prólogo

10.4K 741 744
                                    

Há quatorze anos na mansão dos Malfoy, Lúcio estava sentado em uma bela cadeira verde aveludada e Narcisa em uma poltrona com sua bebê de apenas duas semanas, quando sua irmã Bellatrix entra segurando também uma criança.

— Mas o que é isso Bella? – pergunta Narcisa com a voz alterada de preocupação.

— Uma criança Cisa, não está vendo? – Respondeu com a voz afinada e um olhar alucinado.

— De quem você roubou essa criança Bellatrix? – Perguntou Lúcio sem demonstrar qualquer emoção.

— Não roubei – Respondeu com voz alterada e estranhamente sussurrada. – Ela é da família e a mãe morreu. Eu vou criar ela.

— Como assim da família Bella? E você mal sabe se cuidar, não vai cria-la. – Narcisa protestou enquanto colocava sua filha Hydra, em uma especie de cestinho acolchoado que flutuava ao seu lado e indo pegar a bebê que Bellatrix segurava desajeitadamente.

— É filha do Sirius. – Ela disse com uma voz rouca e Narcisa e Lucio pareciam surpresos. – Ele não sabe e nem vai. Vamos cria-la do nosso jeito, para não ser outra traidora do sangue.

— Como ele não sabe? – Perguntou Narcisa

— Ela é puro sangue? Sempre achei que se Sirius tivesse um filho seria mestiço. – Lúcio se pronunciou com jeito de nojo.

— Foi uma das "aventuras" daquele maldito traidor do sangue, ele achou que a mulher era uma trouxa, nem ela sabia que era bruxa, mas eu descobri, depois pedi uns favores e descobriram que ela era puro sangue.

— E como você descobriu ela? – Lucio levantou dessa vez e foi olhar a criança.

— Eu interceptei uma carta que era para Sirius falando que ele seria pai, fui atrás dela, disse que era prima dele e que ele havia morrido. – Disse a última parte rindo como uma lunática. – Ela disse que era do Brasil, que era de um povo nativo, acho que são índios, algo assim, ela era uma xamã, eu mandei investigar o que são, não queria que uma mestiça carregasse o nome Black, e meus informantes descobriram que esses tais de índios não vivem na civilização e chamam de xamã os sábios que podem falar com espíritos ou com a natureza, eles são bruxos e nem sabem, bando de tolos. – Ela ria enquanto falava em tom de superioridade.

— Mas e o ministérios bruxo Brasileiro, não mandam cartas de aceitação em escolas de bruxaria? Não ha escola lá? – Perguntou Narcisa.

— Eu não sei, pelo que entendi esses índios não vão a escola nem de trouxas, ela disse que queria se socializar com os que não são nativos e o pai dela brigou com ela, ela saiu pela floresta e viu um homem vestido estranho perto de um chapéu velho e quando ele segurou ela segurou também, veio parar em Londres.

— Você sabe muito sobre ela Bellatrix. – afirmou Lúcio

— Claro viramos "amigas" – Disse ela rindo novamente como uma louca e impaciente com Narcisa que não deixava mais ela pegar a criança. – Eu contei que ela era bruxa e dei uma varinha, mas disse que o mundo bruxo era perigoso e que ela não podia confiar em ninguém, coloquei em uma casa e a protegi, até hoje. Ela morreu no parto da criança. – Disse ela fazendo beicinho e choramingando como se fosse um cãozinho.

— E você se acha lucida suficiente para cria-la? – Lúcio mais uma vez se pronunciava friamente.

— Claro que sim, ela vai crescer com a Hydra e serão ótimas amigas, puros sangue, devotas ao Lorde das trevas.

Ao ouvir isso Narcisa sentiu um aperto no coração, olhou para sua pequena criança dormindo e para o bebê em seu colo, não poderiam ser mais diferentes, sua filha tinha pele clara, cabelos finos, louros quase brancos e olhinhos cinza, já a filha de Sirius tinha a pele morena e ainda bem rosada, poucos cabelos que mais pareciam plumagens, porém negros e olhinhos que pareciam ser castanho claros, mas Narcisa não conseguia ver direito já que ela apenas abriu-os uma vez, dormia tranquilamente, o que fez doer mais ainda em Narcisa pensar na criança sendo criada por sua irmã, ela olhou a marca negra que Bellatrix exibia com orgulho e seus olhos se encheram de lágrimas que ela não deixou cair.
Mas discutir com Bellatrix não levaria a nada, então ela teve uma ideia e resolveu entregar a criança para a irmã.

— Qual o nome dela?

— A mãe ia chamar de Annabeth, mas não quero quebrar a tradição Black, ainda não pensei em qual vou dar, alguma ideia Cisa?

— Vamos pensar em um, mas vamos primeiro pensar em como você vai criar ela. Ela precisa de leite materno, não pode dar qualquer coisa.
Fazemos assim, você fica aqui em casa e eu ajudo você no começo.

— EU POSSO CUIDAR DELA NARCISA! – Bradou Bellatrix.

— Sei que pode irmã. Mas ainda não tem nada, roupinhas, nada, ela precisa de um banho morno e roupas descentes, não esses trapos. – Narcisa apontava para as roupas que pareciam finas de mais. – E eu posso tirar do meu leite pra você dar a ela na mamadeira. O que acha?

Bellatrix olhou pra criança e de novo para Narcisa. — Só no começo. – Concordou.

Narcisa convenceu a irmã a deixar a criança no quartinho de Hydra, onde as duas bebês dormiram juntas sob luzinhas flutuantes, ao menos até o meio da noite.

Narcisa entrou no quarto de Hydra com o cestinho flutuante atrás, pegou a menina recém nascida, vestiu com roupas mais quentes, colocou ela no cestinho, junto duas a cartas e uma caixa, também colocou um colar com um pingente de B envolto com uma cobra, uma relíquia Black.

Ela foi até a porta dos fundos da mansão e chamou por seu elfo doméstico.

— Você me entendeu Dobby? – Perguntou em tom preocupado.

— Sim, senhora Malfoy, Dobby vai procurar um lar trouxa que vai cuidar da neném Black, mas Dobby vai se assegurar que tenha um bebê trouxa, pra Dobby ter certeza que vão alimentar a pequena senhora Black. E Dobby só vai volta quando Dobby tiver certeza que aceitaram ela.

— Isso. E você não vai contar a ninguém, nem mesmo a Lúcio onde ela está, nem que custe a sua vida! Entendeu ?

— Sim senhora Malfoy! Dobby nunca vai por a vida de Dobby acima da de uma bruxa.

— Agora vá!

E num estalar de dedos o elfo despareceu da mansão com a criança.

       

             

~~~

Imagem tirada do Pinterest
Link http://pinterest.com/pin/587579082609307927/?source_app=android

Annabeth Adhara Black  Onde histórias criam vida. Descubra agora