1979
Quando a luz verde se acendeu, fazendo com que os roncos dos carros vibrassem na pista, ele sentiu a adrenalina percorrer suas veias. O coração bombeando o sangue quente fervorosamente pelo corpo inteiro causou-lhe uma descarga elétrica que automaticamente foi transferida para o pé no acelerador, fazendo o motor de seu carro gritar do jeito que gostava. Porque era ali onde pertencia, onde amava estar, fazendo o que nasceu para fazer, sendo quem nasceu para ser.
O Piloto de Ouro.
Era assim como os fãs o chamavam.
E ele fez jus a esse nome ao desbancar seus adversários, mantendo seu lugar no pódio por três anos consecutivos. Se não fosse para receber o ouro, ele nem se dava ao trabalho de sair para os treinos. Era considerado um dos melhores pilotos de sua geração, se não o melhor. Alguns arriscavam-se a dizer que era o maior do mundo.
Naquele dia de chuva, não seria diferente. Seria o seu quarto ano consecutivo como o número um, ficaria marcado na história como uma lenda. Invencível, imbatível e insuperável. Nada poderia entrar no seu caminho e impedi-lo de alcançar sua tão almejada glória.
Porém, a vida lhe pregou uma peça maldosa.
O número 97 ocupava a primeira posição, enquanto os outros carros brigavam por uma posição decente. Até porque, para ficar ao lado do melhor no pódio deveria estar pelo menos na linha tênue entre o aceitável e notável. Porém, bastou o carro vermelho com a escuderia da Ferrari entrar na última volta que tudo começou a se tornar um verdadeiro pesadelo.
Tudo aconteceu rápido demais. Os pneus gastos derraparam na pista molhada fazendo com que o carro perdesse o controle, os freios não correspondiam para evitar que o pior acontecesse. A colisão contra a mureta após o veículo girar pela pista foi quase fatal, a explosão subsequente do superaquecimento do motor chocou a plateia que já se encontrava de pé, inconformada.
Os espectadores gritaram ensandecidos, mas de horror e desespero.
O fogo, a fumaça, o calor, os pulmões ardendo, a dor se alastrando por todo o corpo, os flashes das câmeras, os bombeiros pedindo espaço e cautela, as luzes vermelhas, a sirene da ambulância, paramédicos o colocando em uma maca, um respirador em seu rosto, o beep do eletrocardiograma e finalmente a dormência.
Foi levado às pressas para a Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital de Londres. Foi preciso uma complicada cirurgia de emergência e um coma induzido. Ele não soube definir o que havia sido pior, o acidente em si ou a recuperação que poderia ter sido branda, se não fossem as complicações emocionais. Um trauma para toda a vida.
Esse trágico acidente marcou o fim de sua carreira.
O Piloto de Ouro, Jeon Jungkook, estava morto.
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RED | JiKook
Fanfiction[EM ANDAMENTO] LIVRO FÍSICO PELA EDITORA VIOLETA Nos anos dourados da década de 1970, Jeon Jungkook foi um prestigiado piloto de corridas. Apelidado pelos fãs de "O Piloto de Ouro", por três anos consecutivos, ele foi o grande fenômeno da Fórmula 1...