Acabei conseguindo dormir depois de várias tentativas frustrantes. Quando acordei, estava virado para o lado que Dylan estava deitado, mas ele não estava ali. Viro para olhar o quarto. Também não está. Ao levantar, sinto meu corpo pesado, respiração ofegante, corpo estava cansado. Acho que não foi uma boa ideia tomar banho tarde e dormir sem camisa, o tempo estava frio, acabei pegando uma gripe. Em pouco instante percebi que estava com uma camisa e meias.
— Está melhor? — perguntou Dylan enquanto entrava, ainda sem camisa.
— O que ocorreu? — perguntei sem entender
— Você teve febre durante a noite. Sabia que poderia ser uma gripe, então vesti você.
Sim, eu realmente estava gripado. Não era uma simples gripe, era uma que acabou me derrubando, drenou minhas forças para qualquer coisa, inclusive ir para escola essa manhã. Acho que Dimitri e Aléssia desconfiariam, afinal, eu não era de faltar aula, sempre achava que poderia ocorrer algo importante durante a minha ausência: O presidente poderia visitar a escola, um apocalipse poderia ocorrer lá, ou, na pior e maior das hipóteses, poderia ter uma prova de matemática. Seria uma problemática se eu perdesse uma prova dessas.
— Obri...Obrigado. — estava meio tonto.
— Já tomei café, deixei algumas coisas para vocês comerem.
— Vocês? — expressei estar confuso.
— Sim, não sabes que tem ótimos amigos? Dimitri e Aléssia notaram sua ausência na entrada, passarão aqui no intervalo.
Senti-me feliz por saber que meus amigos notaram minha falta, apesar de não ser uma surpresa. Também da preocupação que tiverem em pensar em vir me visitar. Comecei a me arrumar para esperar eles. Levantei, peguei umas roupas, ajeitei a cama e fui ao banheiro para tomar banho. Fechei a porta e comecei a retirar as roupas.
Sentia o chão molhado nos meus pés. Apesar do banheiro estava fechado, sentia uma brisa fria. A água começa suavemente, criando trilhas pelo meu cabelo, escorrendo pelo meu corpo. Seduzia-me pensar. Eram mais um daqueles momentos de crise existencial. Fechei os olhos, com a cabeça apoiada na parede, comecei a lembrar de tudo que havia acontecido esses dias. As imagens passavam em minha cabeça como um filme, revirando meus sentimentos que até ali estavam calmos e guardados. Antes que piorasse as coisas, despertei do meu "sono", mas parecia que tudo ainda estava escuro. Até que me toquei: estava passando mal. Sai do box e agarrei a toalha, me esforçando bastante para manter-me em pé, consegui enrolar um pouco. Comecei a chamar Dylan, sem hesitar ele abriu a porta e me agarrou rapidamente. Estava em seus braços agora, pareciam tão quentes, isso porque eu estava muito frio.
— Não queria que me olhasse dessa forma...
— Tudo bem — falou soltando um sorriso de canto — vai ficar bem.
Ele me colocou na cama, de forma sutil e agradável, então pedi um tempo para vestir pelo menos a cueca. Foi concedido. Quando terminei, convidei a adentrar no quarto. Ele rapidamente preparou algo para mim, segundo ele um doente de grande importância como eu necessitava atendimento rápido e especial do "doutor".
[...]
Após comer, Dimitri e Aléssia chegaram. Dylan abrira a porta para eles. No primeiro momento, apenas eu e Dylan estávamos no quarto, ele não queria deixar eu descer, pois eu estava fraco. Ele tinha razão. Dimitri e Aléssia estavam comendo, claro, nunca vamos na casa de um amigo e voltamos sem ao menos ter comido uma coisinha. Após terminarem subiram, quando chegaram, estava Dylan, sentado com minha cabeça no colo fazendo cafuné.
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Deixa Fluir
Roman d'amourA mudança dos fluxos da vida não é geralmente bem aceita por parte das pessoas. Noan, ao entrar no primeiro ano, encontra-se em uma situação inesperada: suas atividades e conexões com amigos e família, em geral, são afetadas por mudanças sutis, mas...