Capítulo 13

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  — Você tem que se acalmar — disse James vendo Gabriel andando de um lado para o outro sem paciência.

  — Me acalmar? Me acalmar? — ele suspirou —Meu filho está morto e minha esposa está jogada naquela cama sem vontade de levantar. Não me peça para ter calma, James.

  — Mas você é o rei. Não pode deixar suas emoções falarem por você.

  — Não sou esse tipo de rei. Fizeram um atentado contra minha rainha. Quem fez isso vai pagar com a vida — dois soldados vieram segurando os braços de uma mulher. Ela estava sendo arrastada. Se recusava a caminhar. Quando Gabriel viu que se tratava de uma mulher ficou frustrado.

   — Viu? Ainda queres fazer alguma coisa?  — perguntou James, vendo a cara de frustração.

   — Inferno  — botaram a mulher na cela e ele passou a mão nos cabelos.

   — Essa é Anne Duttor, Majestade. Admitiu ter envenenado a rainha  — disse o soldado dando os documentos da mulher à James.

    — Por que fizestes isso com tua própria rainha?  — quis saber James.

   — Ela não é minha rainha  — disse a mulher sentada no chão frio da cela.

   — Como ousa dizer isso?  — perguntou Gabriel, segurando-se para não explodir em raiva.

   — Vocês não são meus lordes. Não são nada.

  — Por que fez aquilo? Por que matou meu herdeiro?

   — Porque o reinado dos Kingston deve acabar. Primeiro o feto, depois a rainha, e se for esperto, sairá daqui antes que seja você.

  — Você tem família? — a mulher não respondeu — Aqueles que você protege, mataram várias famílias, mataram meu filho. É isso o que defende? — ela não respondeu — Interroguem essa mulher. Tirem tudo o que conseguirem dela. Não a matem. Precisamos dela viva.

      Ele saiu de lá furioso. A noite já tinha caído e ele precisava ir ao quarto, onde estaria Elena, ainda deitada na cama, sem querer comer, sem querer levantar.

         Ela estava do mesmo jeito. Obviamente tinha tomado banho. O quarto cheirava a sabonete, mas ela ainda estava deitada.

  — Ei, como você está? — ele perguntou sentando ao lado dela e acariciando seu rosto.

  — Com sono, e você?

  — Cansado. Comeu hoje? — ela negou — Elena, você tem que comer.

  — Não sinto fome.

  — Mesmo assim. Deve comer pelo menos uma fruta. Não sei. Não pode ficar aí o resto da vida — ele estava ficando irritado com aquilo. Ele entendia o luto dela. Estava de luto também, e cada um tem o seu tempo, mas já fazia quase um mês. Ela não podia ficar ali pra sempre. 

  — Não sinto vontade de me levantar.

  — Eu também não, mas nós temos dois reinos para cuidar. Não podemos nos trancar no quarto e ficar até definhar.

  — Estou de luto, Gabriel.

  — Eu também estou, Elena. Era meu bebê também. Mas nós teremos outros. Você ainda tem a mim.

  — E acha que os outros que teremos substituirão esse que se foi? — ele suspirou.

  — Não, é claro que não. Mas nós temos um dever. Eu lamento e sempre lamentarei por nosso bebê, mas por favor, não ache que eu sou um monstro por tentar seguir em frente — ele se levantou, irritado.

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