(Sherlock) Estávamos sentados na mesa e três funcionários contratados se ocupavam em trabalhar na cozinha e servir-nos com direito a vinho, entrada, prato principal e sobremesa. Havia escolhido um cardápio refinado e que sabia agradar a ambos.
Trocávamos olhares afetuosos, eu contava um pouco para John de minha escolha, da execução do meu plano.
J – Agora vou ter que trabalhar contigo desconfiando se não é você o envolvido; eu mereço isso?
S – Se envolver algo bom como uma casa de campo toda arrumada, aconchegante, comida farta - pode desconfiar de mim mesmo. Agora, se for um lugar abandonado e sombrio... Provavelmente não sou eu.
J – Você acha que eu tinha que ter desconfiado antes?
S – Claro que não. Coloquei nossos objetos lá encima porque sabia que você não ia descobrir tão cedo.
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Mais tarde, sozinhos, ainda conversando sentados na mesa:
S – John... Eu compus uma melodia para você no violino. Eu gostaria de tocá-la...
John me olhou um pouco surpreso, com muito carinho. Assentiu. Eu levantei e fui buscar o violino no quarto.
Ao chegar na sala me posicionei a uma distância boa de frente para ele comecei a tocar o encarando.
Demonstrei certa ansiedade, e estava ansioso mesmo – John já havia ouvido minhas composições, sabia que eram uma forma de comunicação para mim. E que eu dava muita importância a elas.
Compor uma melodia para John era despir um sentimento muito forte, era elaborar uma harmonia muito intrínseca e exteriorizar algo muito intenso no meu interior.
A melodia iniciava suave e delicada, pois simbolizava a pureza de nosso sentimento, composto por muita entrega e lealdade, sem benefícios ou interesse.
Também simbolizava a forma como John havia entrado na minha vida – quase sem querer, sem os dois terem iniciado nada ativamente, por uma coincidência maravilhosa que mais parecia um milagre para mim.
Depois a melodia ficou intensa, forte e muito viva. Era meu sentimento por ele. Era para soar como algo que preenchia a alma, notas que invadissem a sala e a transformasse num ambiente íntimo.
A melodia deveria parecer familiar, assimilada com facilidade, e que não trouxesse mais mansidão, e sim um conflito de sensações boas; – John se mostrou terno e levemente emocionado.
A terceira e última parte tinha uma harmonia de conciliação, de crença absoluta e entendimento, de estabilidade e benção. Era como eu esperava me sentir sempre em relação a ele – não importava o que viria a acontecer conosco, algo definitivo havia mudado em nós e prosseguiríamos com a certeza de paz por ter conhecido um ao outro.
Terminei e tocar e o encarei meio tenso e com certa expectativa.
S – Eu tremi um pouco, não ficou perfeito.
J – Sim, ficou perfeito.
Sorri. Ele não falava para me agradar.
S – John Watson, você quer namorar comigo?
John sorriu graciosamente, olhando para baixo embaraçado, como eu imaginei que ele faria.
J – Sim. – Disse ele levantando. Coloquei meu violino sobre a mesa. Ele se aproximou.
J – Se esse é seu pedido de namoro, imagina o de casamento!
S – Você não perde por esperar.
Ficamos um tempo olhando um para o outro. Contemplávamos o cenário ainda inabitual de demonstrarmos tanto afeição um pelo outro. Olhávamos um para o outro com os olhos marejados por termos conquistado a força de conseguirmos expor o que sentíamos. Nos beijamos com ternura, partilhando a sensação de privilégio por termos vivido aquele momento.
Fim s2
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JohnLock
FanfictionUma hipótese de desenvolvimento de Johnlock para satisfazer a curiosidade de viver o que a série não quis mostrar. **Contém spoiler de toda a série "Sherlock".**