Capítulo 22

733 48 4
                                    

          A semana estava sendo a mais chuvosa do ano. Estava sendo ruim plantações e para os animais também. Nenhum ataque até o momento e nada que se soubesse de Katherine.
         A época de chuva estava chegando, o que fazia Elena ficar cada vez mais inquieta em relação a atacar de uma vez sua irmã.
         Gabriel tentava desviar a conversa cada vez que Elena comentava sobre querer atacar, assim como James. O único apoiador de suas conversas sobre as investidas à Katherine era Christian. Com irônicos comentários, ele a apoiava. Gabriel até tentou algumas vezes subornar ou chantagear o irmão particularmente para que ele se calasse, mas não adiantou. Christian tinha um gênio tão forte quanto o de Elena.

  — Hoje é o dia de meu casamento, irmão. Será que não pode dar um tempo? — pediu Christian enquanto passava a navalha pelo maxilar em frente ao espelho fazendo a barba.

  — Darei um tempo quando Elena fizer isso. — Gabriel se escorou na porta.

  — Não controlo o que sua esposa pensa. Não controlo nem o que minha futura esposa pensa. Já fiquei bastante irritado quando não consegui fazer a surpresa que queria com o casamento para Christiana. Estou sem paciência para seus problemas conjugais. — Gabriel revirou os olhos.

  — Não são problemas conjugais. São problemas de batalha. Sinto que é uma leoa que não consigo segurar. Ah, e sinto muito por sua surpresa ter sido fracassada.

  — Realmente, meu irmão. É uma leoa que não consegue segurar. Mas você por acaso já reparou que, na alcatéia, enquanto os leões ficam lambendo as partes íntimas e marcando território, são as leoas que saem para caçar?

  — Não vou ficar aqui lambendo minhas partes íntimas enquanto minha esposa sai por aí tentando matar a irmã.

  — Ah, mas que droga! — exclamou Christian quando se cortou. — Afinal, que é que quer que eu faça? Se nem você consegue segurar sua mulher, acha mesmo que eu conseguiria. Talvez devesse pedir a James. Ele deve ter uma tática para... — Christian arregalou os olhos quando viu o irmão avançando até ele. — É brincadeira apenas, irmão! — disse rindo e levantando as mãos em rendição. Gabriel o soltou e voltou sua posição inicial escorado na porta.

  — Se não quiser que seu pescoço seja perfurado por esta lâmina, não brinque assim novamente.  Mas enfim, eu gostaria muito que você pudesse parar de instigar Elena quanto a esse tal ataque que ela tanto planeja.

  — Não posso fazer isso, sinto muito, irmão. Ela não está errada.

  — E também não está certa.

  — Ela simplesmente não quer ficar esperando a morte bater a sua porta. Ela é uma rainha, e está pensando como uma. Não serei eu quem irá tirar isso da cabeça dela.

  — Não está pensando como uma rainha. E se ela morrer lá?

  — Como ela mesmo me disse: se ela morrer lá, você poderá ser casar com alguém e manter os dois reinos, entretanto, se você morrer lá, ela estará frágil demais reinando.

  — Não sei o que faço com essa mulher.

  — Apoie ela. Caso ainda não tenha percebido, irmão, suas desculpas para adiantar a ida dela para a batalha estão acabando.

  — Eu sei. Chegará a hora em que ela não me ouvirá mais. E vai tomar a decisão.

  — Na realidade, essa decisão ela já tomou. Ela só está se mantendo aqui por respeito a você. — uma batida na porta fez Gabriel se desencostar da porta para abri-la.

  — Falando na leoa, aí está ela. — exclamou Gabriel deixando Elena entrar.

  — Leoa? — perguntou confusa, mas depois espanou a mão como se estivesse espantando uma mosca e se voltou para Christian — Bom, não importa. Como está, cunhado?

Unidos Pela CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora