Capítulo 1

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Depois daquele dia calorento, a única coisa que Elena queria era sua cama.
Passou o dia todo em lares de caridade, ajudando a cuidar das crianças desabrigadas e ajudando doentes e se levantar.
Não que ela não gostasse, na realidade até gostava de ajudar os outros, mas naquele dia, o calor estava extremo. Ela já cansada, se jogou na cama depois de um rápido banho e fechou os olhos, mas os abriu com um pouco de raiva quando bateram em sua porta.

- Entre - ela se sentou na cama vendo sua mãe entrar com alguns papéis em mãos.

- Boa noite, querida.

- Boa noite, mamãe.

- Seu pai pediu que eu agradecesse por ele por você ter ido ao lar de caridade hoje. Ele passou o dia todo em uma reunião. O reinado anda tendo alguns problemas.

- Alguma coisa muito séria?

- Nada com que deva se preocupar - Elena sabia que não era verdade. Ela conhecia sua mãe. E via em seus olhos uma certa preocupação, mas resolveu deixar pra lá.

- Tudo bem. A senhora deseja algo?

- Ah, sim - lembrou-se dos papéis - Aqui estão os poemas do príncipe Gabriel. Não as abri.

O príncipe Gabriel - noivo de Elena - mandava a ela poemas toda a semana. Poemas que ela respondia com outros poemas.

Ela pegou as cartas das mãos da mãe e os colocou no bolso do roupão.

- Não vai ler?

- Amanhã eu leio. Estou cansada.

- Tudo bem. Tenha uma boa noite, minha flor - a rainha deu um beijo na cabeça da filha e saiu do quarto, deixando a menina sozinha.

Ela não demorou para dormir. Seu corpo estava tão pesado e cansado que ela não se lembrou nem de desligar a vela que já estava pela metade ao lado de sua cama, mas um barulho alto fez ela abrir os olhos.
Ela olhou ao redor e ficou tentando entender de onde aquele barulho vinha. Depois que acordou de verdade, ela percebeu mais barulhos altos e se assustou. Levantou em um pulo da cama. Não sabia quanto tempo havia se passado desde que dormira. Ela colocou seu roupão branco e foi para a passagem secreta de seu quarto atrás de uma grande pintura de sua família, mas antes mesmo de abrir a porta, ela se abriu, e seu pai saiu apavorado.

- Vamos logo, querida. - ele a puxou pela mão, mas ela estava extremamente atordoada e perdida.

- O que está acontecendo?

- Estamos sendo atacados. - ela ficou parada alguns segundos. Tentando entender aquilo. Era muita coisa pra cabeça dela naquele momento.
- Vamos logo. - seu pai a acordou do transe e Elena entrou pela passagem secreta, onde também estava sua mãe e seu pequeno irmão.

Eles caminharam pelas passagens secretas o mais rápido possível. Quietos, a cada estrondo que escutavam paravam alguns segundos por causa do susto.

- Esperem aqui. Vou ver se não tem algum guarda para acompanhar vocês lá fora.

- Você não vai conosco? - ele não respondeu a esposa. Pelo seu olhar ela já sabia que aquilo era um não.

O rei botou a cabeça para fora, mas não havia guarda nenhum. O corredor estava vazio.

- Venham. - ele chamou e elas o acompanharam.

Caminharam um pouco pelo corredor, mas tiveram que parar quando viram um homem alto se aproximar, mas não era um guarda. A Elena e a mãe arregalaram os olhos, enquanto o rei pegou a espada e apontou para a frente.

- Corram.

- Mas... - a rainha tentou contestar, queria ficar ao lado de seu marido.

- Agora! - elas começaram a correr, mas a rainha foi atingida. A Elena, que já estava um pouco mais a frente olhou para trás e viu a mãe cedendo a morte. Voltou e pegou seu irmão.

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