Capítulo 9

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        Já era hora de dormir e cada um foi em direção ao seu quarto.  Elena e Gabriel foram juntos. Andaram lado a lado, em total silêncio. Ele queria falar algo para quebrar o gelo, mas ela não queria ouvir uma sequer palavra.

  — Como foi seu dia? — perguntou com medo de se ela responderia sua pergunta.

  — Não precisamos fazer isso —ela parou no meio da escada e olhou para o marido.

  — Isso o quê?  — ela continuou andando e ele a seguiu, mas ela falou apenas quando chegaram no quarto, para que ninguém ouvisse.

  — Fingir que está tudo bem. Sabe que não está. Já resolvemos nossos problemas mais cedo. Já entendi o que sente e entendi sua posição nesse casamento, e acredute: eu entendi perfeitamente.

  — Não, não entendeu, minha esposa — ela riu.

  —Minha esposa? Pode ser sincero aqui dentro, Gabriel. Eu só peço que, se for se encontrar com outras mulheres, seja discreto. Não ficarei conhecida como a rainha que era traída e não fazia nada para segurar o marido, apesar de sermos obrigados a passar cada dia de nossas vidas juntos. Se chegar em meus ouvidos que outra pessoa soube de suas traições, eu darei meu jeito. Fique sabendo apenas disso. De resto, faça o que quiser. Não me importa mais.

  — Mas, Elena, você não me entendeu. Eu não sou desse jeito. Não farei isso com você... — ela levantou a mão para que ele parasse de falar.

  — Eu já disse: faça o que quiser. Não me importa — as palavras dela o feriram, bem lá no fundo, o feriram. Mas apesar de ela demonstrar indiferença com a situação, ela estava querendo a jogar nos braços dele, mas ela não faria isso. Não depois do que ouviu hoje mais cedo. 

   — Por que não para de agir desse jeito?  — ela parou de desfazer as amarras do vestido e olhou para ele.

   — No contrato e obrigação e nosso casamento, diz que sou obrigada a ser um doce de pessoa com você?  — ela não respondeu  — Responde à pergunta.

   — Não  — disse baixo.

   — Então é por isso que não paro de agir desse jeito. Farei apenas o que sou obrigada a fazer em nosso casamento.

   — Sabe que somos obrigados a ter filhos, não é?
 
   — Ah, sim. Já pensei nisso. Tentaremos, uma vez por mês. No máximo duas.

   — E como ficará indiferente comigo quando formos para a cama?

   — Não sabe como eu sou quando não me importo com você.

   — Certeza que conseguirá?

   — Diga-me: é para sua prima chegar amanhã, não é? Eu estava pensando em fazer uma festa de boas-vindas para ela. O que acha? Será que ela se sentirá feliz?

   — Elena...

   — Ou melhor: pensei em arrumar nosso quarto com várias pétalas de todas e velas, com você nu no meio da cama com uma rosa na boca, o que acha? Tenho certeza de que ela ficará ainda mais feliz com isso.

— Pare de falar essas coisas — ela se deitou na cama e se tapou.

  — Vou dormir. Tenha uma Boa noite.

    Ele não respondeu. Virou-se para dormir também e apagou rápido.

     No outro dia, Elena e Gabriel estavam à caminho do julgamento semanal no início da manhã na sala do trono.

     Caminhavam lado à lado com os braços enlaçados sem conversar um com o outro. Logo a frente viram Penélope chegar aos pulos.

  — Primo! Que saudade! — disse pulando no pescoço de Gabriel, o que fez o braço de Elena se desfazer do dele.

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