Capítulo 3

2K 130 8
                                    

        Elena ouviu batidas em sua porta, o que a fez suspirar profundamente, pensando em quando que aquele dia finalmente iria acabar. Ela só queria se jogar em sua cama de colchão macio após um longo, quente e bom banho.

  — Pode entrar. — ela viu Gabriel entrar pela porta e conteve sua insatisfação justo agora, que ela não queria ver ninguém que a fazia lembrar de seu casamento.

  — O que houve lá embaixo com meu pai? — ela se abaixou para tirar os sapatos que já estavam castigando seus pés, mas ele foi mais rápido e se ajoelhou em sua frente para fazer o trabalho por ela. Gabriel sempre foi um defensor das mulheres.

  — Não precisa fazer isso. — disse ela apenas por educação, porque na verdade ela estava adorando a massagem que ele tinha começado a fazer em seu pé.

  — Não me importo. Vi como você já estava cansada lá embaixo.

  — Desculpe ter saído sem dar explicações aos convidados. — ela fechou os olhos e jogou a cabeça para trás, se rendendo a sensação boa que aquela massagem estava dando. Ele olhou para cima, e se esqueceu de todo o resto. Ficou ali, olhando para a cara dela, totalmente perdido, pensando em coisas que qualquer homem recém formado pensaria, mas logo volto para sua sanidade para que ela não percebesse.

  — Tudo bem. Eu disse que você estava com dor de cabeça e precisou sair. — ele se levantou e sentou do lado dela na cama.

  — Por que vocês discutiram?

  — Não seria melhor perguntar isso ao seu pai?

  — Ele me deixou falando sozinho.

  — Eu convidei minhas criadas para a festa de noivado. Gosto delas, e além do mais, elas mereciam uma recompensa por terem trabalhado tanto no meu vestido de última hora. Eu o achei perfeito, e percebi que ela fizeram de tudo para fazê-lo ficar o mais confortável possível para mim. — ele achou esse gesto nobre.

  — Meu pai não gosta quando os criados se misturam a nós.

  — Eles tem sangue vermelho correndo pelas veias assim como nós. — ele concordou e depois olhou para a sacola que havia levado consigo.

  — Aqui. Eu trouxe para você. Vi que estava um pouco entusiasmada com a bebida antes da discussão com meu pai. — ele deu uma garrafa de vinho para e depois se levantou para sair do quarto.

  — Obrigado. — ele acenou e foi para sair do quarto, mas quando colocou a mão na maçaneta da porta ela o chamou. — Por que não fica para beber um pouco comigo? — ela não sabia se tinha feito certo, mas já tinha feito. 

          Ele pegou duas taças e sentou ao lado dela, servindo a taça quase até a borda.

  — Esse vinho é bom demais. Um dos melhores e mais fortes que eu já bebi. — disse ela tomando um gole.

  — Se achar muito forte bote um pouco de água. Minha mãe faz isso. — ela negou com a cabeça depois de tomar outro gole.

  — Estou precisando de algo forte agora.

       Os dois começaram a beber e falavam sobre várias coisas de si mesmo.

   — Como você está? — ele se referia a tudo o que estava acontecendo, e a sabia. Os dois já haviam tomado mais de duas garrafas de vinho. Estavam na metade da terceira. Já se riam por coisas sem graça.

  — Eu não sei. Sinto falta dos meus pais. Fico pensando em como meu irmão está. Eu mal tenho conseguido ficar com ele. São muitas coisas para pensar. Ataques. Guerras. Coroação. Casamento... — ela tomou mais um gole e continuou — Estou assustada, para ser sincera. Eu não conheço você direito, Gabriel. E terei que passar o resto da minha vida com você. Sabe que teremos que ter filhos, sabe que teremos que cuidar de dois reinos. É coisa demais para duas pessoas que mal se conhecem.

Unidos Pela CoroaOnde histórias criam vida. Descubra agora