A Queda de Ícaro [HIATOS]

Capítulo IV - A ascensão dos deuses

País das Hespérides, Grécia Antiga

Após longos anos, a Titanomaquia – uma guerra sangrenta entre os deuses e titãs – havia finamente chegado ao fim dando vitória ao imponente e poderoso Zeus, dando-lhe o título de Deus dos Deuses e assim a sua ascensão ao Monte Olimpo. Todos aqueles que se opuseram contra o Deus do Raio foram condenados a passar o resto de suas vidas nas profundezas do Tártaro.

Atlas, por outro lado, fora castigado de outra forma. Sua condenação seria sustentar para sempre o peso dos céus em seus ombros. Assim punido, o titã passou a morar no país das Hespérides, onde passou a eternidade sendo os pilares entre o céu e a terra.

...

Nem tudo para o grande Atlas estava perdido. Muito tempo depois, o semideus filho de Zeus – Hércules –, visitou o Jardim das Hespérides.

Subindo em uma grande montanha, Hércules esteve à altura de Atlas e lhe disse:

— Atlas, filho de Jápeto e Ásia. Eu clamo, por um instante, a sua atenção.

Com um gemido, o portador abriu seus olhos vagarosamente e focou sua visão no miúdo semideus a sua frente.

— Como ousa me acordar, mortal insolente?! – As palavras de Atlas eram de dor e raiva. Não bastava passar a eternidade suportando tanto peso em seus ombros, ainda teria que lidar com outros seres o atormentando.

— Ouça-me, te darei a oportunidade de descansar desse tormento. Traga-me algumas maças de ouro do jardim de Hera e eu te livrarei do seu castigo. – Havia um pequeno sorriso no rosto de Hércules, um que Atlas não conseguiu enxergar e possuído pelo desejo de sair daquela vida, ele aceitou a proposta do outro a sua frente.

Sobre a enorme montanha na qual estava, o filho de Zeus recebeu do titã o seu trabalho, que com uma força extraordinária conseguiu segurar os céus tempo suficiente para Atlas colher as maçãs de ouro.

Hércules já estava cansado quando Atlas chegou carregando as frutas douradas. O semideus agradeceu a Zeus por seus ombros estarem finalmente livres daquele peso.

— Como espera me livrar desse meu castigo, bravo homem? – Atlas o perguntou.

— Bom, para começar... – Hércules foi falando. – Não consigo me expressar direito com tamanho peso em meus ombros. Já estou um tanto quanto cansado, poderia me ajudar?

Atlas trocou de lugar com ele, voltando ao ponto zero enquanto as maças eram guardadas em uma bolsa. Lhe fora instruído de que em seu lugar seria construído pilares para assegurar que a abóbada celeste se mantivesse estável.

...

Casa das Hespérides, New York

— Deite-a no sofá agora, Atlas! – Disse Lissa para o garoto assustado com o corpo em seus braços.

Suas irmãs, Íris correu para a cozinha, onde trataram de pegar toalhas secas. Enquanto Dione ajudava Lissa com a garota que agora estava deitada no sofá da sala.

— Atlas, meu filho, o que aconteceu com ela?! – A voz de Lissa expressa o quanto ela estava preocupada com a condição daquela estranha garota. – Ela não está respirando e seu corpo está frio demais. Meu Deus, ela não vai conseguir resistir!