A fragilidade

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Esse capítulo é o mais delicado de todos;

Trata de um lado não tão gentil, nem tão bonito de Sherlock; mas eu senti a urgência de humanizá-lo e retratar seu lado ríspido.

Eu alterei algumas partes; está diferente do postado no Spirit, apenas porque preferi essa minha versão atualmente.

(John) Sherlock havia ficado transtornado em meio a um novo caso que tentávamos solucionar. O assassino em questão era extremamente malicioso e impiedoso; tinha perversões de comportamento assustadoras. 

Era um caso em que Sherlock não mais sentia prazer em solucionar e passava a ter receio. O sanguinário já havia colocado a mim e Sherlock em situações de extremo risco, eventos em que brincava conosco como se fôssemos marionetes e nos humilhado algumas vezes... Era angustiante...

Ele envolveu terceiros e uma criança acabou morrendo apenas porque Sherlock não conseguiu desvendar seu plano a tempo – Sherlock se culpou. 

Ele já estava alterado pelos péssimos momentos que tínhamos passado e esse foi o estopim de sua aflição. Agora uma equipe de Mycroft cuidava do caso; Mycroft afastou seu irmão do caso rudemente e mantinha a segurança do mais novo com outra equipe a porta da Baker Street.

Inquieto, Sherlock demonstrava ansiedade e fúria enquanto estávamos na sala. Tínhamos acabado de ser afastados do caso; os últimos acontecimentos tinham sido especialmente infelizes.

Eu conseguia manter a calma; a sensibilidade do meu amigo me fazia entender que um dos dois precisava manter a lucidez no momento e era exatamente o que eu estava disposto a fazer.

Eu via o quanto Sherlock estava abalado e sua reação não era tanto uma surpresa para mim. Na verdade, eu sabia que quando meu amigo saia de seu autocontrole ele se tornava agressivo. 

No momento ele me insultava para tentar se estabilizar novamente.

S – Se não tivéssemos essa ideia imbecil de nos envolver em... "Sentimentos"... É essa fraqueza que nos torna estúpidos! Não venha dizer que eu iniciei tudo, você ficava me desejando e eu não sou idiota, eu via isso. Se não fosse por isso eu não teria te desejado, eu não teria falhado tanto.

Sherlock andava de um lado para o outro na sala, gritando e despejando aquelas palavras para John. 

John se mantinha parado, quieto, observando os movimentos do amigo e cuidando para caso ele se descontrolasse.

S - Eu vi o seu desejo desde o início e isso que me fragilizou! Qual é o ponto de ficar alimentando impulsos, "afeto"?? Não é óbvio que isso nos deixa fracos, vulneráveis? Isso tudo é maléfico!! ... ME RESPONDE!

J – Você está fora de si.

Sherlock gargalhou.

S – Mal você sabe que eu sou assim, John. Essa é a minha face correta. Essa é minha opinião mais genuína! Mas você não me enxerga, né? Não consegue me ler. Eu manipulo tudo o que eu quero que você pense - não é assim que você diz, John?...

Eu queria responder que sabia que essa não era a face verdadeira de Sherlock; sua face mais sincera era a de quando Sherlock sorria para mim depois que fazíamos amor. Mas não conseguia dizer, porque a verdade é que ouvir meu amigo dizer aquelas coisas me machucava.

S - Você se sente inferior por alguma razão. Já pensou nisso? Não faz sentido alguém como você me satisfazer, você acha que faz? Você não sacia minha mente, nem ao menos acompanha meu raciocínio. Não pensa comigo. É uma parede. Se fosse para ter alguém do meu lado, que fosse alguém perspicaz, que enxergasse as coisas.

JohnLockOnde histórias criam vida. Descubra agora