Capítulo I - O voo de ícaro

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Ilha de Creta, Grécia Antiga

— Ícaro, meu filho! Se apresse, vamos, rápido! – Dizia o seu pai, Dédalo, enquanto terminava os últimos ajustes no que seria seu meio de fuga do Labirinto de Creta.

O labirinto fora construído pelo próprio Dédalo, um sábio arquiteto, a pedido do Rei Minos para aprisionar o Minotauro, fruto da união entre Pasífae, até então esposa do rei, com um touro branco.

— Pai, nós iremos voar como as gaivotas que voam sobre o mar? – Falou o pequeno Ícaro, com seus olhos brilhando animado com a ideia de podar realizar seu sonho de sobrevoar o mar de Creta. Seu pai nada disse, este estava ocupado demais com os pares de asas que havia projetado para fugir daquele lugar.

O Labirinto de Creta era um lugar complexo projetado para não deixar o filho de Pasífae, o Minotauro, não fugir dali. Não havia outra maneira de sair, os portões do labirinto eram assegurados pelos mais destemidos soldados da ilha. Dédalo não via outro jeito de escapar daquela prisão a não ser pelo céu, pois o mesmo não possuía teto.

O arquiteto logo teve uma ideia para tirar eles daquela tormenta. Juntou penas das aves que passavam e por ali faziam seus ninhos, e com o mel que recolhia, criou pares de asas enormes. Não havia dúvidas que funcionariam, Dédalo era ótimo no que fazia.

— Vista isso – Deu-lhe para Ícaro o seu par de asas. – Lembre-se, não voe tão alto a ponto de ter suas asas derretidas pelo calor do sol. Mas não tão próximo ao mar, pois este pode deixá-las mais pesadas. – Advertiu seu pai. O garoto apenas sorriu, já tinha ouvido seu pai falar sobre isso tantas outras vezes.

...

De longe podia ouvir o som do mar despejando sua fúria sobre as rochas da pequena ilha. Dédalo e Ícaro já estavam prontos para zarpar daquele labirinto, quando ouviram de longe um estrondoso rugido. Era o Minotauro que todos pensavam estar morto.

— Agora, Ícaro! Ele está vindo. – Dédalo gritou para o seu filho do ponto mais alto da estrutura. A poeira do chão foi soprada para longe quando os dois bateram suas asas contra a terra. Eles finalmente deixam aquele maldito lugar.

Os guardas que protegiam a entrada do labirinto mal podiam acreditar no que estavam a observar no grande céu azul. Eles nada fizeram, havia uma grande surpresa entre eles que impossibilitou qualquer ação deles.

De longe os moradores locais forçavam suas visões para enxergar os corpos sobrevoando o mar mediterrâneo. Alguns olhavam incrédulos, outros mostravam-se felizes pelo ato de "crueldade" do rei estar acabado.

...

O destino dos fugitivos era a cidade de Sicília, na região da Itália. Eles iriam tomar um novo rumo para suas vidas naquele lugar. Assim esperava, Dédalo.

Ícaro estava muito encantado com tudo. Seu pai havia o treinado muito para quando este dia chegasse. Ele certamente era um garoto forte e resistente. Olhava para os pássaros voando próximo dele. Admirava o céu abaixo de si. Não faltava muito para chegar no seu destino.

O garoto bateu suas asas mais forte, decidido a aumentar sua altitude e assim poder avistar qualquer ilha ou cidade a sua frente. Dédalo não percebeu que Ícaro estava alto demais, consequentemente mais próximo do sol e seu calor.

Ícaro sentiu leves turbulências em seu voo, mas nada falou. Estava admirado sentido seus fios de cabelos dourados dançando junto ao vento. Ele não havia percebido que algumas penas despencaram de suas asas. Não demorou muito e mais penas estavam nadando na água salgada.

A Queda de Ícaro [HIATOS]Onde histórias criam vida. Descubra agora