Gale prontamente sentou-se.

- Não, senhor. - respondeu, com o olhar baixo, temendo o homem a sua frente e o que ele teria de sério para lhe dizer.

Dumbledore a olhou por mais alguns instantes, provavelmente esperando que dissesse algo, e finalmente prosseguiu.

- Então, como se sente? Em relação ao seu desmaio de ontem à noite.

- Já estou bem melhor, obrigada, professor. - Gale finalmente levantou a cabeça e olhou para o homem de longas barbas. Ele parecia querer que ela falasse, então ela falou. - Me desculpe se estiver errada, mas acredito que o senhor não costuma pedir para se encontrar com todos os alunos que passam mal e vão para a enfermaria. Estou certa?

Um pequeno sorriso se formou no rosto de Alvo Dumbledore.

- Sim, a senhorita está certa. Mas, julgando os últimos acontecimentos, e sob as condições diante das quais a senhorita desmaiou, achei que seria importante que tivéssemos uma pequena conversa. - Gale engoliu em seco e esperou que ele prosseguisse, mas ele não o fez.

- O senhor avisou minha família?

- Ah não, eu e o professor Snape não achamos que fosse necessário. Avisamos seu primo, Arturo, como já deve saber, mas apenas ele.

- Ótimo, obrigada! - Gale sorriu aliviada, parecendo mais contente do que queria. - Digo, mamãe e minha avó surtariam e aparatariam aqui no instante seguinte.

- É claro. - Dumbledore riu. - Mas seu avô já havia me pedido que avisasse a ele antes, se fosse necessário.

Com um sorriso, ela agradeceu mentalmente a Newt por ser tão compreensivo e por conhecer Tina e Alene tão bem. Naquela família, era claro como Alene e Arturo haviam saído como Tina, e Frank, Rolf e Gale eram mais como Newt.

A Última Gaunt [EM HIATO]Onde histórias criam vida. Descubra agora