4

32 1 0
                                    

- Tá bom, cala a boca e me leva logo porque ainda preciso ligar pro mecânico pra rebocar o carro e mais um monte de coisas. - bufei e fui na direção da porta do passageiro mas quando já estava bem perto ele se colocou na minha frente e estava próximo demais.

Ele apenas deu um dos seus famosos sorrisos e abriu a porta pra mim. Mas que cavalheiro, não? Fiquei apenas observando enquanto ele passava na frente do carro com toda aquela sua pose de bad boy misterioso, antes mesmo dele entrar joguei minhas coisas no banco de trás.

- Não precisa se preocupar com seu carrinho. - ele me olhou de canto enquanto ligava o carro e dava a partida em seguida. - eu já cuidei de tudo enquanto você trabalhava.

- Como assim, Zayn? - fui realmente pega de surpresa. - não precisava se dar ao trabalho, e...

- Cala a boca e não reclama, eu já ia ter que arrumar o meu mesmo não custava nada te fazer esse favorzinho.

- Só espero que ache que eu vou restribuir esse tal favorzinho. - fiz uma careta e ele riu.

- Não coloque ideias na minha cabeça, baby.

- Mas que coisa, Malik. - bufei irritada e cruzei os braços. - para de me chamar assim.

- Como eu posso te chamar então? - deu um sorriso sujestivo e arqueou suas sobrancelhas. - que eu bem me lembre você ainda não me disse seu nome.

Me chame como você quiser, Zayn.

- Vee, na verdade é Veronica Argent. - pensei em estender minha mão mas lembrei que ele estava dirigindo.

- Belo nome, Argent.

- Obrigado, Malik.

Depois de toda essa conversa vergonhosa eu apenas lhe expliquei onde eu morava e permaneci em silêncio. Quando entramos na rua da minha casa comecei a ficar tensa pois não sabia o que fazer. Será que devo chamá-lo pra entrar e oferecer um copo de água? Apenas agradecer e sair?

- Vo-você aceita entrar? - respirei e tentei manter a voz firme. - pra, sei lá, tomar ou comer alguma coisa? - nesse momento ele virou seu rosto pra mim e deu um sorriso, mas foi justo na droga da hora em que eu me estiquei pra pegar minha bolsa e meus livros que tinha jogado no banco de trás.

Eu tencionei, simplesmente não consegui me mexer, não sei se isso foi pela proximidade ou por ter sentindo seu cheiro, maravilhoso diga-se de passagem, ou pelo seu olhar que era quase impossível deixar de fitá-los. Sua respiração foi ficando mais próxima e ia começando a se misturar com a minha. Eu tentei, juro que tentei com todas as minhas forças, mas foi impossível não baixar o olhar praqueles lábios tão convidativos que ele tem, Zayn pareceu ter feito mesmo pois quando voltei meu olhar para seus olhos ele ainda fitava minha boca, quando seu ohar finalmente encontrou o meu novamente eu tive a sensação de que derreti por dentro. Quando ele roçou seu nariz no meu foi como eu tivesse um choque de realidade.

- Vamos logo. - finalmente alcancei a alça da minha bolsa e sai do carro, precisei respirar fundo várias vezes pra conseguir me recuperar dessa situação toda, quando cheguei na porta de casa e vi que ela ainda estava trancada vi que minha mãe não estava em casa. ÓTIMO. Belo dia pra você voltar tarde pra casa, mãe. Abri a porta e percebi que tremia um pouco enquanto segurava as chaves, afinal, não é todo dia que eu tenho um deus grego desses esperando em minha porta pra entrar na minha casa e ainda por cima estamos sozinhos.

- Bela casa. - Zayn falou depois de inspecionar minha sala.

- Não é grande coisa mas dá pro gasto. - soltei uma risadinha nervosa enquanto jogava minha bolsa na poltrona que estava em minha frente. - Então... Aceita alguma coisa? - perguntei apontando para a cozinha que ficava atrás de mim.

- Acho que uma água... - me virei e comecei a andar em direção a cozinha e percebi que ele também veio. Peguei um copo no armário e depois fui até a geladeira e pro meu azar a jarra com água gelada estava na parte de baixo da geladeira, o que ia me fazer abaixar, o que eu faria sem problemas se ele não estivesse escorado na bancada olhando cada passo que eu dava.

Vamos Vee, apenas ignore, ele não é um maníaco e não vai te atacar. Tentei fazer esse pensamento afastar a vergonha, afinal, isso é uma coisa normal. Não é?

Abaixei e peguei a merda da garrafa o mais rápido que consegui e quase a deixei cair por conta da minha coordenação motora que não é uma das melhores e o escutei abafar um riso. Idiota. Estiquei o copo pra ele e fui em direção ao microondas ver o que minha mãe tinha deixado de comida hoje e também pensei em algo pra falar e acabar com aquele silêncio chato e constrangedor que estava, pelo menos pra mim.

- Então, Zayn... Obrigado por ter.. Hã... Me ajudado com o carro, a carona e.. Tudo mais. - me enrolei com as palavras por não saber muito o que falar.

- Não precise agradecer... Um dia eu cobro todos os favores. - quase me engasguei com mina própria saliva mas pra disfarçar eu apenas bufei.

- Vai ficar chupando dedo então, eu já agradeci... E além do mais, não sou do tipo que faz favores, muito menos que os retribui.

- Oh, então você é uma moça mal agradecida? - deu um sorriso e foi se aproximando em passos lentos. - Acho que vou começar a pensar duas vezes antes de te ajudar, mas também posso fazer outras coisas...

- Ora, Zayn. Tsc. - revirei os olhos e bufei. - Você chega a ser patético as vezes, e olha que só te conheço a menos de uma droga de dia.

- Patético? Estou realmente ofendido. - colocou a mão sobre o peito de forma teatral enquanto ria e ficava cada vez mais próximo. - Mas acho que vou logo te avisar... - deu mais um passo e ficou na minha frente. - Eu odeio coisas inacabadas.

A Piece of HopeOnde histórias criam vida. Descubra agora