Capítulo 7

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Segunda–Feira, 06:03 A.M.

        Castiel acordou com um barulho no quarto ao lado e piscou os olhos adaptando a mudança de iluminação. Bocejou e espreguiçou-se na cama tal como um gato, todo aquele conjunto de cobertores e travesseiros quentes eram muito acolhedores, por isso virou para o outro lado fechando novamente os olhos, contudo ao se lembrar que era segunda praticamente pulou da cama e isso foi o suficiente para soltar um muxoxo de dor.

– Droga. – Resmungou tentando desembolar no meio de tanto lençol que veio consigo.

       Lembrou-se que era proletário e precisava trabalhar, mas já estava com um pequeno problema, estava sem suas roupas e sem dinheiro, sem nada, absolutamente nada. Sabia que precisaria voltar a casa do pai para recuperar algumas das suas coisas e sabia também que nenhum dos alfas o deixaria voltar àquele lugar sozinho.

"Merda! Estou tão ferrado." Pensou imaginando mil e uma hipóteses de como avisaria aos trigêmeos sobre sua atual necessidade.

         Andou de um lado para o outro no quarto e sem querer bateu o dedinho na cama, choramingou e se jogou na cama segurando o dedo praguejando até a última geração do fabricante.

– AI!

         Logo batidas leves na porta foram ouvidas e ela foi aberta lentamente.

– Castiel? – Jensen chamou tomando cuidado para não ser invasivo demais, aguardando a resposta do menor para que pudesse de fato entrar.

– Oi! Dean? – Castiel respondeu sem saber quem de fato era. A dor no dedinho desviava até mesmo sua percepção olfativa e visual. (#N/A: Quem já tacou o dedinho em alguma coisa sabe a dor que é! Sua alma sai do seu corpo e volta).

– Irmão errado, sou eu o Jensen, está tudo bem? Ouvi um barulho. – O alfa disse entrando no quarto e vendo o garoto deitado rolando de um lado para o outro enquanto segurava o pé.

– Estou bem, só bati o dedinho na cama, mas está tudo sob controle. – O garoto respondeu se sentando na cama.

– Ok então. – O alfa concordou dando um breve sorriso e achando fofa a condição um tanto quanto bagunçada do moreno que tinha seus cabelos desarrumados e uma carinha de sono.

– Ok. – O ômega falou depois de um tempo ao ter o maior ainda o observando e automaticamente lembrou-se que precisaria voltar à casa de seu genitor.

– Algo te incomoda Cass? Seu cheiro indica preocupação. – Jensen se sentou ao lado do ômega que estava inquieto.

– Não, está tudo ótimo. – O moreno falou enquanto calculava a melhor estratégia e desviou o olhar do alfa.

            O trigêmeo mais velho, contudo, segurou o queixo do ômega cuidadosamente e o trouxe para seu campo de visão.

– O que te incomoda pequeno? – Jensen perguntou virando-se e começando a arrumar cautelosamente os cabelos do moreno.

– Eu... eu preciso ir em casa. – Falou sentindo as mãos carinhosas afastarem de seus cabelos.

          Automaticamente um pequeno biquinho se formou em seu rosto pela falta do contato e quando olhou para o Winchester esse parecia indignado.

– Não Cass, você não irá. Já conversamos sobre isso, só as deusas sabem o que aquele monstro pode fazer com você. – Falou preocupado só de pensar nessa possiblidade.

– Eu sei Jensen, mas minha vida está lá, preciso pegar minhas coisas, minhas roupas, meus documentos, o pouco de dinheiro que consegui guardar, eu preciso voltar lá. – Explicou o Novak tentando convencê-lo.

– Não ômega, você não deve se colocar em risco assim. – O alfa se levantou rapidamente tento o outro puxando sua mão para que não se afastasse e encerrasse aquela conversa ali.

– Por favor Jensen! Você sabe que eu estou apenas avisando, não é? – Castiel questionou em um momento de coragem.

– Eu sei disso, mas para que você precisa dessas coisas?

– Jensen eu não tenho roupas, não tenho documentos, não tenho grana, não tenho nada aqui. – O ômega reclamou batendo as mãos no colchão macio.

             Era tão óbvio.

– Eu compro roupas novas para você, emitimos novos documentos, mas você não precisa voltar naquele lugar.

– Não se trata apenas disso.

– Eu vou lá e pego suas coisas. – O alfa falou lutando contra seu lado animal que queria simplesmente impedir o garoto de sair.

           Só que ele ainda era um ser humano racional e não iria trancar o ômega em um quarto e o impedir de fazer suas vontades, por mais suicidas que elas fossem, apenas faria de tudo para impedi-las se fosse o caso.

– NÃO! Quer dizer, não. Jensen eu preciso ir, inclusive para achar um lugar para ficar.

– Você já tem aqui! Tem a mim e aos meus irmãos.

              Castiel deu uma risada anasalada.

– Eu não posso ficar aqui, vocês têm a vida de vocês e eu a minha, não posso ficar aqui. Eu ainda sou um ômega, como acha que vou ficar durante 5 dias no cio em uma casa com três alfas?

– Nós nunca iríamos fazer algo que você não queira. – Jensen falou se colocando na defensiva se sentindo levemente ofendido.

– Ninguém controla instintos Jensen, não por muito tempo.

– Por que acha que temos um quarto do pânico? Você não precisa ir ômega. Por favor. – Pediu mais uma vez tentando convencê-lo.

– Vocês têm um quarto do pânico? Tanto faz, mas eu preciso, inclusive procurar um emprego porque o que eu tinha provavelmente já perdi.

– Eu não te demitiria por injusta causa. O seu emprego é todo seu, você lutou por ele.

– Não mude o rumo da conversa Sr. Jensen Winchester! Eu preciso ir com ou sem você!

              Ok, o alfa talvez tenha perdido um pouco a noção ao ouvir o seu nome ser pronunciado pelo ômega daquela forma, esperto a forma como ele sabia atingir o maior com mínimos detalhes.

– Argh garoto! A teimosia é algo evidente em você hein! – Jensen disse frente a frente com o menor. – É mais fácil negociar com um bando de velhos de multinacionais.

– Você nem sabe quanto! – Castiel o encarou, mais precisamente a boca do alfa.

             Talvez a exaltação de ambos tenha feito seus instintos começarem uma briga por dominância e seus feromônios tenham começado a se revelarem. Quando encurralado ou levemente ameaçado o envergonhado ômega poderia fazer como qualquer animal acuado, lutar mesmo que sem nenhuma chance de vencer a batalha, mas jamais desistiria.

– Aprendeu isso ou sempre foi assim? – O alfa perguntou se aproximando do menor, seus lábios vermelhinhos e mordiscados durante a conversa estavam se revelando uma tentação.

– Instintos, boa parte deles. – O Novak revelou umedecendo o lábio inferior inconscientemente.

           Como um imã um era atraído para mais perto um do outro até cessar o espaço entre eles.

– E o que eles dizem agora Castiel? – Jensen questionou ao notar para onde estava direcionada a visão do outro.

– Eles não dizem, eles imploram.

           Então o ômega acabou com qualquer evidência de distância e selou os lábios do alfa.

OURS (triplets Winchesters) Destiel ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora