(Shelock) Era feriado. Entediadíssimo, na sala, eu dedilhava em meu violino, deitado no sofá e John escrevia no seu blog na mesa ao lado. Já havíamos jantado horas atrás.
Eu sentia na tensão da sala que John previa uma aproximação minha. Previa corretamente.
Na verdade eu não aguentava mais essa enrolação de John. É como eu havia dito para ele – me rejeite, mas pare de me fazer insistir!!
Aquela noite seria minha última cartada e eu queria deixar isso bem claro.
Pelos sinais dele durante os últimos dias tive a impressão de que John cederia logo.
Fui para o meu quarto e esperei que ele terminasse de escrever e viesse em direção ao dele. Chegando próximo, pedi que ele viesse ao meu quarto. Ele hesitou, demorou... e chegou até a porta.
J - O que foi?
S - Entre e feche a porta.
J - Não.
S - Anda. Não vou fazer nada que você não queira. – ambos rimos.
Ele hesitou.
J - Eu vou no banheiro.
S - John, sem banheiro. Fica calmo. Entra e pronto.
Ele suspirou. Entrou, fechou a porta. Parou de frente a mim, mãos nos bolsos, ombros contraídos.
S - Tire as mãos dos bolsos. Relaxe, respire.
John riu como quem não acreditava no que acontecia, obedecendo. Ele olhava para o chão às vezes, com certa tristeza. Certamente ele já sabia que queria, mas "não queria querer", por assim dizer.
Encarei-o e percebi o quanto meus olhos muito claros fixados nos dele o causava reações. Ele não me encarava, mas quando me olhava brevemente havia admiração em sua face.
Retirei meu casaco e desabotoei minha camisa, ainda o encarando. John olhava para meu tórax com vergonha e logo passava a encarar o chão.
Colei meu tronco ao dele, segurei seus pulsos bem leve e cheirei muito suavemente toda a extensão do seu pescoço.
Ele começou a ofegar; sua respiração era descompassada e ele tentava puxar o ar com mais força para restaurar seu ritmo respiratório - não adiantava.
Eu sussurrei em seu ouvido:
- Fique tranquilo, eu não vou te beijar... Você vai me beijar.
Ambos sorrimos.
Iniciei a provocação. Todos os movimentos que eu fazia eram muito lentos e suaves. Mãos em sua cintura, seu rosto muito próximo ao meu peito nu.
Ora passava meu rosto próximo ao dele, às vezes quase o beijava, ora descia um pouco após seu pescoço. Ora deslizava a mão sobre o seu peito quase 'sem deslizar, descia para o abdome com muita delicadeza.
John correspondia muito a minha movimentação, com muita sensibilidade, ofegante e sério. Isso me excitava muito.
Desci a mão para perto de sua virilha e pela primeira vez John reagiu – contraiu tudo novamente e suspirou, jogando o corpo um pouco para trás.
Encarei ele, que olhava para o chão. Esperei quieto até que ele me encarou e tentei expressar em uma feição de que estava tudo bem, que ambos estávamos gostando.
Coloquei as mãos dele em minhas costas e ele apertou um pouco. Encostei virilha com virilha devagar, mas fortemente, num abraço e veio sua segunda reação – virou a cabeça de lado, suspirou longamente; mas não se afastou.
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JohnLock
FanfictionUma hipótese de desenvolvimento de Johnlock para satisfazer a curiosidade de viver o que a série não quis mostrar. **Contém spoiler de toda a série "Sherlock".**