O casal

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(Sherlock) Havíamos acabado de solucionar um caso. Eu estava eufórico diante dos últimos acontecimentos e era cedo ainda, por volta das 18h; não queria ir para casa. 

Sugeri que fôssemos ao Victoria Park, apenas a nível de distração. John concordou.

Caminhávamos no parque calmamente.

S - Você também não fica... sei lá, extasiado quando um caso como esse termina?

J - Sim. É uma sensação boa. Dá um pouco de alívio também.

S - Nossa, esse caso durou o que? Mais de uma semana?

J - Você precisa se recuperar. Comer e dormir direito agora.

Sherlock se afastou um pouco, apontando para si mesmo – Eu pareço cansado? Eu estou a mil!

J - Não importa como você se sente, como você é capaz de controlar suas necessidades. O organismo necessita de descanso e alimento, Sherl.

S - Eu necessito menos!!

J - Até parece que quando você termina um caso não dorme horas e mais horas seguidas. ... Por um momento eu pensei que não solucionaríamos esse.

S - Sério? Eu sempre penso que alguma coisa vai acontecer, alguma evidência vai surgir na minha cabeça a qualquer momento.

J - Eu sei, mas teve uma hora que não parecia mais ter nenhuma conexão a fazer. Qual é, você fez a maior cena, Sherlock, super dramático – "esse caso é um dos mais difíceis"!

Sherlock sorriu – E você adora. Deveria ter visto sua cara de espanto.

Paramos de frente ao lago, observando.

J - Aquele garoto gostou de você.

S - Que garoto?

J - O filho do Mr. Allen.

S - Quantos anos ele tem? 20?

J - É. Mas ele não tirava o olho de você. E é claro que você percebeu.

S - Hm... Ele era atraente... Alto, né? Ombros largos... Tinha charme... – Sherlock olhou a cara de indignação de John e não aguentou, começando a rir.

J - Você está tentando me passar ciúmes.

S – John, se agora você ficar regulando quem sente atração por mim vai ter muito trabalho.

J - Eu não estou com ciúmes. Estou comentando para ver o que você acha.

S - Eu te aviso se eu me interessar por outra pessoa.

J - Não, eu não estou pedindo satisfação, Sherlock. Ok, então talvez eu esteja apenas um pouco com ciúmes. Mas eu tenho certeza que você tem mais ciúmes de mim que eu de você. Você não pode ver alguém se aproximar de mim!

S – O que? Até se eu elogio alguém, você tem ciúmes.

J - Você quase não elogia ninguém. É lógico que eu sinto ciúmes se você elogia alguém e essa pessoa não sou eu!

Voltaram a caminhar, sentaram num banco afastado. A visão do parque de lá era muito bonita. John olhou para Sherlock, suspirou, sentou mais próximo e passou o braço por trás, sobre os ombros do amigo.

J - É para você não me acusar também de não estar tomando nenhuma iniciativa.

Sherlock riu. S – Do que você está falando?

JohnLockOnde histórias criam vida. Descubra agora