O plano

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Foi a primeira história que escrevi;

Faz algum tempo - paciência com a falta de maturidade ocasional, por favor.

Comentem :) Me deixa feliz.

**Contém spoiler de toda a série "Sherlock".**


(Sherlock) Havia se passado anos que morávamos e desvendávamos crimes juntos. O blog de John apenas crescia nesse período. 

Eu observava nas faces das pessoas o que elas pensavam sobre mim e sabia que aquela opinião advinha das constatações de John ao me descrever nos contos de seu blog. 

Online eu era uma pessoa sem coração, totalmente fria e apaixonada apenas pelo trabalho, mas eu e John sabíamos que não era bem assim, apesar de não conversarmos sobre isso. 

Eu nunca dei espaço para essa conversa; mesmo assim, era inevitável que no convívio diário eu não demonstrasse por várias ações que eu realmente me importava... e até o que eu sentia. 

John via, mas nunca enxergava, como era de costume. Sabia que era necessário conduzi-lo a enxergar, se eu quisesse; e sabia que isso estava em minhas mãos.

Eu reprimia tanto qualquer sentimento que me viesse a tona, que não pude acompanhar para perceber que esse desejo teria crescido demais. 

Eu o alimentei, de certa forma, mas pensei que apenas ignorá-lo seria suficiente e nada aconteceria. Agora, estou imerso em sensações e talvez não tenha mais capacidade de conter tão bem algo tão imenso dentro de mim. 

A verdade é que eu amava John, no sentido romântico da palavra. Estava claro para todos que faríamos qualquer coisa um pelo outro. Era límpida nossa cumplicidade. 

Mas eu o desejava... e estava fora de cogitação simplesmente me abrir para ele. 

Eu precisava de um plano no qual ele descobrisse por si mesmo. Cego do jeito que eu sei que ele é, principalmente em relação a isso, precisaria ser direto. 

Decidi que começaria mostrando-o que eu era homossexual - era um bom começo. Ele que tivesse o trabalho de chegar às demais conclusões, bastante óbvias.

Procurei um homem bem apresentável disposto a contracenar comigo e fingir que tivemos uma noite juntos. John veria e seria suficiente. 

Exigi que fosse um homem que passasse certa esperteza no olhar, que tivesse disposto a convencer John do ocorrido se necessário e que fosse bonito, para que John não pensasse que tenho mal gosto. 

Achei-o numa companhia de teatro humilde, numa cidade vizinha por precaução. Um jovem com talento, face perspicaz e trejeitos delicados, mas nada muito extravagante. Ele concordou e achou bem divertida a ideia. Seu nome era Ethan.

Após combinado e alguns dias para que eu organizasse meus pensamentos quanto às possibilidades que ocorreriam após aquele acontecimento, combinei com Ethan que esse viesse às 2h da manhã e certamente John já estaria dormindo. 

Quando ele chegou repassei alguns detalhes da encenação da manhã seguinte e apenas dormimos na mesma cama. 

Ethan chegou a perguntar, um pouco desconsertado, se eu não gostaria de realmente por o plano em prática e eu respondi um não bem seco; não voltamos ao assunto.

De manhã acordamos, tiramos as roupas, bagunçamos a cama, os cabelos e voltamos a deitar. O ator me olhava com desejo, era desconfortável; pedi que ele olhasse para o outro lado e ele obedeceu a contra-gosto. 

JohnLockOnde histórias criam vida. Descubra agora