Capítulo 6

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Depois de um foda bem dada e de sentir minha boceta doendo finalmente eu me dei por satisfeita, acendi um cigarro de maconha é deitei nua na cama.

Dynho - Ae gata se tu continuar assim a gente vai foder de novo.

Valentina - Pera ae mano, minha boceta ta ardendo.

Ele riu é saiu para o banheiro, eu queria viajar legal com aquela maconha, mais minha viagem foi para o passado, quando eu tinha 14 anos é minha vida virou essa merda, já era ruim...só piorou.
Desde que me entendo por gente minha mãe era usuária de drogas é meu pai um alcoólatra, minha mãe inúmeras vezes tentou vender minha virgindade ou trocar por drogas mais eu não deixei, eu fugia todas as vezes e ela me batia até me ver sangra em todas elas, ela sempre me dizia que ate tentou me aborta mais não conseguiu.
Passei noite na rua com ela, com fome, com frio...perdida.
Meu pai começou a cuidar da gente quando eu já estava grandinha.

No começo ele foi legal, bebia muito mais ainda se importava com a gente, no começo de 2014 eu percebi que ele não voltou com a minha mãe, não resgatou ela da rua ele resgatou a mim, ele quis voltar comigo, em uma noite qualquer minha mãe saiu foi trocar qualquer coisa por droga e ele começou, ele começou me tocando e depois me beijando por fim me vi sendo estuprada pelo meu próprio pai minha inocência que inúmeras vezes minha mãe tentou vender foi dada a ele, eu lutei muito mais eu não estava preparada para aquilo, os abusos não paravam eu não sabia o que fazer é a minha mãe corria risco de vida por mexer com as pessoas erradas.
Tentei fugir de casa umas 5 vezes, mais ele me encontrava sempre e me tracava em um quarto no fundo da casa, esse quarto era o meu inferno pessoal não tinha janelas, não tinha banheiro, nem TV, nem nada disso havia apenas a porcaria de uma cama, cama onde ele passou noites se divertindo comigo...não vi outra saída minha primeira tentativa de suicídio foi uma facada na barriga, infelizmente escapei, a segunda foram os pulsos mais nesse dia ele chegou a tempo de me deter...
Foram noite de sofrimento, quando eu não fazia o que ele queria eu não ganhava comida, nem água e nem mesmo cinco minutos fora do quarto.
Porque me matar se eu poderia matar ele? Estava decidido eu o mataria...

Mais um dia ele abriu a porta e em deixou sair...eu pensei está livre até dar por falta das coisas da mamãe... ela havia morrido, segundo ele por uma overdose eu o culpei por isso, mais fiquei feliz por ela está morta.
Ela sabia, sempre soube dos abusos, deixava ele fazer aquilo em troca de dinheiro.
Finalmente e não muito tempo depois ele começou a adoecer, seu corpo não aguentava mais tanta bebida, eu não tinha mais como matar ele então deixei que a vida fizesse isso por mim, em seu último suspiro ele me demonstrou um ato de humanidade, pelo menos era assim que eu pensava ate descobrir o que ele fez.

António - Eu errei com você, sua mãe errou com você acho que até a vida errou com você... essa casa não é nossa, e os caras vão fazer limpa aqui pelas contas que a gente deve.

A cada duas palavras ele tossia sangue em cima da cama onde dava seus últimos suspiros e eu só conseguia rir.

António - Vai pro morro da rocinha, você tem um irmão lá.

Isso sim me fez para de rir, eu nunca soube de nenhum irmão.

António - Antes de você eu fiz outro filho na sua mãe, procura o Edson Alves na rocinha.

Valentina - Não...não...você ta maluco.

António - Edson Alves...Edson Alves...

Ele fechou os olhos e eu finalmente tive coragem de cuspir na cara dele.

Valentina - Você vai queimar no inferno seu desgraçado, eu espero que o diabo foda seu cu eternamente!

Eu não iria atrás da porra de irmão nenhum, nois morávamos no interior do rio ate onde eu sabia nunca tiver irmão, procurei nos documentos da mamãe e lá estava uma certidão de nascimento desse Edson Alves, realmente ele não estava mentindo.
Sem saber o que fazer peguei todos os documentos e um dinheiro que eu havia escondido a muito tempo cerca de cem reais talvez, fui pra essa tal de rocinha e ainda passei três dias pra encontrar ele...

Edson - Então você é a minha irmãzinha?

Valentina - Sim...os dois morreram e o António me mandou vim aqui, você pode me ajudar? Eu não sei o que fazer.

Edson - Óbvio que eu vou te ajudar menina, acho que Deus te enviou pra mim de propósito estou abrindo um negócio novo e você é a menina perfeita.

Senti uma lágrima quente escorrer na minha bochechar ao lembra de tanta desgraça, ele saiu do banho e vestiu um calção qualquer.

Dynho - Passa esse cigarro ae.

Limpei as lagrimas e dei o cigarro a ele.

Dynho - Que tu tem?

Valentina - Nada não, maconha ta boa já to ficando doidona.

Dynho - Você ta chorando?

Valentina - To.

Dynho - Ah...fica de boa ai.

Era tudo que eu conseguia dele, o Dynho nunca soube o que é ser carinhoso, ele me entregou o cigarro é saiu do quarto me deixando só... Eu não queria ficar só é ser bombardeada por memorias de novo.

Uma Noite no Morro 2 Onde histórias criam vida. Descubra agora